Alerta geral contra diabetes

No dia de combate à doença, especialistas vão à Rocinha ensinar como se prevenir

12/11/2012 06:34

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O Dia

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O Dia Mundial do Diabetes é quarta-feira (14) e, para marcar a data e alertar sobre a importância da prevenção e do tratamento da doença, uma série de eventos está programada. No Rio, por exemplo, o Cristo Redentor será iluminado de azul, a cor que representa mundialmente a data.

Na cidade, um dos principais eventos, promovido pela Sociedade Brasileira de Diabetes — Regional Rio de Janeiro (SBD-RJ), reunirá no Complexo Esportivo da Favela da Rocinha, em São Conrado, endocrinologistas, nutricionistas e cirurgiões vasculares, entre outros especialistas. O obetivo é tirar dúvidas sobre a doença, que atinge 7% da população mundial.

Caracterizada pelo aumento da taxa de glicose no sangue, a diabetes pode ser do tipo 1 e do tipo 2. “Algumas pessoas nascem com predisposição genética e ao longo da vida desencadeiam um processo auto-imune que as impede de produzir a insulina que vai digerir a glicose. É o tipo 1 da doença e está mais associado a crianças e jovens”, explica o endocrinologista João Regis Carneiro, presidente da seção regional da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Ele esclarece que, nesses casos, o tratamento é feito com injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais.

Já o tipo 2 da diabetes ocorre, principalmente, em pessoas a partir dos 40 anos e responde por cerca de 90% dos casos de diabetes. É um tipo de diabetes associado principalmente a pessoas acima do peso e sedentárias.

Em geral, esses pacientes fazem tratamento apenas com medicação oral. E o fundamental, afirma Regis Carneiro, é a mudança no estilo de vida dessas pessoas: “Hábitos saudáveis de alimentação e atividades físicas são fundamentais para a boa resposta do tratamento”, explica.

Conscientização evita sequelas

Régis Carneiro alega que o controle da doença é fundamental porque as complicações podem ser severas. Problema renal, cegueira, falta de sensibilidade nos membros inferiores, o que leva a feridas e até a amputações, aumento do risco de enfarte e de acidente vascular cerebral (AVC) são algumas.

O engenheiro Júlio Alfredo Basílio Eiras, de 63 anos, é uma vítima dessas complicações. Diabético desde os 35 anos, ele teve o pé direito amputado há dois anos: “No início, não me cuidava. Fiquei revoltado e fingia que a doença não existia”, conta.

Acabou descobrindo que agir assim o prejudicava. “Hoje, tomo a medicação em dia, tenho alimentação saudável e faço exercícios. A diabetes está sob controle”, garante Eiras.

Para Carneiro, esse depoimento diz tudo: “A diabetes é uma doença crônica, não tem cura. Mas com informação e tratamento é possível ter uma boa qualidade de vida”, explica.

Primeira Edição © 2011