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A estúpida escravidão dos médicos cubanos.

22/08/2013 06:23

Era a última coisa que eu queria.

Ter médicos estrangeiros colocados nos SUS da vida, Brasil afora.

Mas, já que os brasileiros, mais conscientes não querem jogar suas carreiras pelo ralo, que venham então os cubanos.

E, quando falo em jogar carreiras pelo ralo, digo da impotência que esses médicos vão sentir quando perceberem que os postos de saúde não funcionam ou não existem, que remédios também não.

Que enfermeiros (as), assistentes e tudo aquilo que o médico precisa, além de possibilidades de exames, muito pouco vai estar disponível.

Portanto, a situação é mais para preta do que para cinza.

Agora, o importante deste comentário é sobre a maneira como os médicos cubanos serão contratados:

O governo brasileiro vai pagar a “eles” 10 mil reais por mês.

E por que eles entre aspas?

Porque na realidade o Brasil passa o dinheiro para a OPAS – Organização PanAmericana de Saúde que por sua vez repassa para o governo cubano que, então decide quanto vai pagar ao médico.

Ou quem sabe esmolar ao médico.

Fica então a pergunta que não quer calar?

E já que não se sabe quanto finalmente o médico vai receber como é que ele vai se sustentar?

Será por um prato de comida?

Será por uma galinha viva que ele nem saberá como matar?

Voltamos à escravidão?

Porque, meus amigos, se não me derem uma explicação melhor acho que voltamos aos tempos da escravidão comprando médicos cubanos a preço de banana para melhorar as finanças daquela ilha de Fidel.

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Que macacada!

20/08/2013 13:50

Vovô Raul era um diplomata.

Homem fino, elegantérrimo, viajado, ia a muitas festas, banquetes, vernissages, até porque Vovó Lulu era pintora clássica, professora da Escola Nacional de Belas Artes.

Tudo à sua volta era sempre cercado de muita finura.

Um dia, vovô foi fazer uma viagem a um país da África e, lá, foi maravilhosamente bem recebido e levado a um grande “tour”, para conhecer a maneira de viver de algumas tribos.

Seus costumes, seu folclore, sua comida.

Encantado com tudo o que via, apesar do sol causticante, da viagem cansativa em carros desconfortáveis, já que corria o ano de 1934.

Mas, de qualquer forma, tudo era novidade, tudo era completamente diferente de sua vida no Brasil, dos convites que atendia em salões refinados do mundo.

Depois de assistir às danças típicas da tribo, era chegada a hora da refeição.

As pessoas sentaram-se no chão, forrado com pequenos tapetes de fibra que serviam de assento e, no centro, um grande tapete redondo fazia de contas da mesa e da toalha ocidentais.

Os tambores tocavam, os guerreiros pintados faziam suas evoluções, as mulheres traziam as comidas e somente os homens eram os convidados àquela ceia.

De repente, Vovô Raul viu chegar um enorme tacho raso de madeira.

E, nele, bem assada, a figura de uma pequena criança, pelo menos era o que lhe parecia.

Vovô assustou-se, tentou levantar-se, no que foi contido pelo guia ocidental que os acompanhava, começou a tremer, a sentir calafrios, percebendo que estava dentro de uma tribo antropófaga.

Reagiu, falou em bom português que não participaria daquele horror, até que, diante dos risos de todos, inclusive dos indígenas, ficou sabendo que a “criança”, nada mais era do que um delicioso macaco assado, o prato mais importante daquela tribo.

Mesmo assim, foi difícil.

Afinal, nossa cultura não imagina que se possa comer, com tanta tranqüilidade, um bom macaco.

Mas,Vovô comeu e pasmem...gostou!

 

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A CORRUPÇÃO

16/08/2013 08:29

Uma das palavras mais faladas, nos últimos tempos de Brasil e de mundo, é a corrupção. Que arrasa governos e deixa o povo frustrado. Será ?

A CORRUPÇÃO

 

Começa com os segredinhos, aqueles bem guardadinhos

que não se pode contar

nem mesmo pra mãe da gente

mas que o cabra inteligente

que vive lá no Planalto

só conta pros amiguinhos,

aqueles mais chegadinhos.

E tudo fica entre eles

quando o aviso surgir: Moçada, chegou a hora!

Amanhã, o nosso dólar,

vai subir.

E aí começa uma corrida infernal.

Compra dólar, compra aqui, compra ali, compra acolá,

meu dinheiro deu. E será que o seu vai dar?

Dá, sempre dá, porque amanhã 

quando tudo acontecer, tudo vai se resolver.

Vende dólar, vende aqui, vende ali, vende acolá,

 meu dinheiro vai quadriplicar.

Isto tudo sem contar com aquela palavra mágica

 - corrupção -

que não tem nada de trágica.

A magia está na outra, a tal da licitação.

Sobe o preço, desce o preço,

pode ser que ele tope e quando abrir o envelope,

o seu nome vai estar lá.

Não quero muito ganhar.

Eu só quero 10 por cento para dividir

e espalhar.

Outra coisa genial é construir tribunal.

 Cada obra colossal que tem um custo baixinho, coisa de poucas montas.

Mas bota as notas pro alto que é pra poder fazer frente

ao outro que é só de Contas.

 E afinal, o presidente, um sujeito inteligente, de bom gosto e muito fino,

que dele ninguém reclame,

pega as sobras e faz mansão lá pras bandas de

Miami. Ah! Corrupção!

Rima com coração, com ação, com emoção.

E é por isto que depois,

todos viram pistoleiros.

Pistoleiros e lavadeiros.

