EUA não cortarão imediatamente ajuda ao Egito, diz Casa Branca

Governo dos EUA ainda não está preparado para rotular a derrubada do governo egípcio como um golpe de Estado

08/07/2013 14:46

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Folha.com

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A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira que não está nos planos dos Estados Unidos mudar imediatamente seu programa de ajuda ao Egito, onde o presidente Mohammed Mursi foi afastado do cargo por militares na semana passada.

O governo dos EUA ainda não está preparado para rotular a derrubada do governo egípcio como um golpe de Estado, uma decisão que determinaria se a ajuda norte-americana ao país deveria continuar ou não, disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney.

"Há consequências significativas que irão junto com esta determinação, e é uma questão altamente sensível para milhões de egípcios que têm pontos de vista diferentes sobre o que aconteceu", afirmou Carney a repórteres.

"Nós vamos levar o tempo necessário para rever o que aconteceu e acompanhar os esforços por parte das autoridades egípcias para moldar um sistema inclusivo e democrático", disse ele.

O Departamento de Estado apelou ao Exército egípcio para exercer "máxima contenção" ao lidar com os manifestantes, depois que pelo menos 51 pessoas foram mortas quando militares abriram fogo contra partidários de Mursi nesta segunda-feira.

"Condenamos fortemente qualquer tipo de violência, bem como qualquer incitamento à violência", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado Jen Psaki.

"Pedimos aos militares para usar o máximo de contenção ao responder aos manifestantes, assim como pedimos a todos aqueles que estão protestando para fazê-lo em paz."

MORTES

Ao menos 51 apoiadores de Mursi morreram após entrarem em confronto com policiais da Guarda Republicana em frente à sede da entidade, onde o presidente deposto está detido. Outros 435 ficaram feridos depois que os policiais abriram fogo contra a multidão.

Os militares disseram que "um grupo terrorista" tentou invadir o prédio. A Irmandade Muçulmana, ao contrário, acusou o Exército de abrir fogo, enquanto alguns manifestantes islamistas faziam orações matinais em frente ao quartel no qual acredita-se que o presidente deposto Mohamed Mursi encontra-se detido.

Mursi, primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, foi deposto na quarta (3) por um golpe de Estado das Forças Armadas, associadas à oposição política, após milhões terem ido às ruas pedir sua renúncia.

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