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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

Empresa da família de Lira atuou em obra da Codevasf com verba de emenda do próprio deputado

25/09/2023 15:42

 

Por Folha de Pernambuco e O Globo

Uma empresa pertencente a parentes do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), responsável por obras de pavimentação realizada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na localidade de Atoleiro, no município de Junqueiro (AL), teve seu custo coberto com recursos do chamado "orçamento secreto" destinados por Lira, como ele mesmo confirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF). A empresa é comandada por um primo do parlamentar e o distrito de Junqueiro é um reduto eleitoral da família do presidente da Câmara.

Segundo o jornal O Globo, Lira destinou R$ 1,1 milhão para serviços de pavimentação executados pela Vibal Construções e Serviços, conforme o contrato original. Um vídeo datado do dia 27 de maio deste ano, porém, mostra o superintendente da Codevasf em Alagoas, Joãozinho Pereira e seu irmão, o deputado estadual Fernando (PP-AL) celebrando o início da obra em cima de um trator do Grupo Pereira, identificado por um adesivo na lateral do veículo. ”A empresa tem como sócias Zirlene Pereira, mãe dos dois, e sua irmã, a ex-deputada Jó Pereira”, destaca a reportagem. .

Embora tenha sido admitido o aluguel da máquina pela Vibal, o sócio-administrador da empresa, Ivandi Brilhante de Araújo Jr., justificou a sublocação afirmando que não valeria a pena mobilizar equipamento próprio para a região. A empresa tem sede em Barra dos Coqueiros, em Sergipe, a uma distância de 160 quilômetros de Junqueiro, e já recebeu repasses de R$ 7,2 milhões destinados por Lira para outros serviços da Codevasf em cidades alagoanas..

Questionado sobre o assunto, Lira disse que não faz parte de suas "funções institucionais” "avaliar o uso de um maquinário, se faz parte da obra ou se foi utilizado apenas para ilustrar uma ação". Ainda segundo a reportagem, Lira ressaltou que pedidos como o apresentado por seu primo, Fernando Pereira, para destinar emendas à obra no povoado Atoleiro, integram a "dinâmica da política cotidiana" e "podem ser feitos em reuniões, palanques, em visitas in loco".

“Lira e os irmãos Joãozinho e Fernando Pereira são adversários políticos do atual prefeito de Junqueiro, Leandro Silva (MDB), aliado do senador Renan Calheiros (MDB). Joãozinho articula uma candidatura a prefeito em 2024, e busca usar as obras da Codevasf como plataforma eleitoral no município”, ressalta o periódico.

 

 

 

 

 

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Pesquisa Ibrape: 76% apoiam senador Renan na luta por justa indenização da Braskem a Alagoas

24/09/2023 15:55

Nova pesquisa do Instituto Ibrape, com dados divulgados neste final de semana, mostra que a grande maioria dos maceioenses apoia a cruzada do senador Renan Calheiros em defesa da capital e de Alagoas, na busca de compensação financeira por parte da Braskem em face do desastre ambiental na região do Pinheiro e bairros adjacentes.

Segundo o Ibrape, nada menos que 76% dos habitantes de Maceió apoiam as ações do senador, enquanto 49% desaprovam a atuação do prefeito João Henrique Caldas, o JHC, nessa questão.

Os números da sondagem são dissecados em artigo do articulista Elias Fragoso, publicado no semanário Extra, em que ele salienta:

Nos dias 16 e 17 deste mês, o instituto de pesquisas IBRAPE realizou na cidade de Maceió uma pesquisa de opinião com 2000 pessoas e, dentre as diversas questões, o instituto perguntou se as pessoas concordam com as ações do senador Renan Calheiros em apoio aos afetados pelo megadesastre que a Braskem provocou em nossa Capital e sua articulação para que a venda da empresa se dê apenas após a resolução do imbróglio Braskem em Maceió (lembra que a empresa, e sua maior acionista a ex. Odebrecht foram condenadas na Lava Jato no Brasil, e nos EUA pagaram alguns bilhões de dólares para se manter operando e não ter diretores presos?)”, acrescentando:

Mas voltemos à pesquisa. A resposta dos maceioenses sobre a atuação do senador neste imbróglio Braskem, alcançou assombrosos 76% de apoio (em cada 10 maceioenses, 7,6 respaldaram esse seu trabalho). Um dado acachapante! E uma resposta cabal da cidadania.

