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Estreou em 1973 como repórter do Diário de Pernambuco, do qual foi redator e editor setorial. Foi editor-geral do Diário da Borborema-PB, Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas. Foi colunista político e editorialista de O Jornal. Exerceu os seguintes cargos: Coordenador de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas, Delegado Regional do Ministério do Trabalho, Secretário de Imprensa da Prefeitura de Maceió e Secretário de Comunicação de Alagoas. Atualmente é editor-geral do PRIMEIRA EDIÇÃO.

Paulo joga limpo priorizando propostas, evita agressões pessoais e vence debate final na TV Gazeta

28/10/2022 15:25

 

 

Parceiro do senador eleito Renan Filho em centenas de obras já executadas e em andamento em todas as regiões de Alagoas, o governador Paulo Dantas (MDB) reforçou que dará continuidade

aos programas sociais ( Cartão CRIA, Escola 10, Pacto contra a Fome) e à valorização do funcionalismo, e também promoverá concursos públicos nos próximos anos.

A garantia foi apresentada durante o último debate televisivo do 2º turno, quinta-feira (27) à noite, nos estúdios da TV Gazeta.

Enquanto isso, o candidato Rodrigo Cunha (União Brasil) mais uma vez tergiversou quando perguntado sobre o apoio ao presidente Bolsonaro e as críticas que tem recebido por suas alianças  com vários políticos condenados pela Justiça em processos de corrupção.

Com equilíbrio e priorizando a exposição de propostas – ao contrário de Cunha, que insistiu nos ataques pessoais – Paulo Dantas foi visto mais uma vez vencedor como vencedor de embate com Cunha.

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Por que a onda de armações e ataques contra Paulo não funciona? Muito simples, veja aqui..

24/10/2022 13:11

De repente, em pleno curso da eleição, Paulo Dantas virou – para os adversários, obviamente – a versão masculina da ‘Geni’ – aquela personagem ultrajada e massacrada na letra musical escrita por Chico Buarque. Observe: até março deste ano, Paulo Dantas era um ilustre desconhecido do grande público, da Polícia, do Judiciário e até de seus inimigos políticos de agora. O que houve?

A campanha eleitoral. Simples assim. Desde que Paulo foi eleito governador pela Assembleia Legislativa, que os adversários, olho focado no poder, passaram a discutir como derrotar – não importando os meios usados para isso – o candidato de Renan Filho, de Lula, de mais de 20 deputados estaduais, de mais de 80 prefeitos e de um número incontável de vereadores.

Evidente, óbvio, ululante que um rolo compressor desses não poderia ser enfrentado por métodos convencionais. Exposição de projetos e propostas, por exemplo. Então, de repente, começaram a surgir acusações, denúncias, suspeitas contra Paulo Dantas. De repente, uma investigação associa Paulo a ‘rachadinha’ e a Justiça de Brasília – que não conhece os alagoanos como a Justiça de Alagoas – afasta Paulo do governo.

Efeito prático? Nenhum. Pesquisas continuam mostrando que a maioria dos alagoanos quer Paulo Dantas governador. A essa altura, seja como resposta a interferências no processo eleitoral, seja como admissão pura e simples de que Paulo e seu grupo político representam uma esperança viva para Alagoas.

Esse método de campanha – focado em agressões e denúncias inventadas – não funciona. Vingaria se o eleitor fosse bobo, lerdo, incapaz de perceber truques e montagens. Felizmente, a educação avançou e, com ela, o poder de análise da população. E não é difícil notar: a campanha de Rodrigo Cunha consome 90% do tempo dirigindo ataques ao adversário. A única proposta é a história de arranjar dinheiro fácil para pagar dívida. Alguém crê?

Em casa, na rua, em toda parte as pessoas vivem a se perguntar: por que será que Cunha insiste em atacar, se essa ‘tática’ não funciona, como atestam as pesquisas? A resposta é simples: Paulo é governador e tem o que mostrar, mesmo em curto espaço de tempo governando. E o eleitor sabe e vê o estupendo acervo de obras e programas sociais viabilizados por Renan Filho. Conclusão: Cunha sabe que a miragem das promessas no rádio e na TV não mede forças com a realidade palpável.

