A bronca do técnico Rubén Magnano no intervalo da partida entre Brasil e Espanha, disputa nesta segunda-feira (6), surtiu efeito entre os jogadores da seleção de basquete. Após o descanso, o Brasil voltou a apresentar a defesa mais eficiente das Olimpíadas, com a melhor recuperação de bolas em termos coletivos. É com essa receita que o Brasil espera desbancar os favoritos que vai encarar no mata-mata para chegar à final: primeiro a Argentina e, por que não, os Estados Unidos.

Na partida de ontem, que terminou com vitória brasileira por 88 a 82, de virada, sobre a atual vice-campeã olímpica, o Brasil só voltou a marcar forte no segundo tempo, reconheceu o ala Marquinhos Sousa, o que possibilitou os contra-ataques.

— Não conseguimos anular os irmãos Gasol no primeiro tempo, mas conseguimos no segundo. Isso fez diferença. É importante mantermos a nossa característica para ir melhorando a cada jogo.

O Brasil sofreu 349 pontos na primeira fase dos Jogos — a marca mais baixa entre as 12 seleções — e anotou 402 pontos em cinco jogos, com um saldo de 53 pontos. A diferença de pontos é pior apenas em comparação aos EUA, que anotou 589, sofreu 398 e tem saldo positivo de 191.

O ala Marquinhos, que saiu com uma leve lesão no abdômen na partida de ontem, acredita que em dois dias esteja recuperado.

Outra atleta importante do sistema defensivo, Nenê Hilário, não jogou por causa de dor no pé — foi poupado para o próximo jogo, que é decisivo para o Brasil.

Para Marcelinho, o Brasil conseguiu também mostrar contra a Espanha força de recuperação.

— A Espanha tem muitos jogadores de qualidade, mas tivemos uma atitude coletiva e é assim que vamos buscar cada vitória.

Em nenhum momento, disse ele, brasileiros ou espanhóis pensaram em facilitar o jogo.

— Nossa mentalidade é jogar de forma correta, sem pensar em projeções, mesmo porque é tudo teoria.

Nas quartas de final, o Brasil encara a Argentina, na quarta-feira (8), às 16h. Se passar, enfrenta o vencedor da partida entre Estados Unidos e Austrália.