O comentário prossegue: “Em outra pergunta o IBRAPE perguntou aos maceioenses o que eles achavam da atuação do prefeito JHC no imbróglio Braskem e nada menos que 49% desaprovaram as suas atitudes. Ruim mesmo fica para ele, quando a pesquisa revela o que o entrevistado acha sobre a “doação” criminosa de parte de Maceió à Braskem. Aí a coisa toma ares de calamidade para JHC: nada menos que 60% dos pesquisados reprovam a sua atitude. Um número avassalador para quem tem o poder e máquina de propaganda nas mãos e pretende se reeleger.

Conforme Fragoso, “É uma resposta dos cidadãos à negociata prefeitura-Braskem, traindo Maceió pelos 30 dinheiros modernos do Judas: o 1,7 bilhão de reais que na verdade é menos de 1 bi – que não serve para quase nada, já que só em mobilidade a cidade precisa de mais de 4 bi de reais para resolver seus problemas atuais – já que a corporação não satisfeita em virar dona de parte da cidade por “doação irregular, ainda tomou para si 700 milhões dizendo que essa grana ela já gastou na cidade em ações mitigadoras do megadesastre que ela provocou”.

O artigo diz que “A pesquisa se estende por outras searas da política, mas o que nos chama a atenção nela é a clara posição de quase 80% dos maceioenses às iniciativas políticas em defesa dos afetados e da população contra as investidas da Braskem. E aí se soma a ação do senador, a entrada decisiva do governador na luta pró Alagoas e seus cidadãos”.

No texto, o analista afirma ainda que não está defendendo A ou atacando B, mas se posicionando em defesa de Maceió e de Alagoas, “dentro dos meus limites e meios, contra quem investe contra nossos interesses e alertar as pessoas sobre isso”.

No fecho do comentário, o autor indaga “Cadê os demais políticos? Vão continuar bancando os avestruzes de sempre fingindo nada estar acontecendo na cidade, com nossa gente?” e conclui: “Quem não está do lado de Maceió e dos maceioenses está nos traindo”.

 

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BTG rebaixa posição da Braskem e dimensiona CPI proposta pelo senador Renan Calheiros

22/09/2023 10:06

 

Reproduzido do Portal Poder 360

 

O BTG Pactual rebaixou o rating da Braskem e fez críticas ao perfil da petroquímica na 3ª feira, 19 de setembro. Passou o patamar da nota para “neutro” e estabeleceu o preço alvo da ação para R$ 26. O processo de venda do controle acionário da companhia pela Novonor (ex-Odebrecht) também cria incertezas para os investidores, segundo a análise.

A revisão da classificação de rating se deve à perspectiva de um 2º semestre de 2023 potencialmente mais fraco do que o 1º, bem como à percepção de que as ações estão sendo negociadas em um patamar mais elevado do que seus pares.

Além disso, o banco acredita que há um excesso de oferta global de PP (polipropileno) e PE (polietileno), principais produtos da Braskem, enquanto a demanda está abaixo das expectativas, o que pode derrubar ainda mais os preços das resinas.

O relatório disse que o otimismo quanto aos impactos dos pactos de estímulos chineses na economia terá efeitos limitados na gigante petroquímica. O impacto será maior para polipropileno, mas com pouca influência no mercado de polietileno.

Ações da empresa na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) fecharam a R$ 21,29 nesta 5ª feira (21.set.2023).

O relatório do BTG aponta o processo de venda do controle da companhia pela Novonor como nebuloso até o momento. O banco diz que o avanço das negociações em torno de qualquer uma das ofertas vai exigir forte análise e diligência.

Até agora, 3 grupos já apresentaram propostas formais para comprar ações da gigante petroquímica: Unipar, J&F e Adnoc. A Petrobras, que detém 36,1% das ações da companhia, pode exercer direito de preferência de compra se não concordar com alguma das ofertas.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem estimulado a venda que salvaria a Novonor, em recuperação judicial, e permitiria a volta da Petrobras para o setor petroquímico, um desejo do governo e do PT. No mercado, há um consenso de que a palavra final sobre a venda será dada por Lula.

Para os demais acionistas minoritários, que detém 25,6% da Braskem, o banco fala em incertezas se a oferta poderá beneficiá-los quanto ao tag along, mecanismo que lhes garante o direito de vender suas ações para a nova compradora.

