Editorial desta semana: Corrupção - "O grande ralo"

03/09/2012 06:10

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Jornal Primeira Edição

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São tantos os desvios de recursos públicos no Brasil – a maioria dos quais irrecuperáveis – que não seria exagero afirmar que, ou o Brasil acaba com a corrupção, ou a corrupção afunda o Brasil.

Segundo estudo divulgado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) a sangria nos cofres públicos da União, estados e municípios atinge a astronômica cifra de R$ 70 bilhões por ano.

É dinheiro que, se aplicado em obras sociais, em projetos de educação, em estruturas de saúde e em segurança, mudaria a face do País em poucos anos. A questão é: como fazê-lo?

A uma pergunta deste jornal sobre a falta de contrapartida do estado à alta carga tributária cobrada à população, a economista Luciana Caetano da Silva resumiu: os serviços públicos teriam mais qualidade se não houvesse tanta corrupção nos estados e municípios.

Verdade incontestável, embora se faça imperioso ressaltar que muitos dos recursos são desviados por esquemas envolvendo ministros de estado, congressistas, dirigentes de empresas estatais e altos funcionários do governo central.

Ora, se a corrupção é filha legítima da impunidade, então o antídoto para livrar o país desse veneno letal é uma legislação que puna com total rigor os saqueadores do dinheiro público. Como se faz, por exemplo, nos Estados Unidos da América.

Por isso, criminalizar todo e qualquer ato de improbidade se faz mais do que necessário. O corrupto, para pagar pelo que fez e servir de exemplo que desestimule outros a segui-lo, tem que devolver o que desviar e sofrer pena de privação da liberdade. É disso, pois, que deve cuidar, com urgência, o Congresso Nacional, aprovando uma legislação que seja implacável com todo tipo de corrupção.

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