16/07/2013 16:34
O sistema presidencialista, ao contrário do parlamentarista, permite que ações de força ou forçadas aconteçam quase que “al bel piacere” do presidente.
Ou da presidenta.
Quando o povo se manifesta o faz porque se sente pressionado, desprestigiado, sem ser ouvido.
E, quando medidas drásticas são iniciadas (a) os tais sinais do “quem manda aqui sou eu” começam a aparecer.
Foi exatamente este o caso dos médicos estrangeiros, ou brasileiros com diplomas fracos do estrangeiro.
A presidente do Brasil achou que ia dar uma resposta convincente às manifestações tomando a iniciativa e o desejando por medida provisória (uma excrecência).
Achou que estava tudo resolvido e que os brasileiros estariam bem atendidos pelo SUS.
O hoje famigerado SUS deveria ser excelente não fosse o fato de que a municipalização não funciona, de que o interior do país não tem infra-estrutura e, portanto, não está pronto para receber nenhum tipo de médico, seja brasileiro ou estrangeiro.
Por outro lado, aí está o mais importante deste artigo, é que ela, a presidente, precisa entender vez por todas que a nossa constituição prevê três poderes independentes e livres, entre aspas.
Uns dependendo dos outros e vice-versa e o povo brasileiro dependendo da harmonia dos três.
Caso contrário, a “democratura” vai avançando sem que se perceba.
Ainda bem que no caso dos médicos a Câmara arquivou o controvertido projeto.
Projeto?
13/07/2013 07:47
O Brasil assistiu a uma série de manifestações que levou às ruas brasileiras milhares de pessoas, milhares de vozes que, em uníssono exigiam certas medidas por parte dos poderes constituídos.
E tiveram eco.
Conseguiram preliminarmente algo inédito neste país que foi o recuo de preços em passagens de transportes públicos.
E, ao mesmo tempo, viram a presidente Dilma desejando assumir compromissos com as manifestações e ações reais por parte do presidente do Senado, Renan Calheiros.
Esses jovens que aí estão mostrando a sua força também tiveram a ousadia de exigirem que bandeiras políticas e sindicais não participassem de suas passeatas que tiveram pequenas manchas apenas pela presença de alguns vândalos orquestrados.
Pois bem, na última quinta, com muitas chamadas, os sindicalistas prepararam o que eles imaginaram que seria a maior paralisação do Brasil e o que nós vimos foram pequenas marchas com um mínimo de público e sem adesão.
Se grandes eram suas intenções, pífias se apresentaram.
Isto, sem duvida, foi uma demonstração inequívoca de que os jovens assumiram a responsabilidade de fazer deste um país novo, inquieto e sério e que o povo brasileiro adere cada vez mais às suas idéias.
Aquela outra gente que fazia alarde e baderna há de dar lugar, sem dúvida alguma, a essa gente nova nas ruas.
E que se constitui no futuro do Brasil. Se já não for o presente.
04/07/2013 16:30
Corria o ano de 1976. O Rio de Janeiro fervilhava com a visita do Papa João Paulo II ao Brasil.
As pessoas se aglomeravam nas ruas apenas para ver o Papa passar de carro e poder, pelo menos, mandar ou receber um pequeno gesto com as mãos.
Não se falava em outra coisa.
Naquele dia, não lembro-me exatamente qual, o Papa ia visitar o Cristo Redentor e todo um sistema de segurança circulava em torno dele e da estação do trenzinho que levava ao alto do Corcovado.
Eu estava a pé e encaminhei-me para a estação, quando fiquei sabendo que João Paulo II já estava no alto rezando diante da majestosa imagem que nos foi doada pelo governo francês e esculpida pelo mesmo artista que fez a Tour Eiffel em Paris.
Fiquei por ali, naquela de “migué”, já quase desistindo porque o boato de que ele iria voltar de helicóptero já circulava.
De repente, o trenzinho chega e dele sai – a impressão é de que ele flutuava – aquela figura calma e serena, de branco que passa, sorriso aberto, a menos de dois metros de onde eu estava, praticamente estático.
Hoje, temos a notícia de que seu segundo milagre foi reconhecido, o que traduz a certeza de que o Papa Chico haverá de canonizá-lo.
Quem sabe até durante sua visita ao Brasil?
Um santo, merecidamente um santo.
E eu posso dizer em alto e bom som que conheci e vi de perto um verdadeiro santo.
E que ele possa nos proteger sempre.
29/06/2013 07:23
Não que um plebiscito não seja válido.
Claro que é.
Mas as perguntas precisam ser muito bem elaboradas para que todas as camadas da população entendam o que se quer como resposta.
E a nossa tese é a de que deveriam ser promovidos grandes fóruns de debates em todas as capitais e principais cidades do país envolvendo, de um lado, os jovens e os manifestantes que estão começando a ter grandes vitórias com seus atos, tirando de lado, claro, os vândalos desnecessários.
De outro lado, judiciário, legislativo e executivo ouvindo e validando as discussões e as reivindicações.
A partir daí, isto sim, seriam formuladas as propostas com ordem de prioridade podendo serem submetidas ou não a um plebiscito.
Ou até mesmo por proposituras do próprio legislativo que as referendariam.
É preciso descomplicar, agir rápido e mostrar que este país sempre denominado de “país do futuro” pode ser, finalmente, o país do presente.
Conquistado a duras penas e com a última palavra dada por uma sociedade insatisfeita, mas profundamente esperançosa.
Por isso, devemos apelar para que se atenda aos reclamos do povo, com presteza, com transparência e sem subterfúgios.
21/06/2013 06:28
Sempre esteve provado isto ao longo de nossa história.
Principalmente quando falamos de contemporaneidade, o país, por diversas vezes foi às ruas, gritou sua vontade, mostrou que podia e o fez.
Agora não está sendo diferente na sua essência.
Mas o contexto mudou.
A ordem das lideranças – quem são elas? – é que não se permita a presença de partidos políticos nas manifestações e que se construam temas para discussões futuras dentro de um clima de normalidade.
Uma significativa mudança de posições pode demonstrar que, talvez, pela primeira vez, comecemos a praticar a verdadeira democracia onde a voz do povo se faz ouvir e obtém das autoridades a solução para os seus desejos.
Claro está que o primeiro momento será sempre o do “estamos aqui e existimos” para que, num segundo possam começar com as organizações necessárias para as mudanças que se desejam.
O clamor para a negação à famigerada PEC 37 deve ser o segundo momento após o êxito dos aumentos das passagens.
Não permitir que o Ministério Público seja investigativo é admitir a vitória dos corruptos, ainda que existam outros órgãos de polícia e de justiça.
Mas este será mais um motivo para o clamor das ruas.
Um clamor que possa gradativamente ser substituído pela consciência dos que governam e por esses jovens que, unidos a veteranos de boa cepa, reconstruam o meu, o nosso Brasil “deitado – agora levantado – em berço esplêndido”.
Primeira Edição © 2011