O BTG afirma ainda que as responsabilidades geológicas da Braskem em Alagoas podem travar o processo de venda. Vários bairros de Maceió foram afundados por atividades de mineração da empresa em 2018. Esse passivo certamente vai entrar na conta. A petroquímica chegou a fechar um acordo de indenização com a Prefeitura de Maceió de R$ 1,7 bilhão.

Além dos valores e demais obrigações por causa do desastre, o desdobramento do episódio vai colocar mais uma pedra no sapato da companhia e nas negociações de venda: a criação da CPI da Braskem, capitaneada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). A comissão deve ser instalada no Senado nas próximas semanas.

 

COMO ESTÁ A DISPUTA PELA BRASKEM

 

O BTG fez uma análise sobre cada oferta feita pela petroquímica (entenda os detalhes de cada uma no infográfico no final do texto). Atualmente, se destaca a proposta da Adnoc, estatal de petróleo de Abu Dhabi. A oferta original da empresa foi feita em conjunto com o fundo private equity americano Apollo. Agora, o fundo deixou a parceria e a negociação segue com os árabes.

A proposta é a favorita da Petrobras. A oferta foi de US$ 7,2 bilhões (cerca de R$ 34,5 milhões) por todas as ações da Novonor, sendo que cada ação poderia alcançar R$ 47. Pelo modelo proposto, de pagar parte em dinheiro e parte em emissão de títulos de dívida perpétuos, o valor ação deve cair para R$ 33,28.

Pela análise do BTG, a compra pela Adnoc asseguraria uma parceria estratégica para a Petrobras. Teria, por exemplo, mais capital que as concorrentes para investir e fazer a empresa crescer, inclusive no exterior. Conta ainda o fato de que ambas são petroleiras públicas, tornando a Braskem praticamente uma estatal.

A oferta inicial da Adnoc era por todas as ações da Novonor. Isso desagradava à empresa, que quer manter alguma participação no negócio, o que até agora só era proposto pela Unipar. Porém, a petroleira árabe já sinaliza a possibilidade de manter os Odebrecht na sociedade e costura uma parceria com a Petrobras, como uma joint venture que seria controladora da Braskem.

Por outro lado, o BTG avalia que a proposta da Unipar é a mais atrativa aos investidores minoritários, pois oferece uma maior vantagem de preço por ação (cerca de 58% a mais que os valores atuais), o que lhes daria mais vantagem no tag along. A princípio, essa proposta também era a favorita da Novonor, por lhe assegurar uma participação remanescente de 4% na companhia.

Quanto a oferta da J&F, além de um valor por ação inferior, o relatório do BTG diz que o modelo pode não garantir o direito de tag along aos investidores menores. A companhia dos irmãos Joesley e Wesley Batista propôs comprar a dívida da Novonor com seus bancos credores, convertendo esse débito em ações. Passaria a ter toda a companhia.

 

 

 

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Lula e o maldito Centrão em tempos de presidencialismo agonizante

11/09/2023 12:40

O tema já foi dissecado neste espaço e está de volta com a irresistível pressão dos deputados do Centrão sobre o governo. Os ataques se dão em duas frentes: liberação de bilhões de reais para emendas parlamentares e cargos na estrutura do governo. Nesse momento, a turma do Centrão encosta Lula na parede exigindo ministérios. Como já foi dito aqui, o governo não tem escapatória: ou cede ou não consegue aprovar nada.

Dir-se-á "mas se não aprovarem nada, os deputados vão prejudicar o País, a sociedade". Isso mesmo, e daí? Essa turma se elege Deus sabe como e o Congresso Nacional funciona assim: após a eleição, o discurso de campanha já era, e todos se entregam à 'missão' de viabilizar suas reeleições. O cara se elege gastando, batalhando e chega ao Congresso com as melhores intenções. Logo, porém, é questionado: 'E então, vai se deixar conduzir pelo discurso da campanha ou pensar na reeleição?'. É uma senha, e a resposta em geral é mais do que óbvia. Vale mais se juntar à maioria e lutar pela 'sobrevivência'... política.

O que o Centrão fez durante a gestão de Bolsonaro é exemplo de 'padrão comportamental'. Havia o 'débito pessoal', encrenca de denúncias e ameaça de impeachment, mas o processo é o mesmo com qualquer governante. Chegou ao Planalto, das duas, uma: ou se 'compõe' e alinha ao Centrão ou não governa. Quer dizer, não consegue aprovar nada no Parlamento.

