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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

Fundão rasga discurso de Rodrigo Cunha e Davi empaca com suplente barrado pela Justiça

19/09/2022 13:36

A incoerência, praticada de forma ostensiva e flagrante, aparece nessa reta final de campanha como uma grande pedra no difícil caminho de Rodrigo Cunha e Davi Davino Filho. Para quem a pratica, a incoerência pode parecer algo tolo e inofensivo, mas configura pecado mortal aos olhos de quem a testemunha.

Já com o nome indicado como futuro candidato a governador de Alagoas, Rodrigo Cunha lançou vigoroso repúdio ao fundão de R$ 5,7 bilhões, que chamou de vergonha e prometeu votar contra no Senado Federal. A atitude exemplar, entretanto, não passou de gesto efêmero apagado por um lance nada sutil de esperteza: Cunha trocou de partido, filiou-se ao endinheirado União Brasil e, hoje, se refestela com seis milhões de reais. Uma fortuna em suas mãos, para gastos de campanha, vinda de onde? Do vergonhoso fundão, que tanto ele execrava e que indignava a opinião pública.

O impacto da incoerência é terrível e lança por terra o discurso fantasioso e ‘inocente’ de Cunha porque não apenas gera dúvida e desconfiança, mas implode de vez o sentido da palavra empenhada. Um candidato que condena algo e depois se apega ao que escorraça, não pode ser elevado a sério pelos eleitores.

Seu colega Davi Davino Filho também incorre em fatal incoerência. Com um discurso que busca defini-lo como ‘diferente’, vinha fazendo uma campanha recheada de críticas dirigidas seletivamente ao principal candidato ao Senado, o ex-governador Renan Filho (líder absoluto de todas as pesquisas), até que a Justiça Eleitoral barrou a candidatura de seu suplente (o ex-deputado estadual e federal João Caldas), por ter sido condenado em 2ª instância no processo da Máfia das Ambulâncias, julgado por um Tribunal Federal Regional. Nada surpreendente.

Colocar na própria chapa, no caso, como 1º suplente, alguém inabilitado por decisão da Justiça, expõe Davi Filho duplamente: pela falta de coerência com sua pregação discursiva e por expor sua falta de vivência política. E isso explica por que somente uns vinte por cento dos eleitores (conforme as pesquisas de intenção de voto) o consideram em condições de aspirar a uma função como a de representante de Alagoas no Senado da República.

 

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Com simulação, pesquisas antecipam resultado do segundo turno em Alagoas

12/09/2022 15:39

 

Se o eleitor desligar a TV e o rádio, na hora do ‘guia eleitoral’, terá a sensação de que este ano não há campanha eleitoral em Alagoas. Excluindo-se a propaganda eletrônica, o que se vê de campanha são adesivos dos candidatos colados em automóveis (em quantidade irrisória), uma tímida distribuição de santinhos e, em algumas esquinas, mocinhas portando bandeirolas com o número e o nome dos contratantes. Um ou outro debate não empolga e se resume à troca de farpas entre os contendores.

Poderia ser diferente? Claro que sim, mas o eleitor alagoano tem se comportado como quem já encontrou o que que devia estar procurando: um projeto para o Estado. Isso porque a sucessão de Renan Filho, com a eleição de Paulo Dantas para completar seu mandato entre maio e dezembro, simplesmente manteve em Alagoas o programa de governo que vem sendo executado desde janeiro de 2015, um programa reforçado por novas – e sequenciadoras – ideias e propostas do novo governador.

A Coluna registra que o alagoano já encontrou sua proposta ideal de governo recorrendo ao que revelam as pesquisas. Mudanças, variações podem acontecer, mas, até aqui, a maioria do eleitorado tem se manifestado a favor da continuidade de um projeto governamental que deu certo.  Renan Filho assumiu um estado quebrado, desorganizado e inserido num contexto de violência só visto nos ‘tempos do coronel Amaral’. Um estado sem hospitais, sem UPAs e com uma rede de ensino inoperante. Estradas esburacadas e sem interligação entre os municípios. E os servidores públicos mal remunerados e recebendo com atraso.

Esse cenário mudou completamente em menos de oito anos. Apesar dos efeitos gravosos da pandemia, a economia melhorou, o nível de emprego avançou e Alagoas ganhou destaque entre os estados. Uma mudança de cenário tão forte que, a partir de 2018, o nome de Renan Filho passou a ser incluído no rol de presidenciáveis. Era o Brasil reconhecendo seu trabalho.

Tudo isso explica por que o alagoano decidiu se antecipar por meio das pesquisas. Com o povo decidido,  a campanha se resume ao estrilar de uma oposição impotente e caricata que, à falta de projeto viável, limita-se a atacar e ofender quem já fez e e quem continua fazendo.

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O vale-tudo da campanha para tentar atingir Renan Filho e Paulo Dantas

05/09/2022 13:56

Não são iniciantes, mas, no calor da campanha, podem cometer descuidos. Por isso, Paulo Dantas e Renan Filho devem estar atentos – como diria o personagem da televisão – aos ‘mínimos detalhes’ em seus discursos e contatos em público.

É que vai aparecer, aqui e ali, gente querendo inventar e criar ‘situações embaraçosas’ para, obviamente, tentar arranhar a todo custo a imagem dos que lideram as pesquisas ao governo de Alagoas e Senado Federal.