Por sua vez, o eleitor alagoano – a grande maioria – sente como inevitável a necessidade de imaginar o que está por trás e o que move o bombardeio contra Paulo Dantas, somente acionado após a surra de votos que ele aplicou em Rodrigo Cunha no 1º turno.

 

O GRANDE TROPEÇO DE RODRIGO NA CORRIDA AO GOVERNO DE ALAGOAS

A discreta, apagada atuação no Senado impediu que Rodrigo Cunha disputasse o governo alagoano como um ‘protagonista’, mas seu grande tropeço foi associar-se ao deputado Artur Lira, no exato momento em que foi criado o ‘orçamento secreto’. A aliança foi tão crucial que Cunha percorreu todo o trajeto da campanha eleitoral omitindo o apoio que recebeu de Lira. Outro ponto crítico: não se alinhou a nenhum candidato presidencial.

 

POR QUE COLLOR NÃO DECLARA APOIO NO 2º TURNO

Embora não tenha declarado voto em Paulo, a postura do senador Fernando Collor no 1º turno – batendo firme em Cunha o tempo todo – induziu seus eleitores a optar pelo governador do MDB. É mera questão de interpretação: quem não ‘tá com Pedro’, só pode tá com Paulo’. Collor não manifesta apoio no 2º turno devido ao seu alinhamento com Bolsonaro. Paulo, como se sabe, é Lula.

 

POLARIZAÇÃO SE ACENTUOU MAIS NA RETA FINAL RUMO À PRESIDÊNCIA

A disputa presidencial segue indefinida – mesmo com as pesquisas mostrando Lula com vantagem – e a tendência é que o vitorioso do próximo dia 30 coloque uma margem apertada de votos sobre o adversário. Isso é eleição polarizada, previsivelmente polarizada. Com a experiência que parecia ter, Ciro Gomes não poderia jamais ter apostado em ‘terceira via’.

 

RABO DE FOGUETE

No debate da TV Pajuçara, Cunha falou em pacto “pela fome”. Paulo corrigiu: “Pacto contra a fome”. Vitória por nocaute.

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Pode até mudar, mas a maioria dos alagoanos já disse 'quem não quer' para governador

17/10/2022 17:55

O processo eleitoral alagoano vive um clima de turbulência jamais visto nas últimas cinco décadas. Não se trata mais de um processo democrático, com a livre manifestação do eleitor. O apelo à intervenção do Judiciário, primeiro tentando sem êxito impedir a eleição de Paulo Dantas para concluir o mandato de Renan Filho, e depois afastando o governador do cargo, remete a eleição de Alagoas para o terreno que, popularmente, se conhece como ‘tapetão’.

No final, assim como no 1º turno, o eleitor vai comparecer às seções eleitorais e votar – para governador e presidente – mas sem a tranquilidade desejável. Isso porque muitos sofrerão a influência da decisão judicial que tirou Paulo Dantas do cargo.

O normal, para um processo que está apenas começando e que percorrerá longo caminho até chegar a um julgamento, seria deixar o processo eleitoral seguir sem interferência, sem medidas cautelares como o afastamento do governador.

Mas algo sumamente relevante parece mostrar que, com Paulo governando ou fora do cargo, a maioria dos alagoanos tem posição firmada para o próximo dia 30: o resultado das urnas do 1º turno. É só atentar para os números: de um total aproximado de 1 milhão e 500 mil votantes, o candidato Rodrigo Cunha conseguiu o voto de apenas 400 mil. Mais de 700 mil votaram em Paulo, mais de 220 mil em Collor e mais de 170 mil em Rui.

Com toda confusão criada no curso do 2º turno, claro que o cenário pode sofrer mudança, mas o indicativo de rejeição ao candidato do União Brasil foi alto demais nas urnas de 2 de outubro. E a preferência por Paulo se manteve crescente – agora de acordo com pesquisas de intenção de voto – o que reforça a teoria de que a maior parcela dos alagoanos não quer Rodrigo.

