O diretor do Instituto Médico Legal (IML) Estácio de Lima, Luiz Mansur, informou hoje ao Primeira Edição que as necropsias em corpos vítimas de morte violenta serão feitas a partir desta quarta-feira, 01 de agosto, no prédio do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), no bairro Prado, em Maceió. Os exames de necropsias foram suspensos após os legistas deixarem o prédio do IML por falta de condições de trabalho.

Conforme Mansur, as necropsias nos corpos encaminhados pelo IML de Maceió serão realizadas à tarde, já que pela manhã o órgão dará andamento as perícias nos corpos vítimas de morte natural.

O diretor do IML lembra que a medida foi tomada para dar celeridade na liberação dos corpos, já que os médicos legistas estavam trabalhando no IML da cidade de Arapiraca.

Já Wellington Galvão, presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, ressaltou que a decisão do Estado em oferecer o SVO se deu também graças a pressão que a categoria estava fazendo. Ele lembra que na última assembleia, os legistas estabeleceram prazo até dia 31 de julho, para a solução do impasse do local para a realização de necropsias em Maceió.

“Os médicos já haviam decidido que só iriam para Arapiraca até terça. Foram 20 dias indo para Arapiraca sem nenhuma ajuda de custo do Estado. Os legistas estavam arcando com as despesas da viagem”, falou Galvão.

SVO não resolve o problema do IML 

Galvão lembra ainda que a cessão do SVO resolve temporariamente o problema do IML. Ele afirma que “o SVO vai ficar com o ritmo de funcionamento prejudicado e os resultados das necropsias vão atrasar já que os legistas só irão trabalhar apenas no horário da tarde”.

“É uma solução parcial. O Estado deve buscar resolver o problema, nem que seja o CCBI até que o novo prédio seja construído”, acrescentou o sindicalista lembrando que os serviços estão partilhados. “ As necropsias vão ficar no SVO e exames de conjunção carnal, para detecção de estupro e corpo de delito no necrotério do Hospital Sanatório”.

Exumações

Ontem, Luiz Mansur reencaminhou à Perícia Oficial o pedido de exumação de 126 corpos que foram enterrados sem a realização da necropsia. Segundo o diretor do IML, o pedido havia sido entregue há mais de uma semana, mas teve que ser refeito por causa de erros de digitação nos cadastros.

Agora, segundo Mansur, a expectativa é que a justiça libere o quanto antes a autorização para que as exumações sejam feitas.