Inflação alta detona Fundo do trabalhador

30/10/2014 18:08

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Redação

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Seria notícia inventada, mentira, como Lula costuma dizer, não fosse revelação do próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega: a inflação alta está devorando o dinheiro do trabalhador brasileiro, estacionado no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o popular FGTS. Intriga da oposição? Denúncia eleitoreira? Não, fato revelado pela autoridade mais importante da equipe do governo Dilma.

A decomposição do FGTS está ocorrendo, como afirmou Mantega, porque o dinheiro do trabalhador é aplicado e remunerado à ordem de 3% ao ano, ao passo que a inflação, como todo brasileiro já sabe, está acima de 6,5% nos últimos 12 meses. Um baque terrível.

Significa que, quanto mais tempo o dinheiro recolhido mensalmente pelo trabalhador ficar depositado no banco gestor – a Caixa Econômica Federal – menor será seu poder aquisitivo. Traduzindo, o Fundo do Trabalhador está sendo desintegrado pela inflação.

Mantega foi além, admitindo que, nos últimos dois meses, o rendimento da própria Caderneta de Poupança deve estar perdendo para a taxa de inflação. Aí existe um risco muito grande: se o poupador se der conta de que o seu dinheiro está encolhendo, por render menos do que a inflação, ele poderá sacá-lo e aplicar no consumo. Se tal acontecer – como já foi visto no passado de descontrole inflacionário – a pressão sobre os preços em geral será insuportável, provocando um inevitável repique da inflação.

A propósito de preços, vem aí o reajuste da gasolina (poderá ser uma cacetada, agora, ou amaciado em um aumento agora e outro no início do novo) além do complemento do ajuste tarifário da energia elétrica, um setor que parece fora do controle do governo. Em suma, o trabalhador está perdendo dinheiro e o monstro da inflação está de volta. E não se tratam de fantasmas criados pela oposição.

 

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