O tempo, em curtíssimo prazo, vai revelar como as pessoas estão reagindo ao movimento do jogo eleitoral com decisões no âmbito judicial. Pesquisas ajudarão a detectar ou não reposicionamentos, desistências ou manutenção de posições alicerçadas.

Nas ruas, entretanto, pode-se ver e sentir que as pessoas que defendem a continuidade do projeto de governo de Renan Filho – continuado por Paulo Dantas – não parecem de modo algum dispostas a mudar suas convicções. Elas agem e se manifestam compelidas pela certeza de que o mais importante é manter Alagoas em movimento, sem riscos de paralisia.

Até porque – é público e notório – quando se trata de problemas de gestão de recursos da Assembleia Legislativa, todos sabem do  esquema que foi desbaratado pela célebre Operação Taturana, executada pela Polícia Federal em 2007/2008, e quais os personagens envolvidos.

 

GRAVE MOMENTO NA HISTÓRIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

 

Com ou sem ‘motivação política’, o fato indiscutível é que a decisão da ministra Laurita Vaz, do STJ, de afastar o governador Paulo Dantas do cargo (praticamente às vésperas  do 2º turno da sucessão estadual) interferiu no processo eleitoral alagoano. Por isso mesmo, entra para a história do Judiciário brasileiro como um fato gravíssimo digno de reflexão e, quem sabe, de mudanças no ordenamento que permite esse tipo de decisão.

 

AS DUAS FACES DE UMA MOEDA: PREJUÍZO E EFEITO CONTRÁRIO

Mas o despacho da relatora Laurita Vaz, lembrando o formato de uma ‘moeda’, tem duas faces: Lado Um – o prejuízo causado a um candidato sem culpa formada, sem julgamento e sem condenação; Lado Dois – o efeito contrário produzido na consciência do alagoano. Mesmo porque, aqui no Estado, o povo sabe que, acima de Paulo e Cunha, a disputa final envolve os dois concorrentes à presidência da República: Lula e Bolsonaro.

 

DUAS PERGUNTAS QUE OS ELEITORES SE FAZEM EM SUAS REFLEXÕES

Impossível tratar desse tema indigesto sem analisar duas questões: 1 - Por que a Polícia Federal produziu e finalizou uma investigação, em pleno ano eleitoral, acusando um deputado que não era mais deputado?; 2 – Por que a ministra do STJ não pôde esperar apenas 20 dias para tomar sua decisão sem interferir no clima da campanha eleitoral rumo ao 2º turno?

 

O ALVO, PELO QUE SE OUVE NAS RUAS, NEM ERA PAULO DANTAS

Resta aguardar para ver o desdobramento dos fatos eleitorais. O colunista, em contatos com pessoas nas ruas, em supermercados e lojas, em bancos e postos de combustíveis, captou um dado interessante: as pessoas que opinaram sobre a decisão da ministra Laurita Vaz e criticaram o governador Paulo Dantas, defendiam Bolsonaro. Paulo, como se sabe, é aliado de Lula.

 

O POVO ABSORVE O ‘IMPACTO’, REFLETE E TOMA SUA PRÓPRIA DECISÃO

Esse tipo de denúncia/condenação – já provado pelos alagoanos nas escaramuças do 1º turno – tende a causar impacto e a perder força quando as pessoas começam a refletir. O vídeo do pai denunciando o filho governador produziu mais ruído, mas causou efeito contrário nas urnas. Já a decisão da ministra mexe com os brios e o sentido de autonomia do povo alagoano. Por isso, a resposta no dia 30 poderá ser mais contundente ainda.

 

O ADVERSÁRIO QUE RODRIGO CUNHA E JÓ PEREIRA NÃO CONSEGUEM VENCER

O maior problema de Rodrigo Cunha e Jó Pereira nesta eleição não é sua aliança com Artur Lira. Pesa, claro, mas o imbatível adversário do senador e da deputada é o conjunto da obra executada por Renan Filho e sequenciada por Paulo Dantas. Nenhuma campanha eleitoral tem consistência  e prospera apenas com palavras – sejam acusações ou promessas. É o vento esbarrando na realidade física, palpável, visível, sentida e vivida pelos alagoanos em geral.

