ALE diz que só pode pagar divida com servidores em até 15 vezes

Inconformados trabalhadores denunciam que comissionados contratados para gabinetes de deputados recebem sem trabalhar

03/03/2015 14:29

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Redação

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A saga dos servidores efetivos, aposentados e pensionistas da Assembleia Legislativa do Estado, (ALE), não tem data para acabar.

Os trabalhadores exigem o pagamento do adicional de 15% das datas-bases; os salários de dezembro de todo o funcionalismo, e 1/3 de férias dos efetivos. Apenas a metade do 13º salário dos aposentados e pensionistas foi paga em dezembro. O restante dos 50% foi dividido em quatro parcelas.

Na manhã desta terça-feira, (3), após reunião entre representantes dos servidores foi votada a proposta da Mesa Diretora que quer pagar a divida em 15 vezes, cinco a menos que a última proposta que era de pagar os débitos em 20 vezes.

E novamente os servidores não aceitaram.

Em resposta a nova proposta da Mesa os parlamentares disseram que a Casa não tem condições financeiras para saldar a divida, frustrando a maioria dos trabalhadores que assistem  - quase que diariamente – a nomeação de pessoas para ocuparem cargos comissionados nos gabinetes dos deputados. Até o momento cerca de 500 pessoas já foram nomeadas.  

Integrante da Mesa, o deputado Isnaldo Bulhões, no encontro com os representantes dos trabalhadores, apresentou detalhes dos gastos fixos da ALE. Bulhões enumerou os valores gastos com a folha de pagamento, incluindo efetivos e comissionados (R$ 12,7 milhões); INSS (R$ 1 milhão e noventa mil); e um contrato de R$ 200 mil firmado para o funcionamento da TV Assembleia. Bulhões disse ainda que devido a redução do Orçamento da assembleia, os duodécimos de janeiro e fevereiro foram repassados com R$ 500 mil a menos cada. Segundo o parlamentar a proposta para pagar as dividas em 15 vezes é a última feita aos servidores, sob a alegação que não existe recursos.

Mas uma declaração do presidente da Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa, (Assala), Eduardo Fernandes, teria irritado um grupo de servidores. Na avaliação dele a Mesa  tem se esforçado para saldar o débito com os servidores. Eduardo foi criticado pelos trabalhadores. 

Ainda durante a tarde o presidente da Assala falou que as entidades que representam os servidores vão confrontar os dados apresentados pela Mesa Diretora com as informações da Secretaria da Estadual da Fazenda, quando será conhecida a verdadeira realidade financeira da Casa de Tavares Bastos.

CRUZAMENTO DE FOLHAS

Segundo dados do Ministério Público Estadual, (MPE), cerca de 5 mil servidores acumulam dois, três ou até quatro cargos na ALE, Estado, Prefeitura de Maceió e na Câmara de Vereadores.

A revelação foi possível após o cruzamento das folhas de pagamentos entre os órgãos a pedido do MPE que investiga a acumulação ilícita de cargos por parte de funcionários efetivos e comissionados.

Diante do quatro os promotores de Justiça Fernanda Moreira e Coaracy Fonseca, das 15ª e 17ª Promotorias de Justiça das Fazendas Públicas Municipal e Estadual, solicitaram a     demissão de todas as pessoas flagradas acumulando os cargos de maneira irregular.

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