Servidores recusam 2% e lembram que Rui aprovou 14% para ônibus

Trabalhadores entram em greve por tempo indeterminado; prefeito vai requerer ilegalidade

22/02/2016 10:27

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Redação

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O ‘ano difícil’, do prefeito Rui Palmeira, prenunciado em matéria deste jornal na edição anterior, vai começar nesta segunda-feira (22) com o início da greve decretada pelos servidores municipais em resposta ao reajuste salarial de 2,21% anunciado pelo chefe do Executivo maceioense.

A deflagração da greve foi decidida na terça-feira (16) durante assembleia geral dos servidores da Saúde, que se manifestaram inconformados com o percentual de reajuste oferecido por Rui Palmeira, tendo muitos deles lembrando que o prefeito sancionou reajuste superior a 14% para a passagem nos ônibus da capital.

Mas, na quinta-feira, os demais servidores da Municipalidade aderiram ao movimento, fazendo o prefeito Rui Palmeira reagir com o anúncio de que recorrerá ao Judiciário na tentativa de ter decretada a ilegalidade do movimento paredista.

 

PAM-SALGADINHO

Os funcionários da Saúde também protestam (inclusive com barraca armada em frente a sede da Câmara Municipal, na Praça Deodoro) contra o anunciado fechamento do PAM-Salgadinho para reforma, pois eles entendem que a recuperação do prédio pode ser executada sem afetar seu funcionamento.

Lembrando que os servidores reivindicam 14% de reposição salarial (percentual ainda inferior ao reajuste da tarifa nos coletivos urbanos) o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais da Saúde, Alessandro Fernandes, disse que os trabalhadores votaram pela paralisação depois que o prefeito Rui Palmeira que ofereceu apenas 2,21% de reajuste ao funcionalismo.

Segundo Fernandes, a categoria pediu 14% e o prefeito sinalizou com 2,2%. “Essa proposta foi rechaçada em assembleia e deliberamos pelo movimento grevista", afirmou o líder sindical acrescentando que 50% dos serviços serão mantidos nas unidades de saúde, um percentual maior do que determina a legislação, que é de 30%.

 

TARIFA DE ÔNIBUS

O presidente do Sindicato dos Servidores do Município, Sidney Lopes, também enfatizou o direito constitucional assegurado aos trabalhadores, de terem a correção salarial para preservar o poder aquisitivo de seus vencimentos, e lembrou que, além de reajustar impostos em quase 10%, como o IPTU, o prefeito Rui Palmeira sancionou um reajuste superior a 14% das tarifas dos coletivos urbanos, com reflexos diretos no bolso dos trabalhadores em geral.

 

OUTRO LADO

Ao oferecer reajuste de 2,21%, o prefeito Rui Palmeira argumentou que o Município passa por um momento financeiro delicado e que, por isso, “seria impossível conceder um reajuste maior”. Palmeira afirmou que o aumento dado no ano passado resultou em um impacto de R$ 50 milhões nas contas da Municipalidade. 

Após anunciar o percentual de reajuste, Rui Palmeira disse estar aberto ao diálogo, mas reagiu ao anúncio de greve afirmando que a decretação de um movimento paredista neste momento “não teria sentido”.

- Não posso conceder um reajuste e ficar sem pagar aos servidores depois. Estamos passando por um momento delicado, mas o município está aberto ao diálogo para buscarmos outras soluções. Porém, desde já, afirmo que não tem condições de fornecermos o aumento que eles querem. Inclusive, uma greve não teria sentido – ressaltou Palmeira.

Primeira Edição © 2011