O futuro de Valdivia no Palmeiras, após o sequestro-relâmpago que sofreu há duas semanas, é uma incógnita. Garantido no clube até o final da participação alviverde na Copa do Brasil, o meia se reunirá novamente com a diretoria após a competição para definir seu futuro. O presidente Arnaldo Tirone garante: o Mago terá o período que julgar necessário para se recuperar e retomar a boa fase no Verdão.

– Ele conversou com o César Sampaio e com o (Roberto) Frizzo. Ele vai continuar jogando a Copa do Brasil. Depois de ajudar o time, a gente vai conversar com calma. Sair simplesmente ele não vai, porque tem contrato com o clube. Temos de entender que o clube é detentor dos direitos federativos do Valdivia. Mas todo o tempo que ele necessitar nós vamos dar – afirmou o mandatário.

Sem presença certa na partida de volta da semifinal da Copa do Brasil, contra o Grêmio, nesta quinta-feira, na Arena Barueri, Valdivia voltou à Academia de Futebol nesta segunda-feira. Ele correu em volta do campo e demonstrou animação, mas os médicos do Palmeiras ainda adotam cautela em relação à escalação do jogador contra o time gaúcho.

Na visão de Tirone, o maior problema para reintegrar o Mago ao elenco é recuperar completamente seu lado emocional, que ficou abalado após o episódio vivido ao lado da esposa Daniela. O chileno foi mantido em poder de um sequestrador por cerca de três horas. 

Ameaçado de morte, retornou ao seu país de origem na manhã seguinte, a pedido de Daniela. O presidente tranquilizou o restante do grupo, assegurando que o acontecimento foi pontual e não se repetirá.

– Isso (sequestro) não vai acontecer mais. Você tem de ter paciência para entender o emocional dele. O Valdivia é um menino ainda. Ele está em uma fase em que é preciso ter calma com ele. Se depender do Palmeiras, ele vai ter todo o apoio para voltar a jogar. Ele está bem melhor. Conversei com o Valdivia por telefone, já está tranquilo – completou.

Há cerca de dez anos, o atual mandatário palmeirense passou por episódio semelhante, em um shopping, também em São Paulo. Mesmo assustado, disse que se manteve na capital por gostar muito da cidade, definida por ele próprio como “praticamente um país, com muitas coisas boas”. Mesmo confiante sobre a permanência de Valdivia, Tirone vê a distância da família como um obstáculo.

– O fato de a família dele ter retornado para o Chile é um problema que a gente tem de entender e analisar. Temos de aceitar que é difícil ele ficar aqui sozinho. O pai e o irmão dele estão aqui para dar um apoio, assim como o Palmeiras está dando todo o respaldo necessário.

O Palmeiras investiu R$ 15 milhões para tirar Valdivia do Al-Ain, dos Emirados Árabes Unidos. Parcelado em uma carta de crédito, o valor pode chegar a R$ 36 milhões com juros. Transferências por empréstimo estão completamente descartadas pelo clube.