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Quebra de soberania – não é a primeira vez.

31/07/2023 20:52

Em 1969, eu era editor da Revista Mar, no Rio de Janeiro e, como tal, fui o primeiro jornalista brasileiro a denunciar, através de reportagem, a invasão dos americanos em solo brasileiro. Dizia eu, com provas documentais que, já naquela época, quase toda a margem esquerda do Rio Negro era ocupada por americanos. Contava eu que a Bethleem Steel, uma potência do aço, era composta por setenta por cento de capital americano quando a lei brasileira exigia no mínimo 51% para brasileiros. Denunciei ainda a presença de uma companhia de chatas que, no inverno, quando as margens dos rios amazônicos se soltavam e viravam ilhas flutuantes, elas (as chatas), as   rebocavam para Miami –as ilhas eram húmus puro – as transformavam em fertilizantes que eram revendidos para o próprio Brasil. Não sei até que ponto essa invasão continuou ou em que pé está, mas sei que com a tecnologia de alto avanço, o trabalho dos americanos em querer saber os planos de Dona Dilma, as invasões a nossos e-mails sigilosos, a nossos planos e estratégias de segurança e outras coisas mais, são uma quebra de nossa soberania, mas que não pode e não deve ser tratada como novidade. Novidade tem que ser a reação do brasileiro que espera pulso forte dos mandatários e mandatárias deste país, sem medo de ser feliz, como eles próprios dizem. O resto é pura retórica.

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Mobilidade nas ruas

24/07/2023 13:11

Essa realmente é uma questão muito séria e que vem tirando o sono de muita gente. O problema do trânsito em Maceió parece que fica cada vez mais impossível de se encarar sob todos os aspectos. Sejam as avenidas sem possibilidade de melhor escoamento, sejam as ruas maltratadas lotadas de buracos, seja o aumento de carros novos circulando pela cidade, sejam os ônibus sem traçados coerentes, sejam as danadas das motocicletas atrapalhando a tudo e a todos. Não quero tirar o direito delas, as motos, mas o desrespeito com que circulam pelas ruas é impressionante. Tenho dito aos motoristas de carros que nunca os espelhos retrovisores, internos e externos foram tão necessários como agora. A atenção tem que ser tri-dobrada mas mesmo assim elas, as motos, saem quebrando espelhos de carros, atropelando e sendo atropeladas e com isso tudo não entendo por que os responsáveis pelo trânsito não se mexem e não criam regras rigorosas para elas, as motos. Sustos impressionantes são provocados porque saem a toda a velocidade costurando e praticando verdadeiros balés pela cidade. Há que se voltar para este assunto de uma maneira correta. Ou criando vias específicas, ou limitando a velocidade, qualquer coisa. Porque elas, as motos, estão cada vez mais responsáveis pelo caos citadino.

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Por que as pessoas devem ser candidatas?

17/07/2023 12:58

É incrível mas as eleições de 2024 já estão aí. E respondendo à pergunta do título, a primeira questão é se devem. E aí a resposta é tranquila quando se tratar de poder e dever exercer a cidadania em toda sua plenitude. Então, se o preparo democrático estiver presente naquela pessoa, ela deve sim, aproveitá-lo para colocar o direito de defesa da sua comunidade num lugar de destaque e que o permita levar suas ideias para a realidade da discussão e da realização. A segunda questão deve-se ao fato de que a democracia permite a alternância no poder e que cabe ao povo usá-la, sobretudo se este poder não estiver sendo bem exercido por quem já está lá. A pessoa que sentir-se preparada para defender o povo, para mostrar a este mesmo povo que tem capacidade para exercer o cargo, deve sim, candidatar-se e brigar por uma eleição saudável e promissora. E aí, as questões sucedem-se. Uma delas é a do exercício do cargo, se for eleito. É preciso brigar com e pela instituição para mudar princípios e ações que já se tornaram comuns e em outros que moralizem o cargo e as funções inerentes a ele, em e sob todos os aspectos. A coragem de se fazer confiar será o grande trunfo para uma vitória. Mas, na verdade, a coisificação das eleições foi tão grande nos últimos tempos que o verdadeiro homem – ou mulher, claro – de bem não quer expor seu nome a uma possível lama. E é exatamente aí que o buraco aumenta, os sujos tomam para si a missão de governar e legislar em terreno fértil para que o anti desenvolvimento se faça presente e para que a democracia dê lugar a uma ditadura de métodos e de princípios. Melhor que o povo se mexa e ouça os possíveis candidatos de 2024. E está na hora, sim. Até já está passando.

