Menor confessa estupro de menino de 7 anos na Pitanguinha

Acusado é primo da vítima e estava morando com a família a menos de um mês; violência foi confirmada por exame do IML

05/06/2013 08:37

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Marigleide Moura

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Um adolescente confessou ter estuprado um garoto de sete anos de idade no bairro da Pitanguinha, em Maceió. O menor E. F. de 16 anos fez a revelação perante os familiares da vítima na Central de Polícia, para onde foi levado após a mãe da criança ter tomado conhecimento do abuso sexual.

Em meio às lágrimas, na sala do Conselho Tutelar da 3ª e 4ª região, no bairro Bebedouro, a dona de casa Renata Pereira, de 26 anos de idade, contou como soube do abuso praticado contra seu filho. “Um primo, uma pessoa que eu acolhi estuprou meu filho. Meu filho contou tudo pra mim na segunda-feira”, lamenta a mãe inconformada.

Segundo Renata, o acusado estava morando com a família a aproximadamente 20 dias. Ele é primo da mãe do garoto e residia na Usina Cachoeira do Meirim, no Benedito Bentes, mas mudou para a Pitanguinha para estudar noutra escola. “Eu o matriculei na escola, fiz o cartão do SUS pra ele, dei todo o apoio e não imaginava nunca que isso poderia acontecer”, relatou aos prantos.

“Na segunda-feira eu saí de casa para fazer umas compras e deixei meu filho brincando com o vídeo game na sala. Minha filha, meu pai e ele estavam em casa. Mas minha filha me falou que E. F disse: vamos brincar no quarto. Lá é melhor e trancou a porta. Ele aproveitou o momento e fez”, narrou inconsolada.

“Meu filho me disse: mãe, ele me trancou e disse que eu só iria sair do quarto se fizesse safadeza com ele”.

Ainda conforme a mãe, o acusado abusou do garoto por pelo menos três vezes desde que foi morar com a família da vítima. “Ele estava estudando à tarde e meu filho pela manhã. Ele não tinha muito tempo para ficar perto dele. Aí ele esperava todo mundo dormir para abusar do meu filho. Ele fez isso duas vezes. Mas a terceira vez foi quando descobri”, falou Renata.

Na Central de Polícia, o menor acusado negou ter cometido abuso contra outras crianças ou ter praticado outros atos infracionais. Ele está à disposição da justiça e deve cumprir medidas socioeducativas.

Casos são freqüentes, diz Conselho

Marigleide MouraO caso está sendo acompanhado pelo Conselheiro Expedito Luiz, o Lula. Ele acompanhou a família até a Central de Polícia, onde foi registrado Boletim de Ocorrência e também no Instituto Médico Legal. Lula já preparou o relatório que será encaminhado ao promotor do Ministério Publico Estadual, Luiz Medeiros, que atua na área da infância e juventude.

Segundo Lula, infelizmente, os casos de abuso sexual contra crianças têm se tornado comuns. Somente em 2012, o Conselho da Tutelar da 3ª e 4ª região, no bairro Bebedouro registrou 22 ocorrências. “A maioria foi praticada por maiores de idade. Os acusados são sempre pessoas próximas à vítima”, explica.

Para Lula, a morosidade da Justiça machuca os familiares. “ Já acompanhei casos em que a família da vítima foi zombada pelo agressor por causa da demora. Uma avó me ligou reclamando disso. Sem saber o que fazer. O agressor acredita na impunidade e passa a debochar da situação, da vítima e dos familiares”.


 

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