É atestado de impotência, de incapacidade de lutar com ferramentas convencionais, mas é assim que o embate eleitoral funciona. Um gesto, um olhar oblíquo, um detalhe qualquer pode servir de pretexto para acusações e denúncias infundadas, que, hoje, costumam sobreviver algumas horas como Fake News.

Enfim, coisas que, em 'tempos normais', passariam invisíveis e silentes, na espinhosa caçada ao voto podem assumir 'ares' de 'tragédia grega'...

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Isolamento de Rodrigo Cunha é uma tendência irremediável

29/08/2022 18:59

A transferência de voto não funciona mais. No passado era diferente. Líderes políticos ‘orientavam’ e até ‘decidiam’ pelos eleitores. O grau de politização e mesmo de informação do conjunto social era o mínimo, muito precário. O voto de opinião, o programático, o ideológico não existia efetivamente. Mormente no interior, nos pequenos municípios, na zona rural. Era comum o eleitor abrir mão da autonomia e votar ‘atendendo a pedidos’. Essa situação mudou.

Os papéis não estão mais ‘invertidos’. Os eleitores – e não mais candidatos e dirigentes partidários – são hoje os verdadeiros protagonistas da cena eleitoral. De um modo geral, o eleitorado assumiu um ‘senso crítico’ que lhe confere razoável grau de independência durante a campanha e na hora de votar.

Nesse novo contexto de autonomia individual, as composições de segundo turno – em eleições majoritárias para cargos executivos como os de prefeito, governador e presidente – já não são tão relevantes. Contam, claro, mas não decidem. No caso da transferência de voto, vale lembrar a sucessão presidencial de 2018: Lula ganharia (estava preso) mas seu candidato, o Fernando Haddad, perdeu, e perdeu feio. E a transferência de voto? Isso sucede, também, porque há pleitos em que o eleitor decide previamente, escolhe o candidato e não dá a mínima para acertos e composições.

No atual cenário alagoano, as pesquisas já antecipam a preferência da maioria por Paulo Dantas. As simulações de 2º turno já mostram essa tendência. Na sondagem do Ibrape mais recente, Dantas vence Collor, Cunha e Palmeira. E isso já antecipa a escolha dos eleitores seja qual for o adversário do atual governador. Demais, uma coisa é certa, inexorável: o grupo de Artur Lira, Rodrigo Cunha e Davi Filho não apoiará Paulo Dantas numa decisão com Collor. Portanto, qualquer apoio é bem-vindo, menos o ‘apoio impossível’.

Por outro lado, Rodrigo Cunha está isolado porque, em nenhuma hipótese ou cenário, terá o apoio dos grupos de Paulo Dantas, Rui Palmeira e Fernando Collor (os dois últimos até já foram atacados pelo senador do UB). É lance primário, elementar, matemático, mesmo – embora nem todo observador se dê conta dessa ‘sutileza’. Mas o senador Renan Calheiros sabe disso, e como sabe.

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Lira tem o 'orçamento secreto', mas não o poder de decidir

15/08/2022 18:55

 

Antes de começar o debate eleitoral, o ‘orçamento secreto’ – invenção ardilosa para favorecer apadrinhados do governo central – já funcionava como fonte inesgotável de distribuição de recursos através das chamadas ‘emendas do relator’, artifício criado para repassar bilhões sem nenhum controle e, por isso mesmo, sem transparência.

No centro desse mecanismo despontava como protagonista o deputado Artur Lira, presidente da Câmara, aliado do presidente Bolsonaro, de quem recebeu total apoio para vencer a disputa com Baleia Rossi, presidente nacional do MDB.

À época, não faltou quem previsse: “O Lira vai deitar e rolar nas eleições em Alagoas”. Previsão errônea, precipitada. Evidente que, com o poder de repartir bilhões de reais em emendas destinadas a estados e municípios, o presidente da Câmara passava a exercer papel preponderante e a reunir condições para influir no ânimo de lideranças, governantes e eleitores.

Sucede que dinheiro público como o originário de emendas parlamentares não é o mesmo que dinheiro saído de conta bancária de particulares. No passado, ganhava-se eleição distribuindo dinheiro com os eleitores e até com escrutinadores. Mesmo assim, ninguém nunca conseguiu ‘comprar’ um mandato de governador, de senador e, menos ainda, de presidente.

E não só pelo volume de recursos, pela fortuna que seria necessário gastar para subornar tantos votantes. Também porque  numa compra de votos de tal proporção, os flagrantes e as denúncias não teriam como ser acobertados.

Na eleição deste ano em Alagoas, em tempo de orçamento secreto (que foi suspenso pelo Supremo Tribunal, mas em seguida liberado), supôs-se que Artur Lira, dono da bola numa das casas do Congresso Nacional, decidiria tudo. Era mandar dinheiro e cravar o resto: apoio político e eleitor no papo. Longe disso.

A campanha em curso mostra o contrário, o grupo político de Lira se esfacelando, definhando, minguando. Do outro lado, o bloco governista avança com adesões e alta aprovação popular. O dinheiro das emendas não surtiu o efeito previsto e já houve até flagrante público e escandaloso de seu manuseio criminoso.

 

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