Explosão em templo no Paquistão deixa 52 mortos e mais de 100 feridos

12/11/2016 17:57

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EFE

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Pelo menos 52 pessoas morreram, entre elas várias crianças e mulheres, e mais de 100 ficaram feridas neste sábado devido a uma explosão em um templo sufista na província de Baluchistão, no sul do Paquistão, informou à Agência Efe uma fonte policial.

"Há 35 mortos e mais de 70 feridos na explosão, aparentemente foi um ataque suicida", declarou à Efe Shabir Ahmed, oficial da polícia tribal do distrito Khuzdar do Baluchistão, onde aconteceu o ataque contra o templo Shah Noorani.

A fonte indicou que no momento da explosão havia muita gente que tinha se deslocado de Karachi, no sul do país, razão pela qual "o número de mortos pode subir".

Ahmed acrescentou que neste momento há "sérias dificuldades" porque se trata de uma área tribal de difícil acesso que se encontra às escuras, e o exército está se mobilizando para chegar à região, situada em uma zona montanhosa.

Algumas ambulâncias saíram da cidade de Hub, próxima ao local da explosão, e de Karachi, detalhou Ahmed, ao assinalar que os feridos estão sendo levados aos hospitais desses dois lugares.

O Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado e em comunicado, cuja autenticidade não pôde ser comprovada, afirmaram que "o irmão mártir Abu Abdullah al Jarasani se lançou contra uma concentração dos apóstatas em Baluchistão e detonou seu colete de explosivos".

O local do atentado se encontra perto de Hub, onde a força de elite paquistanesa Rangers realizou uma operação da qual informou hoje e na qual abateu o líder da organização terrorista Jundullah, Saqib Anjum, também segundo no comando na província Sindh do Tehreek i Talibã (TTP), a principal organização talibã do país.

A Jundullah, uma organização com vínculos com a Al Qaeda, tinha realizado contatos nos últimos anos com o EI.

O escritório do primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, emitiu um comunicado no qual condena o atentado com firmeza.

O Paquistão experimentou uma significativa redução da violência extremista desde que em junho de 2014 lançou uma operação nas áreas tribais contra o TTP e outros grupos insurgentes, que registrou milhares de mortos apresentados como terroristas pelo governo de Islamabad e mais de um milhão de deslocados internos.

Porém, o Baluchistão continuou sofrendo graves ataques com 362 mortos neste ano, muito acima dos 135 das zonas tribais, até pouco tempo atrás a área com mais mortalidade por violência extremista do país, segundo a base de dados do Instituto de Estudos de Conflito e Segurança do Paquistão.

No último mês de agosto, um suicida matou 72 advogados em um hospital no qual tinham se reunido pelo assassinato uma hora antes de outro proeminente letrado. 

Primeira Edição © 2011