Bolsonaro diz que falará com Guedes sobre taxação de bens vendidos aos EUA

02/12/2019 15:37

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EFE

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que poderá entrar em contato com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para debater o anúncio da restauração de tarifas sobre aço e alumínio comprado do Brasil e também da Argentina.

"Vou falar agora com (o ministro da Economia, Paulo) Guedes, e, se for o caso, telefono para Trump, porque tenho um canal aberto com ele", garantiu o chefe de governo, em entrevista coletiva concedida em Brasília, pela manhã.

Mais cedo, o presidente americano usou o Twitter para anunciar que retaliará medidas de Brasil e Argentina, com a restauração de tarifas sobre aço e alumínio dos dois países.

"Brasil e Argentina aplicaram uma desvalorização maciça de suas moedas, o que não é bom para nossos agricultores", afirmou o mandatário na postagem feita no início da manhã no microblog.

"Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas de todo o aço e o alumínio enviado para os EUA a partir desses países", completou o presidente americano.

Perguntado sobre a possibilidade de que seja revertida a decisão do presidente americano, Bolsonaro preferiu se limitar a repetir que o assunto será abordado primeiramente com o ministro da Economia.

"Falo com Paulo Guedes e, depois, dou uma resposta, para que eu não tenha que recuar", disse o chefe de governo.

Em março, Trump impôs tarifas de 25% nas importações de aço e 10% nas de alumínio, em meio a guerra comercial dos EUA com a China. Os americanos, no entanto, flexibilizaram a taxação, depois que o Brasil aceitou um acordo que estabelece 10% sobre o alumínio e limites nas vendas de aço.

Em setembro deste ano, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, durante visita a Washington, afirmou que o governo de Jair Bolsonaro e o dos EUA anunciariam em breve um acordo de livre comércio, sem dar uma dada específica.

Recentemente, o real teve forte desvalorização diante do dólar, atingindo na última sexta-feira 9,43% desde o início do ano. EFE

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