Funcionários do Banco Itaú param nesta terça-feira

12/06/2012 06:11

A- A+

Redação com assessoria

compartilhar:

Diretores do Sindicato dos Bancários e funcionários do Itaú paralisam nesta terça-feira todas as unidades do banco, na capital e interior do Estado de Alagoas. A paralisação é de 24 horas e atinge agências em todo o Brasil. A categoria protesta contra as demissões em massa, a rotatividade de mão de obra e a não valorização dos empregados.

Segundo o Sindicato dos Bancários e o comando de greve, o Itaú demitiu 7.728 funcionários em um ano. Em 2012, apesar do lucro de R$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre, o banco já reduziu 1.964 postos de trabalho. Outra prática para reduzir os custos e aumentar o lucro tem sido a troca de funcionários experientes (com maiores salários) por funcionários novos (com menores salários), que são forçados a atingir metas cada vez mais abusivas.

Por outro lado, os diretores do Itaú continuam sendo os privilegiados, com vencimentos bastante expressivos. Segundo documentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), divulgado pelo Valor Econômico, o banco pagou em média R$ 7,4 milhões por diretor em 2011. “Isso mostra que, enquanto economiza bilhões de reais com a política de rotatividade, o banco oferece ganhos milionários para um punhado de diretores”, protesta Jairo França, presidente do Sindicato dos Bancários.

De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), essa imensa remuneração anual de um diretor do Itaú supera 208 vezes o ganho de um bancário que recebeu ao longo do ano o piso da categoria em 2011, segundo cálculo do Dieese. “É uma tremenda injustiça e revela falta de responsabilidade social e de compromisso com o desenvolvimento econômico do país com distribuição de renda e inclusão social”, destaca Carlos Cordeiro, presidente da entidade.

Com essa forma de discriminar a remuneração, os sindicatos vão reforçar a mobilização dos trabalhadores, lutando por melhores salários, condições dignas de saúde, segurança e trabalho e pelo aumento do Programa Complementar de Resultados (PCR). “Não é justo que o alto escalão embolse milhões de reais, enquanto a imensa maioria dos funcionários não é valorizada e nem sabe se terá empreg”, acrescenta Cordeiro.

Primeira Edição © 2011