Por que a reforma da Previdência vai tirar o Brasil do atoleiro

15/07/2019 14:50

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Romero Vieira Belo

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A reforma da Previdência não produzirá verão, mas deve anunciar uma primavera. Não é nenhuma panaceia, nem fonte milagrosa, mas, sem ela, o desajuste fiscal conduzirá o governo a um quadro de falência com efeitos catastróficos sobre a estrutura econômica brasileira. E não se trata, aqui, de simples ‘especulação’.

O desequilíbrio financeiro da Previdência não é coisa nova, recente. Vem lá de trás. Lula, por exemplo, fechou seu segundo mandato presidencial deixando um gigantesco déficit nas contas da Previdência. Aliás, foi o ex-presidente que criou o ‘abono permanência’, um incentivo milionário para segurar servidores na ativa e, assim, conter os crescentes pedidos de aposentadoria.

O desajuste se acentuou com Dilma. Em maio de 2016, pouco antes do impeachment, a estimativa era de que o déficit da Previdência, naquele ano, seria de 130 bilhões de reais. Em suma, o rombo previdenciário remonta a Fernando Henrique Cardoso e evoluiu, progressivamente, exigindo mudanças no sistema. Dilma, todos se lembram, criou o modelo 85/95, ainda vigente: mulher se aposenta com 85 e homem com 95 anos, somados idade e tempo de contribuição. E já houve aumento de um ano para ambos.

Com a reforma de Bolsonaro, o quadro vai mudar porque o governo deixará de relocar bilhões de reais para completar a folha de aposentados e pensionistas. Com isso, a montanha de dinheiro que, atualmente, vai para a conta do sistema previdenciário, será redirecionado para investimentos. Muitos bilhões de reais. E esse efeito será sentido já no próximo ano. Haverá uma progressão.

Em paralelo, os investidores – empresários brasileiros e de fora – voltarão a investir, ampliando e abrindo empresas. Daí advirá, inevitavelmente, mais emprego, mas renda e mais arrecadação.

A economia ganhará, ainda, novo impulso se o governo emplacar uma reforma tributária que reduza a carga de impostos e aumente a base de contribuição, como se faz nos Estados Unidos.

A reforma em curso, vale enfatizar, não vai operar milagre. Mas vai, com certeza, ajustar as contas do governo e estampar a seriedade que todos cobram para ter confiança no Brasil.

 

Primeira Edição © 2011