Um grupo formado por moradores armados tomou a Prefeitura de Paracuaro, no Estado de Michoacán, no oeste do México, no sábado. Durante a semana, prefeituras de outros dois povoados da região foram tomadas da mesma forma.

As chamadas autodefesas, ou polícias comunitárias, são formadas por grupos de cidadãos que, desde o começo de 2013, passaram a se armar para defender suas cidades da ação do crime organizado, de carteis de narcotraficantes e até de policiais que não cumprem seu dever.

Esse tipo de ação está presente em vários municípios dos Estados de Michoacán (oeste) e Guerrero (sul do país).

Em Michoacán, as polícias comunitárias se espalharam em uma subregião conhecida como Tierra Caliente, marcada pela pobreza e pela presença do cartel Cavaleiros Templários.

Esse grupo controla a produção de maconha, conta com laboratórios que produzem drogas sintéticas e seus membros praticam crimes como extorsão, sequestro e exploração ilegal de minas de ferro.

O cartel acusa as forças de autodefesa de serem financiadas pelo grupo rival, chamado Nova Geração.

A violência gerada pelas disputas entre traficantes e militares deixou mais de 70 mil mortos no México desde 2006.

ACIDENTE

José Manuel Mireles, líder do Conselho de Autodefesa de Michoacán, foi vítima de um acidente aéreo na noite de sábado. Ele e outras quatro pessoas ficaram feridas após a aeronave fazer um pouso forçado. Uma pessoa morreu.

As autoridades consideraram prematuro considerar que houve uma tentativa de atentado e, a princípio, apontaram uma falha mecânica como a causa do acidente.

Mireles também é líder da polícia comunitária de Tepalcatepec, um dos primeiros povoados a se levantar contra os traficantes, e um dos representantes mais conhecidos entre os grupos de cidadãos armados. Ele se recupera em um hospital de Morella, capital do estado de Michoacán.