 

RABO DE FOGUETE

 

Alguém pode explicar por que o STJ afastou Paulo Dantas, mas não fez o mesmo com Wilson Lima, atual governador acusado de desviar recursos públicos do Amazonas?

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Lula lembra sua condenação e defende governador Paulo Dantas: "Quem quer tirar você da eleição?"

14/10/2022 09:18

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que participou, nesta quinta-feira (13), de uma grande caminhada pelo Centro de Maceió, defendeu o governador Paulo Dantas (MDB), afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) após ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal.

Paulo Dantas, que tenta a reeleição e disputa o segundo turno contra Rodrigo Cunha (União), aliado do deputado Artur Lira, é investigado em suposto esquema de desvios de recursos da Assembleia Legislativa, caso que tramita em segredo de Justiça, mas que é do conhecimento do público.

Em discurso, Lula comparou a situação do governante à que ele passou quando foi condenado e preso pela Lava Jato.

 “Eu sei o que você está passando. Na minha opinião, todo mundo é inocente até que provem o contrário. Essa condenação precipitada sua me cheira à minha condenação”, disse.

O petista disse ter sido condenado apenas para evitar que ele fosse candidato à presidência da República em 2018. E insinuou que a operação da PF contra Paulo Dantas teria sido fruto da atuação de opositores do governo local.

“Quem é que tem interesse em evitar que você seja candidato? Alguém. Eu não vou dizer o nome. Você deve ter um esquema nesse estado que pertence à oposição que não gosta do governo progressista e quer evitar que você continue as obras tão importantes feitas neste estado” .

Além disso, o ex-presidente disse ter sido aconselhado desistir do evento em Alagoas devido à situação do governador.

“Tinha pessoas que diziam ‘Lula, não vai em Alagoas não, porque o candidato lá tá sob judice, foi condenado’. Quero dizer a vocês: eu jamais deixarei um companheiro no meio do caminho. Eu tomei a decisão de vir pra mostrar a minha solidariedade”.

Ao lado de Lula, também estavam no comício o senador Renan Calheiros (MDB) e seu filho, o ex-governador e senador eleito Renan Filho (MDB) e o senador Randolfe Rodrigues.

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Reação de juristas e da Imprensa condenando ação contra Paulo Dantas ganha dimensão nacional

12/10/2022 18:02

 

Juristas e intelectuais de todo o país se posicionaram contrários à decisão da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de afastar do cargo o governador de Alagoas e candidato à reeleição Paulo Dantas (MDB).

Eles apontam como estranha, violenta, injustificável e inoportuna a interferência no processo eleitoral às vésperas do segundo turno, onde Paulo lidera com ampla vantagem sobre o seu concorrente, Rodrigo Cunha (UB), aliado do deputado Artur Lira.

A ordem de afastamento ocorreu estranhamente um dia após o governador Paulo Dantas anunciar a vinda do ex-presidente Lula (PT) para Maceió e da divulgação de uma pesquisa eleitoral que aponta Paulo com 59% das intenções de votos.

Na última segunda-feira (10) aconteceu uma grande reunião com mais de 80 prefeitos, deputados estaduais e federais eleitos e reeleitos em apoio à reeleição do governador alagoano

 

GRUPO PRERROGATIVAS

Formado por professoras e professores, intelectuais, economistas e por advogadas e advogados de São Paulo, o Grupo Prerrogativas  se pronunciou por meio de nota em que repudiou a estranha e violenta decisão que determinou busca e apreensão e o afastamento de Paulo.

O grupo ainda questiona a urgência de tal decisão desproporcional e destaca que a “violenta decisão” é injustificável e repete os recentes abusos ao direito.

