Para ela, cuidado com crianças e adolescentes mede a grandeza de um país
R7
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No dia em que o Banco Central divulgou a prévia do PIB (Produto Interno Bruto) abaixo do esperado e a economia do País acendeu a luz amarela, a presidente Dilma Rousseff declarou que mais importante do que medir as riquezas do Brasil é garantir proteção a crianças e adolescentes para gerar desenvolvimento. As declarações foram dadas nesta quinta-feira (12), durante a 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em Brasília.
O discurso foi voltado exclusivamente para os jovens, mas Dilma aproveitou para mandar um recado a quem critica a política econômica do governo e está preocupado com os baixos índices de crescimento do País:
— Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e para seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto, é a capacidade do País, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são as suas crianças e seus adolescentes.
Nesta quarta-feira, o Banco Central divulgou o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), que teve queda de 0,02% em maio na comparação com abril.
Cerca de 800 jovens de todo o País se reuniram no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília, para ouvir a presidente Dilma Rousseff. Durante o discurso, ela elegeu a educação como uma das prioridades e prometeu que até o fim de 2014 o Brasil terá 60 mil escolas de tempo integral. Atualmente, segundo a presidente, existem 33 mil escolas de dois turnos. Para Dilma, esse modelo educacional é essencial para garantir o desenvolvimento do País.
— Escola de tempo integral é garantia de ensino de padrão de primeiro mundo aos nossos jovens e às nossas crianças. Nenhum país de desenvolvido tem escola de período único.
Violência e pobreza
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados durante a Conferência revelam que pelo menos um adolescente é assassinado por dia no Brasil e 60 mil cumprem medida socioeducativas. Na avaliação da pela presidente do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), Mirian Maria José dos Santos, a situação é caótica:
— Isso corresponde a duas chacinas do Realengo por mês. Temos que virar essa página.
Os números também mostram que um em cada quatro adolescentes é responsável pelo sustento do próprio lar e quase 43 mil jovens com idade entre 10 e 14 anos vivem em união estável.
Atualmente existem no Brasil 56 milhões de crianças e adolescentes, o que corresponde a 30% do total da população.
Política nacional
A 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente segue até o próximo sábado (14) em Brasília. O evento tem como objetivo debater a Política Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e discutir o plano estratégico de políticas públicas de proteção aos jovens, que é revisado de dez em dez anos. Um dos principais desafios do Governo nessa área é retirar crianças de 0 a 6 anos da extrema pobreza e conseguir um lar para as 36 mil crianças e adolescentes que vivem em abrigos a espera de adoção.
Primeira Edição © 2011