O Brasil vive um presidencialismo de fachada. Quando não existia Centrão, o presidente mandava de fato e não precisava negociar nada para ter seus projetos aprovados. Era, sim, um regime presidencial forte, poderoso, protagonista. A situação mudou após a redemocratização. Já foi dito aqui: Collor ousou peitar a turma que mais tarde criaria o Centrão, e acabou destituído com o impeachment. Dilma teve o mesmo fim: ignorou as pressões e acabou perdendo o mandato.

Com Lula, porém, a relação tende a ser diferente porque, no terceiro mandato, o petista sabe com quem está lidando. Vai ceder alguns anéis, mas sempre preservando os dedos. E, ao contrário de Bolsonaro, convive com um líder na Câmara fragilizado por intermináveis denúncias... Além disso, conta com uma bancada forte e estável no Senado, onde é possível - tem sido assim até agora - conter a voracidade e a ganância do velho e incorrigível Centrão. Mas o presidencialismo agoniza.

 

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Supremo derruba inquérito da Polícia Federal contra Paulo Dantas

05/08/2023 13:51

Nada de indiciamento

 

STF derruba ação da PF contra Paulo

 

Ministra invalida inquérito usado contra governador alagoano em cima das eleições

 

Da Redação

 

Uma operação ilegal, isto é, a Polícia Federal passou mais de um ano conduzindo uma investigação – contra o governador Paulo Dantas – que não tem validade nenhuma por estar fora da legalidade, segundo o Supremo Tribunal Federal.

Neste sábado, 5 de agosto, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal, decretou a ilegalidade da operação policial que, em outubro do ano passado,  causou o afastamento de Paulo Dantas do cargo, isto às vésperas da eleição de 2022.

Em sua decisão, o ministro da Suprema Corte foi enfático ao afirmar que “a espetacularização da operação foi um desserviço à sociedade, feita de forma inconstitucional, buscando influir na vontade popular durante o segundo turno do processo eleitoral em Alagoas”.

 

PROVAS INDEVIDAS

Ao sepultar de uma vez por todas a investigação contra o governador alagoano, o ministro do STF julgou inadmissível o elenco de supostas provas reunidas durante busca e apreensão executadas por agentes da PF contra Dantas.

Ao suspender os desdobramentos da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 1017, o ministro Gilmar Mendes discorre sobre todo o processo instaurado em 11 de outubro de 2022 e que, como consequência mais grave e indevida, resultou no afastamento de Paulo Dantas da função governamental, por decisão Superior Tribunal de Justiça.

O novo decano do Supremo Tribunal salienta que, na própria legislação eleitoral, está evidente que um candidato não pode ser alvo de medidas cautelares entre os 15 dias que antecedem o primeiro turno e até 48 horas depois do segundo turno.

 

 

FORA DA LEI

O ministro também enfatiza que as medidas impostas, naquele momento, como a proibição de frequentar determinados lugares geraram desequilíbrios eleitorais, afetando a livre concorrência.

De acordo com a decisão, a operação agiu fora da lei à véspera da eleição, com traços abusivos, com seletividade de provas, que implicaram em desequilíbrio do pleito eleitoral, indo de encontro ao que prevê a constituição, que preza pela soberania popular e autonomia da vontade do eleitor. E que na prática foram supostos indícios obtidos em meio a tanta ilegalidade, o que não deve mesmo ser levado a sério.

- Nesses casos, a imposição de tão grave medida cautelar no período de 15 dias antes da realização das eleições tem o objetivo de impactar ou desequilibrar de forma injustificada a livre manifestação das urnas, o que não deve ser admitido à luz dos princípios e parâmetros descritos de neutralidade, livre concorrência e paridade de armas eleitorais - sustentou o ministro, Gilmar Mendes, completando:

"É notório o tratamento espetaculoso de que se revestiu a implementação da medida cautelar de busca e apreensão, realizada em local não usual, bem como reduzida a termo e divulgada pelas autoridades responsáveis de forma sensacionalista, como demonstra a cobertura imediatamente veiculada na imprensa", acrescentou o ministro.

 

BOLAS TROCADAS

Ao recorrer ao Supremo contra o recente indiciamento anunciado pela PF, a defesa de Paulo Dantas havia afirmado que o documento da PF reforça a tese de que o suposto esquema na Assembleia de Alagoas não tem relação com a atuação de Dantas como governador, motivo pelo qual solicitou que o STF considerasse o Superior Tribunal de Justiça incompetente para atuar no caso.

A nova decisão no âmbito do Supremo encerra definitivamente a questão.

 

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Primeira Edição © 2011