Instituto Hidráulico Ambiental da Universidad de Cantabria participa de troca de experiências, durante toda a semana, com os órgãos ambientais alagoanas
SEMARH, IMA e Redação
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Desde o início desta semana, representantes do Instituto Hidráulico Ambiental (IHA) da Universidad de Cantabria, na Espanha, estão em Alagoas conhecendo e trocando experiências com os órgãos ambientais do Estado. Na terça-feira (24), técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) apresentaram seus trabalhos, e nesta quinta-feira (26), técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA), da própria Semarh e da Secretaria de Estado de Planejamente e Desenvolvimento Ecônomico (Seplande), levaram os espanhóis para um passeio no complexo lagunar Mundaú-Manguaba.
O IHA é uma fundação de pesquisa que tem como objetivo primordial auxiliar o governo espanhol nas áreas de gestão costeira, gerenciamento de crises ambientais e monitoramento de rios, e em uma apresentação para a equipe da Semarh, explicou as técnicas utilizadas em países não apenas da Europa, mas da Ásia e da América Central, locais onde vêm atuando com sucesso.
Segundo o Superintendente de Meio Ambiente, Anivaldo Miranda, as instituições podem vir a atuar de forma conjunta em vários projetos, como a Sala de Monitoramento Hidrometeorológico, o Projeto Orla e o combate à desertificação, além do potencial para o surgimento de novas ações.
Segundo Alyne Vieira, da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplande), o grupo chegou na segunda-feira (23). Desde então, realizou uma reunião na Semarh, com a presença da defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Universidade Federal de Alagoas; visitas ao município de Branquinha, para conhecer a área atingida pela cheia causada pelas chuvas, e a União dos Palmares, para conhecer a estação meteorológica mantida pela Semarh.
A visita do Instituto faz parte do projeto de cooperação internacional entre Espanha e Brasil, financiado pela Agencia Espanhola de Cooperação Internacional e Desenvolvimento (Aecid), Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Instituto Ambiental Brasil Sustentável (Iabs) em parceria com o Governo de Alagoas.
Conhecendo as lagunas
“Os órgãos ambientais do estado têm grande preocupação com o Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú-Manguaba, o CELMM, por conta do aporte de sedimentos. Há um problema sério de assoreamento das lagunas, mas as ações para resolver isso demandam estudos específicos e imprescindíveis, a exemplo da batimetria que está sendo feita pela Agência Nacional de Águas [ANA]”, explicou Adriano Augusto, diretor-presidente do IMA.
Ele disse ainda que há necessidade de dragar parte do sedimento, entretanto antes seria preciso realizar estudos detalhados, por exemplo, sobre o tipo de sedimento encontrado ali e a dinâmica hidráulica, “já que a troca de água com o mar é fundamental para manutenção dos bancos de espécies que se reproduzem naquela área. E isso é importante, ainda mais porque é sabido que pelo menos cinco mil famílias sobrevivem diretamente das lagunas, com a pesca”.
Bruno Pimentel, um dos pesquisadores do Instituto de Hidráulica Ambiental – que trabalha com vídeo monitoramento principalmente em áreas de lagos e rios, explicou que “se a gente não sabe o que tem embaixo, não dá para mexer na hidrodinâmica”. Ele observou ainda que, aparentemente, os impactos sobre as lagunas parecem relativamente fáceis de serem resolvidos, “uma vez que se tira a pressão que tem causado os problemas”.
Os principais problemas do CELMM são: assoreamento, ocupações irregulares e pressão imobiliária, deposição de resíduos sólidos e esgotos, presença de indústrias e pressão causada pelos aglomerados urbanos do entorno.
As lagunas Mundaú e Manguaba estão localizadas no litoral central do estado de Alagoas, entre os tabuleiros e o oceano. A Mundaú possui cerca de 27 km², sendo receptora do rio Mun¬daú. A Manguaba, com cerca de 42 km², é alimentada pelos rios Remédios, Paraíba do Meio e Sumaúma. A ligação entre as duas lagunas ocorre por uma série de canais interligados, com cerca de 12 km². Perfazendo uma área total de cerca de 81km².
Primeira Edição © 2011