Alagoas inicia protestos na campanha 'Mangue Faz a Diferença' neste domingo (5)

Instituto Biota realiza diversas ações informativas na orla da Pajuçara a partir das 8h

02/02/2012 08:00

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Redação

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No próximo domingo (5), Alagoas vai se unir a manifestação nacional e vai iniciar os protestos da campanha “Mangue Faz a Diferença”. Através do Instituto Biota de Conservação, a orla da Pajuçara vai ser palco de diversas atividades informativas sobre a campanha. O objetivo é mobilizar moradores e turistas sobre a importância dos manguezais e alertar sobre os riscos que as mudanças no Código Florestal trazem para o futuro desse ecossistema.

A campanha que tem coordenação nacional da Fundação SOS Mata Atlântica, vai acontecer em Maceió, sobre coordenação do Instituto Biota, através de ações durante toda a manhã do domingo (5). Serão montadas tendas em um ponto de apoio, ao lado da Feirinha de artesando da Pajuçara, com faixas, banners, exibições de vídeos, exposições fotográficas, música e apresentações culturais.

DivulgaçãoA ação contará com a apresentação do Grupo Maracatu Baque Alagoano e participação de Luiz de Assis, vocalista da Banda Vibrações Rasta, Vitor Pirralho e do cantor Wado.

A equipe fará abordagens de turistas e moradores pela orla de Maceió, entregando adesivos e fitinhas da campanha ‘Mangue Faz a Diferença’ aos motoristas e pedestres. Haverá também um passeio ciclístico, guiado por uma bicicleta adaptada e com caixas de som. A concentração será em frente ao ponto de apoio do Instituto Biota de Conservação, às 9h.

 

Saiba Mais: 'Mangue Faz a Diferença': Instituto Biota coordena ações em Alagoas

Além de Alagoas, a campanha ocorrerá em diversas regiões do país, com manifestações programadas em doze estados (CE, RN, PB, PE, SE, BA, ES, RJ, SP, PR e RS), além de ações em Brasília/DF.

Manguezais versus novo Código Florestal

Wikimedia CommonsFabio Motta, coordenador do Programa Costa Atlântica, da SOS Mata Atlântica, explica que os manguezais servem como berçários para muitas espécies de peixes e crustáceos com importância ecológica, econômica e social. “Hoje, existem mais de 500 mil pescadores no Brasil. Se somados aos empregos indiretos, o número de pescadores ultrapassa 1 milhão, portanto, os mangues são uma fonte de renda para um número significativo de brasileiros. A defesa desses manguezais deve mobilizar toda a sociedade, não apenas os pescadores, pois além da sua importância econômica, eles são áreas fundamentais para a manutenção da vida marinha”.

O texto do Código Florestal, aprovado no Senado, coloca em risco esses importantes ambientes, ao propor a consolidação de ocupações irregulares em manguezais ocorridas até 2008, consolidar ocupações urbanas nessas áreas e permitir novas ocupações, sendo 35% em manguezais do bioma Mata Atlântica e 10% na Amazônia. “Como argumento, o projeto de lei defende a carcinicultura (criação de camarões), atividade que já é responsável por enormes passivos socioambientais no Nordeste do país”, explica Motta.

Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, destaca que os manguezais são áreas de uso comum da população e essenciais para a qualidade de vida das gerações atuais e futuras. “O projeto de lei que altera o Código Florestal não tem coerência com o processo histórico do país, marcado por avanços na busca pelo desenvolvimento sustentável. Se aprovado, beneficiará um único setor econômico em detrimento do nosso capital natural e de nossas populações. A sociedade, representada em manifestações de empresários, representantes da agricultura familiar, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da juventude, dos sindicatos, de juristas e de tantos outros segmentos, já se posicionou contra o projeto de lei aprovado pelo Congresso e não pode ser desconsiderada”. Em dezembro do ano passado, a presidente Dilma recebeu 1 milhão e meio de assinaturas de brasileiros contrários à aprovação do novo texto do Código Florestal.

O projeto de alterações no Código Florestal tem nova votação prevista para o início de março.

*Com Divulgação

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