Já os colunistas Leonardo Sakamoto e Kennedy Alencar, ambos do UOL, veem a ação da Polícia Federal em cumprimento de mandados expedidos pelo STJ de cunho eleitoral e interferência do presidente Jair Bolsonaro a pedidos do seu aliado Arthur Lira – presidente da Câmara dos Deputados – que apoia o candidato Rodrigo Cunha (União).

Sakamoto foi mais além e comparou a ação ocorrida nesta terça-feira contra Paulo Dantas, que ocorreu de forma célere, mas que tem se calado diante das denúncias contra Arthur Lira pelo mesmo motivo.

“O Brasil nos brindou, nesta terça (11), com uma visão de como o bolsonarismo usa a máquina pública para atacar adversários. E conta com a ajuda de uma Justiça que, sem corar as bochechas, pune um aliado de Lula, mas se cala diante de um aliado de Bolsonaro já condenado pelo mesmo motivo. Tudo isso entre o primeiro e o segundo turno das eleições. Traduzindo: a polícia sob comando de Jair Bolsonaro, que teve muito tempo para realizar uma operação contra Dantas por algo que ele supostamente teria feito quando parlamentar, veja só que coincidência, dois dias antes de um ato de campanha de Lula com o governador na capital Maceió.”, escreveu Sakamoto.

O jornalista Joaquim de Carvalho relembrou em uma publicação em seu Twitter que “a ministra Laurita Vaz, do STJ, é a mesma que permitiu o golpe de Moro, Gebran e Thompson contra decisão legítima e soberana de Rogério Favreto, em 2018, que dava a liberdade a Lula. Com isso, Laurita facilitou o caminho e Bolsonaro ao Planalto”, escreveu.

O jornalista Florestan Fernandes Jr. também usou o Twitter para afirmar que a operação da Polícia Federal contra Paulo Dantas requenta “fatos supostamente ocorridos três anos atrás” e tem um “viés político claro”. “Operação sobre fatos que ao que parece são de três anos atrás, deflagrada na boca do 2º turno. Viés político claro. Sinal de que Lula deve estar imbatível”, escreveu Florestan.

 

REINALDO AZEVEDO

Outro jornalista renomado, Reinaldo Azevedo (UOL/Folha de S. Paulo) denunciou a interferência da Polícia Federal e do Judiciário, no processo eleitoral alagoano, Verja o que ele escreveu sobre esse apisódio escabroso:

"Qualquer que tenha sido o escândalo protagonizado por Paulo Dantas (MDB), governador de Alagoas que concorre à reeleição — E ISSO NA HIPÓTESE DE HAVER UM —, não será certamente tão escandaloso como uma operação policial deflagrada na boca da urna, a 19 dias do segundo turno, sendo o Estado palco não só do embate nacional — e Jair Bolsonaro tomou uma surra ali —, mas também território de uma disputa local: entre o senador Renan Calheiros (MDB), aliado de Dantas, e Arthur Lira (PP), presidente da Câmara.

É evidente que uma ação deflagrada nessas condições, a pedido da Polícia Federal e com a anuência da Procuradoria Geral da República, não ignora o óbvio e consequente impacto político-eleitoral. “Ah, mas então se deve deixar prosperar o malfeito em razão da eleição?” Ainda que ele tenha existido, a pergunta está errada. Consta que eventuais irregularidades apresentadas datam de 2019. E se decide por esse espalhafato a três semanas do pleito? Inaceitável!

Não só se autorizam os mandados de busca e apreensão como se afasta o governador por 180 dias como consequência de uma operação que acaba de ser deflagrada? Convenham: não é um procedimento de investigação, mas de condenação antecipada. E, como de hábito, vem a público a imagem de dinheiro vivo encontrado em algum lugar — antes de ser convertido em imóveis, não é mesmo, Bolsonaros? —, sem que se saiba exatamente de quem ou qual a sua ligação com o governador afastado. Há coisas do arco da velha. Lula estará em Maceió nesta quinta.

