Maior evento motociclístico do Nordeste leva alagoanos ao sertão da Bahia

O Moto Energia 2012, realizado na cidade de Paulo Afonso, reuniu em três dias mais de 3 mil motos e os apaixonados pela velocidade

30/04/2012 10:43

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Fran Ribeiro

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Três dias, mais de três mil motos e muito barulho. A 13ª edição do Moto Energia, o maior encontro motociclístico do Nordeste, reuniu os amantes da vida sob duas rodas. Realizada na cidade baiana de Paulo Afonso, que faz divisa com o município de Delmiro Gouveia (AL), o evento, segundo os participantes ouvidos pela reportagem do Primeira Edição, é o momento de celebrar um estilo de vida que gira em torno da adrenalina.

Organizado pelo maior e mais tradicional moto clube de Paulo Afonso, o Cavalo Doido, o Moto Energia 2012 recebeu inscrições de 500 moto clubes dos nove estados da região Nordeste. Só de Alagoas, a reportagem conseguiu encontrar três: os Papaléguas do Asfalto (Arapiraca), Falcões do Baixo São Francisco (Penedo) e pessoal do Maceió Moto Clube, que tem sede localizada na Via Expressa, no Barro Duro.

Segundo o presidente do Maceió Moto Clube, Aberaldo Cavalcante, o encontro é a oportunidade de confraternizar com aqueles que têm o sangue de motoqueiro. “Aqui nós temos a exposição de motocicletas. São vários estilos, marcas, cilindradas tudo em um só lugar. É a confraternização dos que tem o motociclismo no sangue”, relatou Aberaldo, que “só” é motociclista há 30 anos. Com dez anos de fundação, o Maceió Moto Clube trouxe para Paulo Afonso dez motociclistas, sendo quatro mulheres. “A participação feminina é um pouco tímida, mas sempre é significativa”, contou Elisa, que estava com o grupo.

Motos de diversas marcas. Das mais comuns àquelas que a gente vê nas corridas de moto velocidade. Da clássica e robusta Kawasaki à tradicional “moto das rodovias”, a americana Harley Davidson. Essa que, aliás, tem um moto clube específico, os Harleyros, do pessoal de Salvador. Nos estandes espalhados no Parque de Exposições Djalma Wanderley, os visitantes podiam encontrar os materiais, suprimentos e souvenirs relacionados a tribo do asfalto.

Equipamentos de segurança, capacetes, tocas de proteção, botas e a clássica jaqueta de couro eram uns dos itens comercializados. Acessórios, peças e até motocicletas também estavam sendo vendidas. A expectativa da organização é que nos três dias, 28, 29 e 30 de abril, o encontro gere uma renda de aproximadamente R$ 4 milhões para Paulo Afonso. Com 100% de hotéis e pousadas ocupados, muitos visitantes optaram pelo aluguel de casas para se hospedar durante o Moto Energia.

12 mil visitantes por dia

Além das motos, atrações musicais. Durante as três noites do Moto Energia, muito rock ‘n’ roll. A programação contou com a apresentação de onze bandas regionais que, no repertório, trouxeram outra característica desse tipo de evento, atraindo também dos fãs do rock. No palco, as bandas além de tocar suas produções autorais, levaram o público ao êxtase ao cantar clássicos como “Rock and Roll All Night” do Kiss, “Another Brick in The Wall” do Pink Floyd, e o puro metal do “Highway To Hell” do AC/DC, bandas que fizeram parte da juventude de muitos dos motoqueiros que participavam do evento.

Atraídos pelo ronco dos motores ou pelas atrações musicais, entre os visitantes, muitas famílias. Crianças, jovens, adultos e idosos foram até a feira por curiosidade ou por paixão. Segundo Carlos Melo foi o seu filho Davi, de apenas quatro anos, quem pediu para ir ao evento. “Ele adora motos, desde muito pequeno. Ele pediu pra vim e a gente trouxe”. Davizinho circulava pelo Parque de Exposições em uma motocicleta de brinquedo, daquelas motorizadas. Na hora de posar para a foto, a cara de marrento, arrancando gargalhadas do pai.

Como ser associado de um moto clube?

Cada clube tem o seu próprio regimento interno. Composto de forma hierárquica, as eleições para a presidência ocorrem geralmente de dois em dois anos. Para se tornar um associado, os candidatos precisam de padrinhos, que apresentam ao conselho diretor o currículo dos que pretendem entrar para o clube.

Foi assim que Raimundo Torres, de 45 anos, entrou para o moto clube Falcões do Baixo São Francisco, da cidade de Penedo. “O meu padrinho me levou para ser conhecido pela diretoria. Eles analisaram se eu poderia entrar. A conduta do motoqueiro, como ele age na sociedade, seus antecedentes, tudo é avaliado. O processo todo dura cerca de 90 dias. Se aprovado, existe o batismo”, revelou.

Além de reunir pessoas apaixonadas pelo motociclismo, os moto clubes promovem viagens em grupo e trabalhos sociais. “Temos uma responsabilidade social com a nossa cidade. Realizamos feiras, arrecadações de alimentos, roupas, livros que são destinadas as comunidades que precisam de atenção”, disse Raimundo.
 

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