No Dia do Planeta Terra, Orla de Maceió recebe protesto contra novo Código Florestal

Mangue Faz a Diferença realizou protestos por todo o Brasil. Alagoas reuniu dezenas de ambientalistas em apitaço, com direito a 'tinha de lama'

24/04/2012 06:07

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Jessica Pacheco

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No último domingo, 22 de abril, comemorado Dia do Planeta Terra, organizações ambientais de todo o Brasil, sob o comando da Fundação SOS Mata Atlântica, realizaram mobilizações da Campanha Mangue Faz a Diferença, o alvo do protesto, mais uma vez, é o novo código florestal brasileiro.

Jessica PachecoAlagoas também realizou a sua manifestação. A ONG executora no Estado, é o Instituto Biota de Conservação que mobilizou dezenas de pessoas na orla de Maceió em uma caminhada de protestos, com direitos a faixas, gritos de guerra cobrando a promessa da presidenta Dilma Rousseff e protestos contra o relator do código, Aldo Rebelo.

“A idéia é fazer zuada. Chama a atenção da população”, dizia Bruno Stefanis em posse de um mega fone. “Vamos mostrar pra Dilma que ela tem que cumprir a promessa que fez aos 20 milhões de eleitores que ela pegou da Marina Silva”, dizia ele em referencia a uma promessa de campanha de vetar qualquer projeto que prejudicasse o meio ambiente brasileiro.

Jessica Pacheco

Além do apitaço e das faixas de protestos, alguns manifestantes se 'pintaram' com a lama do mangue.

"Vocês que estam no conformo dos seus apartamentos, isso aqui era tudo mangue e agora não existe mais", gritava o manifestante. "Essa lama aqui é do mangue do Riacho Doce, um dos poucos ainda não poluídos", finalizou.

Jessica Pacheco

Problemas no Código Florestal

Os principais problemas da proposta do Código Florestal é que estimula novos desmatamentos, anula multas de crimes ambientais, reduz Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de reservas legais e desobriga a recuperação da grande maioria das áreas ilegalmente desmatadas.

Jessica PachecoKenzo Jucá, especialista em políticas públicas do WWF-Brasil, afirma que “o texto aprovado no Senado é extremamente ruim e representa um retrocesso na legislação brasileira”. “Por isso, defendemos que a única solução é o veto da presidente, caso a Câmara dos Deputados insista em votar o projeto no dia 24”, diz ele.

Apesar dos pedidos de cientistas, juristas, organizações da sociedade civil e movimentos sociais para que o processo seja revisto e realizado de forma responsável, o texto deve entrar na pauta da Câmara na próxima semana. O texto do relator Paulo Piau, porém, ainda não foi apresentado.

Jessica PachecoPara Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, “o cenário é muito preocupante”. “O governo joga com o público ao dizer que quer o relatório antes, mas a previsão é que o texto saia na véspera da votação para evitar pressão da sociedade civil. O desenho está se dando como foi na última votação na Câmara, ou seja, na base da chantagem”, afirma. Ele diz ainda que teme que todas as controvérsias contidas na Emenda 164 voltem nesse novo relatório.

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*Com Divulgação

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