O petista venceu Bolsonaro em 94 dos 102 municípios do Estado. Em votos válidos, 56,5% a 36,5% dos votos. Dantas, agora afastado, apoiado por Renan Calheiros e por Lula, venceu Rodrigo Cunha (UB), o candidato de Lira, em 83 cidades, por 46,64% a 26,79%. Pesquisa Real Time Big Data, publicada nesta terça, aponta que o governador que sofreu a ação venceria a disputa por 59% a 41%.O fedor da manipulação política sai por todos os poros. Ontem, a, digamos, periferia dos apoiadores de Cunha, o homem de Lira, anunciava nos meios políticos de Alagoas “uma bomba” para hoje. A bomba está aí.

O curioso é que a acusação original contra Dantas estaria ligada a um esquema de rachadinha ao tempo em que era deputado estadual. Curioso por quê? Era a mesma que pendia sobre a cabeça de Arthur Lira. Entre 2001 e 2007, ele teria liderado, segundo acusou o Ministério Público de Alagoas, um esquema que teriam movimentado R$ 254 milhões dos cofres públicos.

Informa o Estadão:

“Dois anos depois, o juiz Carlos Henrique Pita Duarte, da 3ª Vara Criminal de Maceió, invalidou as provas do caso, absolvendo Lira sumariamente — quando não há análise do mérito da ação — das acusações de peculato e lavagem de dinheiro. Tal sentença foi dada horas após o Estadão revelar detalhes da denúncia, é época em que Lira ainda era o candidato do Palácio do Planalto para a presidência da Câmara dos Deputados. “Parece que estamos voltando ao tempo em que ser amigo do rei tem como garantia a impunidade. Ser inimigo tem como consequência a masmorra.

TENSÃO NO AR

A PGR aquiesceu coma operação na boca da urna. Mas consta que se foi surpreendida pelo afastamento do govenador. Pois é… Não se condescende com meia arbitrariedade, não é? Um pouco já vale por uma arbitrariedade inteira. Esta coluna apurou que é grande a pressão para que se decrete a prisão do governador. Os manipuladores do caos entendem que só assim se criaria um fato eleitoral forte o bastante. Pior: são quentes os boatos de que novas operações do gênero podem ocorrer em outros Estados até o dia da eleição. Nunca se viu nada assim depois da redemocratização. Há a forte suspeita de que entes do Estado estão sendo usados com o intuito de interferir no resultado da eleição. Em Alagoas e no Brasil. Parece que a regra é a seguinte: se o povo não se mostra disposto a fazer o que eles querem, dê-se um jeito, qualquer um, de mudar a opinião do povo. Só não vale o convencimento legítimo. O resto vale".

 

MAIS REAÇÕES

Em um vídeo postado em suas redes sociais, o advogado alagoano e professor da Ufal Welton Roberto defendeu que a liminar concedida pela ministra Laurita Vaz não tem nenhum sustentáculo jurídico e que será revertida nas instâncias superiores. “Não tem sequer contemporaneidade, uma vez que o suposto fato é de 2017, onde o nosso governador sequer era governante do Estado e sequer figura como investigado. Tenho a tranquilidade e a serenidade de que isso será revertido nas instâncias superiores”.

O professor da Ufal e conselheiro federal da OAB-AL Fernando Falcão também condenou a operação da PF “contra o governador que é candidato à reeleição e que lidera com folga as pesquisas eleitorais e que é apoiador de Lula?!? E ainda por cima fundamentando sua pirotecnia numa alegada “urgência” no cumprimento das medidas cautelares, mesmo estando a investigação em curso há pelo menos cinco anos?!?”, afirmou pelo Instagram. “Como explicar aos alunos em sala de aula que a PF é polícia de Estado e não de governo? Como explicar que existem regras numa disputa eleitoral que devem garantir a isonomia entre os candidatos? Como dizer que nossas instituições públicas são confiáveis quando mostram, inequivocamente, que estão a serviço de um projeto de poder?”, questionou Falcão

“Essa é a mais clara demonstração de que a Polícia Federal foi aparelhada. Triste fim de uma instituição que um dia já foi respeitada”, disse o jurista.

(Site 'É Assim com Assessoria)

 

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Primeira Edição © 2011