Alagoas recebe visita de instituto de pesquisa espanhol em busca de parceria em prol do Meio Ambiente

Instituto Hidráulico Ambiental da Universidad de Cantabria participa de troca de experiências, durante toda a semana, com os órgãos ambientais alagoanas

27/07/2012 06:06

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SEMARH, IMA e Redação

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Desde o início desta semana, representantes do Instituto Hidráulico Ambiental (IHA) da Universidad de Cantabria, na Espanha, estão em Alagoas conhecendo e trocando experiências com os órgãos ambientais do Estado. Na terça-feira (24), técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) apresentaram seus trabalhos, e nesta quinta-feira (26), técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA), da própria Semarh e da Secretaria de Estado de Planejamente e Desenvolvimento Ecônomico (Seplande), levaram os espanhóis para um passeio no complexo lagunar Mundaú-Manguaba.
O IHA é uma fundação de pesquisa que tem como objetivo primordial auxiliar o governo espanhol nas áreas de gestão costeira, gerenciamento de crises ambientais e monitoramento de rios, e em uma apresentação para a equipe da Semarh, explicou as técnicas utilizadas em países não apenas da Europa, mas da Ásia e da América Central, locais onde vêm atuando com sucesso.

Segundo o Superintendente de Meio Ambiente, Anivaldo Miranda, as instituições podem vir a atuar de forma conjunta em vários projetos, como a Sala de Monitoramento Hidrometeorológico, o Projeto Orla e o combate à desertificação, além do potencial para o surgimento de novas ações.
Segundo Alyne Vieira, da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplande), o grupo chegou na segunda-feira (23). Desde então, realizou uma reunião na Semarh, com a presença da defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Universidade Federal de Alagoas; visitas ao município de Branquinha, para conhecer a área atingida pela cheia causada pelas chuvas, e a União dos Palmares, para conhecer a estação meteorológica mantida pela Semarh.
A visita do Instituto faz parte do projeto de cooperação internacional entre Espanha e Brasil, financiado pela Agencia Espanhola de Cooperação Internacional e Desenvolvimento (Aecid), Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Instituto Ambiental Brasil Sustentável (Iabs) em parceria com o Governo de Alagoas.
Conhecendo as lagunas
“Os órgãos ambientais do estado têm grande preocupação com o Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú-Manguaba, o CELMM, por conta do aporte de sedimentos. Há um problema sério de assoreamento das lagunas, mas as ações para resolver isso demandam estudos específicos e imprescindíveis, a exemplo da batimetria que está sendo feita pela Agência Nacional de Águas [ANA]”, explicou Adriano Augusto, diretor-presidente do IMA.

Ele disse ainda que há necessidade de dragar parte do sedimento, entretanto antes seria preciso realizar estudos detalhados, por exemplo, sobre o tipo de sedimento encontrado ali e a dinâmica hidráulica, “já que a troca de água com o mar é fundamental para manutenção dos bancos de espécies que se reproduzem naquela área. E isso é importante, ainda mais porque é sabido que pelo menos cinco mil famílias sobrevivem diretamente das lagunas, com a pesca”.

Bruno Pimentel, um dos pesquisadores do Instituto de Hidráulica Ambiental – que trabalha com vídeo monitoramento principalmente em áreas de lagos e rios, explicou que “se a gente não sabe o que tem embaixo, não dá para mexer na hidrodinâmica”. Ele observou ainda que, aparentemente, os impactos sobre as lagunas parecem relativamente fáceis de serem resolvidos, “uma vez que se tira a pressão que tem causado os problemas”.

Os principais problemas do CELMM são: assoreamento, ocupações irregulares e pressão imobiliária, deposição de resíduos sólidos e esgotos, presença de indústrias e pressão causada pelos aglomerados urbanos do entorno.

As lagunas Mundaú e Manguaba estão localizadas no litoral central do estado de Alagoas, entre os tabuleiros e o oceano. A Mundaú possui cerca de 27 km², sendo receptora do rio Mun¬daú. A Manguaba, com cerca de 42 km², é alimentada pelos rios Remédios, Paraíba do Meio e Sumaúma. A ligação entre as duas lagunas ocorre por uma série de canais interligados, com cerca de 12 km². Perfazendo uma área total de cerca de 81km².

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