Têm que lavar o dinheiro, que de sujeira não gostam.

E para não ficarem psicóticos

passam a gostar de narcóticos,

 se envolvem com a máfia toda, se encobrem por todo lado,

 se elegem deputados e, quando são descobertos

aí, então, são cassados.

Somente por oito anos, em total impunidade.

Depois, mais uma eleição e um novo grande período

de total imunidade. Corrupção, corrosão,

 nada disso interessa não.O que eles querem é ver

o seu país, o Brasil, andar, correr e crescer

no meio da confusão.

 

 

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O Puxa-saco.

14/08/2013 08:20

Existe figura mais asquerosa do que a do “puxa saco”? Mas, o incrível é que ele é reconhecido em toda a parte.
O PUXA SACO

Ele chega devagarinho, se aproxima de mansinho, começa a ouvir a conversa,
diz que está de acordo, etc e vice-versa,
diz que conhece alguém,
que vai ajudar também, chega junto,
põe um molho no assunto, diz que, com ele é no taco
e assim sempre começa a função
do puxa-saco.
Deixe comigo, eu consigo.
Se faz logo de amigo e quando o outro
percebe, é tarde.
Ele já deu o nó, está amarrando o seu sapato
E limpando o paletó.
Uma das maiores armas deste tipo de gente é imediatamente,
fazer-se de confidente.
Procura e acha, num instante, que o patrão tem uma amante.
E aí, cria um novo lema.
O senhor pode deixar que eu monto esquema.
Vá pro motel descansado que ninguém lhe apronta.
Eu fico do lado de fora,
tomando conta.
Puxa daqui, puxa dali, abre a porta do carro, tira um sarro
e quando chega num bar, antes do patrão tomar, experimenta a bebida,
prova a comida e diz pra todo mundo ouvir
que, por ele, dá a vida.
Dinheiro está sempre no bolso e ele é o primeiro a correr e pagar.
Gorjeta é sempre ele quem dá.
Cheio de salamaleques vai logo abrindo o leque
antes do outro falar.
O tipo já fez um curso e sabe bem fazer discurso elogiando o patrão. E chorando de emoção.
“Vocês vão ver como é. O Doutor só vai dar pé... É o maior, o mais culto e o que foi maior que ele -.kkkk - já está sepulto. Ele é o mais inteligente, decente, diferente e vai mostrar para essa gente
que eu sempre tenho razão.
Não existe nesse mundo outro patrão
melhor do que o meu patrão!!!”
E vai seguindo vida a fora, em toda cidade ou vila,
rente que nem cão de fila.
Até que um dia, afinal, o tal patrão genial,
tem uma queda na vida,
vai para a emergência e cai na decadência.
E o puxa-saco legal, o guarda costas, o confidente ideal, já começa a desleixar.
E, um dia, estufando o peito e o coração,
chega junto de um grandão e diz
“Olá, amigão! Estou a disposição.
Quer ser meu novo patrão ?”

Este texto fará parte do meu novo livro "O mundo real das Satiricrônicas" que será lançado pela Editora Viva na primeira quinzena de outubro.

 

 

 

 

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O DENTISTA

09/08/2013 17:40

O DENTISTA

 

Dentre as profissões mais interessantes que existem na minha lista,

sem dúvida, uma delas é a do dentista.

E vejam bem que a escolha é certa porque, para o dentista,

todo mundo fica de boca aberta.

Uns tranquilos, à vontade, outros à força, é verdade.

Mas querendo ou não fugir da raia, da pista, cedo ou tarde,

a gente tem que enfrentar o dentista.

Para mim ele é um monstro horroroso,

um sujeito antipático, um seboso, um verdadeiro Frankestein.

E quem disser que não tem medo

é um grandissíssimo mentiroso.

“Abre a boca, meu filho, que eu vou bater a radiografia”

Não dá, doutor, que eu tenho alergia.

Depois, o senhor sabe... Eu posso ficar contaminado.

Essa bomba nuclear, logo eu, cheio de vaidade

não estou a fim de pegar esta radioatividade”.

“Está certo, então para sua alegria, vou arrancar seu dente e não vou dar anestesia. Abre o bocão que lá vai o boticão”.

Boticão, botequim, dá uma cachaça pra mim?

Socorro!!! Este dentista é um tarado, um veado e agora um desdentado.

A profissão dele já é um palavrão que não está na Antologia.

Odontologia! Pode?

Não pode, se sacode, a cadeira estremece, a gente quase falece

quando aquele motorzinho começa a roncar.

Parece uma perfuradora... a perfurar!

Você vai a luta e volta.

Pede proteção, escolta; e quando pensa que acabou,

o dentista infernal te avisa que ainda falta o canal.

Agulha, agulhinha, agulhão e ele, nada!

Anda de prancha no seu canal e você olha aqueles dedos

fazendo invasão na sua arcada e só tem vontade de lhe dar uma dentada.

Ah! O dentista!

Parece um detetive na pista, procurando buraco,

enchendo o teu saco, enfiando massa.

Parece uma traça!

Tira dente, bota dente, diz que cura

e se você não se cuida te taca uma dentadura.

É isso, minha gente. Tudo culpa do meu dente.

Sou homem, mas no dentista tiro férias, esqueço das coisas sérias, falo fino,

uso saia, mas para me livrar dele

dou-lhe um soco nos dentes e...ele desmaia !

 

 

P.S. O texto acima fará parte do meu novo livro “O mundo real das Satiricrônicas”, já no prelo com lançamento para primeira quinzena de outubro. E é claro que é repleto de brincadeiras, como “O dentista”. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Primeira Edição © 2011