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Nomes na fogueira

10/07/2023 11:11

A pressa, às vezes, pode prejudicar profundamente um projeto político, se o tempo, o “timing”, não for respeitado neste tumultuado mundo da política. Por outro lado, o tiro no escuro, o lançamento de pseudo candidaturas tem o propósito, na maioria das vezes, de queimar um ou outro nome, já que o desgaste começa quando é ventilado publicamente. Por incrível que possa parecer a faca tem dois gumes: uma provocada pelo próprio candidato a candidato que gosta de ver seu nome estampado sem saber que, com isso, pode estar dando munição aos adversários. Existem exceções, é claro, quando é preciso trabalhar este nome com antecedência para a construção ou revelação de sua imagem que, por força de seu trabalho, não teve o destaque necessário. Por outro lado, o outro gume da faca é, exatamente, o que é provocado pelos outros candidatos com a finalidade precípua de provocar situações que o afastem da pretensão. De qualquer maneira, a fogueira já começou, ainda que estejamos a mais de um ano das eleições municipais. Imagine também que a mais de três anos das eleições para governador, nomes já ardem nas chamas e, com a fumaça, se esvaem pelo ar. Quem tem consistência real, vamos ver depois.

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O dia em que o prefeito dançou

03/07/2023 21:25

Corriam os últimos anos da década de 50 e Pelópidas Silveira era o prefeito da cidade do Recife. Gordo, baixo, bonachão, político raposa, como diziam, gostava de inaugurar obras e de se mostrar diante do povo.

                           Zé Pimentel era o vereador mais bem votado da cidade, sempre. E atuava na região de Beberibe, Água Fria e outros lugarejos como o Alto do Céu. E, foi exatamente para o Alto do Céu que Pimentel conseguiu que a prefeitura fizesse um calçamento, muito importante para o lugar.

                           Estávamos perto das eleições. Pimentel marcou a inauguração, obviamente chamou Pelópidas e programou, para depois do ato, um almoço em sua casa, no maior estilo.

                           Tudo preparado, palanque armado, o povo reunido, retreta aprumada, tudo de acordo com a ocasião. Lá para as tantas chega o prefeito, o povo aplaudindo, Pimentel do lado, sendo cumprimentado por todos, adorado que era por aquele povo.

                           Começa a cerimônia e Pelópidas, falastrão conhecido, inicia o seu discurso de mais de meia hora. Só que, durante a fala, o prefeito dizia do calçamento, da importância daquela obra, prometia mais coisas mas não tocava no nome de Pimentel, que precisava capitalizar a conquista, já que as eleições estavam bem próximas.

                           Pimentel começou a se irritar e, disfarçadamente cutucava Pelópidas e, entre os dentes dizia:

                            -Prefeito… fala de mim… diz que eu consegui a obra…

                            E Pelópidas nem estava aí. Continuava seu discurso como se não estivesse ouvindo nada.  E Pimentel insistia:

                            -Pelópidas… fala… eu estou aqui esperando…

                            Para resumir a história, o discurso terminou, Pelópidas braços para cima e o nome de Pimentel não foi uma vez citado.

                            Não prestou. Pimentel sempre levava consigo um Taurus 38 e, pegando o microfone com uma das mãos e o 38 na outra, gritava:

                            -Cabra safado! Prefeito de merda… agora a inauguração do meu calçamento vai mostrar um prefeito dançando…dança, prefeito, para não ficar capado…

                            E, enquanto esbravejava, atirava no chão, bem perto das pernas de Pelópidas que pulava, ao mesmo tempo que descia do Alto do Céu, expulso pelo vereador José Pimentel e debaixo das vaias de todo o povo.

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Primeira Edição © 2011