Após medalha no boxe, pugilista e presidente batem boca

Adriana Araújo disparou críticas contra presidente da CBBoxe, Mauro José

08/08/2012 11:38

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Folha SP

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Após conquistar a medalha de bronze na categoria peso leve (até 60 kg) dos Jogos Olímpicos de Londres, a puglista Adriana Araújo, 30, criticou o presidente da CBBoxe (Confederação Brasileira de Boxe), Mauro José da Silva.

Adriana conquistou o bronze após perder na semifinal para a russa Sofya Ochigava por 17 a 11 --a modalidade não tem disputa de terceiro lugar. Sofya vai disputar o ouro contra a irlandesa Katie Taylor, tetracampeã mundial, que venceu Mavzuna Chorieva.

"A Confederação tem que ver os atletas que tem no Brasil e parar de ficar criticando. O boxe precisa ser mais valorizado", disse Adriana Araújo, afirmando que foi desvalorizada pelo presidente da CBBoxe antes da competição.

"Ele despreza o boxe, não só o masculino, mas o feminino também. Ele me desvalorizou várias vezes. Ele disse várias vezes que eu não tinha capacidade de conquistar uma medalha, que eu não tinha capacidade de estar aqui", acrescentou. "Não cai aqui de paraquedas. A medalha de bronze é a maior prova disso".

Mauro José da Silva, presidente da confederação de boxe, desmentiu as acusações da atleta. "A Adriana está falando isso porque o [Luís] Dórea [técnico da atleta] não faz parte da seleção brasileira. Ela quer manter vivo o nome do Dórea. Ela ganhou a medalha porque veio treinar em São Paulo", disse o presidente referindo-se ao Centro de Treinamento no Clube Escola Santo Amaro

"O Dórea foi chamado para trabalhar em São Paulo, mas ele disse que não podia trabalhar aqui. A atleta está sendo usada por ele", afirmou.

Mauro não só se defendeu das acusações como também aproveitou para cutucar a pugilista. "Ela veio e ganhou a medalha. Está de parabéns. Já para a próxima [Olimpíada] ela não vai virar nada", completou o presidente.

Em resposta, Luís Dórea afirmou que chegou a apoiar a eleição de Mauro. Mas, depois que assumiu o cargo, o presidente se transformou e se tornou um "ditador", e que "humilhava os atletas". "Eu fiquei ressentido com o Mauro. Me faz muito mal ele tratar mal meus atletas. São como meus filhos", diz ele.

"Janeiro é a próxima eleição. Se Deus quiser, ele vai estar longe do boxe", completou Dórea, que antes da luta desta quarta-feira havia declarado que a maior adversária da pugilista era a Confederação Brasileira de Boxe, mais precisamente o presidente Mauro José da Silva.

A medalha de Adriana foi a primeira do boxe desde os Jogos da Cidade do México-1968, quando Servílio de Oliveira conquistou o bronze.

MEDALHAS

Com o bronze de Adriana, o Brasil já conquistou 12 medalhas até o momento em Londres. No judô, foram quatro: ouro com Sarah Menezes, bronze com Felipe Kitadai, bronze com Mayra Aguiar, e bronze com Rafael Silva.

Na ginástica, o Brasil faturou a primeira medalha de ouro da história. Foi com o ginasta Arthur Zanetti nas argolas.

Duas medalhas foram conquistadas na natação: prata com Thiago Pereira nos 400 m medley e bronze com Cesar Cielo. Uma foi da vela, com a dupla Robert Scheidt e Bruno Prada na classe star.

O boxe é ainda responsável por uma outra medalha: Esquiva Falcão na categoria pesos médios (até 75 kg).

A cor das outras duas medalhas ainda estão indefinidas. Classificados para a final, Alison e Emanuel no vôlei de praia e a seleção brasileira masculina de futebol tentam o ouro.

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