Alagoas terá quase R$ 1 mi para prevenção e tratamento de Hepatites Virais

Reforço é R$ 962 mil, sendo cerca de R$ 481 mil referentes ao retroativo de 2011; primeira parcela da verba já foi repassada ao Estado

10/04/2012 13:20

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Ascom/Sesau

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O tratamento das hepatites virais em Alagoas ganhou um reforço de R$ 962 mil este ano. Liberada pelo Ministério da Saúde (MS), a verba é referente aos recursos retroativos de 2011 e a 2012 – cuja primeira parcela, de R$ 160 mil, já foi repassada ao Estado. Iniciativas voltadas para prevenção, vigilância, gestão e parceria com a sociedade civil também serão contempladas.

O investimento do MS compreende todo o Brasil e será realizado em três parcelas. O cálculo da distribuição foi feito a partir de critérios epidemiológicos e de população e, segundo o médico Fernando Barreiros, técnico da área de Hepatites Virais da Secretaria de Saúde (Sesau), parte dos recursos será descentralizada para Maceió, Arapiraca e União dos Palmares.

A proposta, que será apresentada a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), é de que a capital receberá R$ 90 mil, enquanto os outros dois municípios contarão com R$ 30 mil cada. “Para descentralização destes recursos foi utilizado o critério de selecionar os municípios que já recebem o incentivo do MS para ações e metas do Programa de DST/Aids, já que recentemente, as atividades do programa de hepatites virais são ligadas ao Departamento de DST/Aids”explica ele.

Fernando Barreiros destaca que, entre outras ações, o Estado e os gestores municipais poderão utilizar o repasse para desenvolver ações de promoção e prevenção como: diagnóstico precoce e estratégias para a ampliação da cobertura vacinal para as populações de maior vulnerabilidade,além de estruturar os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) para ampliar a testagem “É importante ressaltar que esse dinheiro não pode ser utilizado para pagamento de pessoal” diz.

Um dos destinos para os recursos alocados na Secretaria de Estado da Saúde é a capacitação de médicos e enfermeiros da Equipe de Saúde da Família (ESF), habilitando-os para a prevenção, detecção, investigação, notificação e o encaminhamento dos casos de hepatites. Os primeiros treinamentos estão marcados para 19 e 20 de junho, 21 e 22 de agosto e 23 e 24 de outubro.

Além dos recursos, a Sesau estará recebendo kits para diagnóstico das Hepatites A, B e C, que serão repassados aos laboratórios Lacen e Laclin, este último localizado no PAM do Salgadinho. “Esse será um reforço, pois o governo estadual já realiza o diagnóstico no Lacen, e fornece os medicamentos para o tratamento da Hepatite B e C, por meio do Ceaf [Componente Especializado de Atenção Farmacêutica]”, acrescentou Fernando Barreiros.

Hepatites Virais

As hepatites virais mais comuns no Brasil são as causadas pelos vírus A, B, C e D – o vírus E é mais frequente na África e na Ásia. A doença é a inflamação do fígado e, além dos vírus, pode ser causada ainda pelo uso de alguns remédios e de álcool e outras drogas, além de doenças auto-imunes, metabólicas e genéticas.

Nem sempre a enfermidade causa sintomas, mas, quando eles aparecem, podem ser caracterizados por cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Devido a isso, muitas pessoas são portadoras sem saber, correndo o risco de evolução para males mais graves, como cirrose e câncer.

A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A – de transmissão fecal-oral – e E apresentam apenas formas agudas, sendo eliminados pelo organismo. Já os vírus B, C e D são transmitidos por meio de sangue contaminado, ato sexual ou no nascimento e podem apresentar tanto formas agudas quanto crônicas de infecção.

A hepatite B torna-se crônica em até 5% dos casos e a C em mais de 80%. Dos indivíduos com o tipo B da doença, 25 a 40% evoluem para cirrose e/ou câncer de fígado, enquanto que na hepatite crônica C isso ocorre em cerca de 20%.

Algumas formas de prevenção são a vacinação, no caso das hepatites A e B; a utilização de água fervida ou tratada; a higienização de legumes, frutas e verduras e das mãos antes de preparar alimentos e se alimentar; o não compartilhamento de seringas e agulhas; o uso de preservativo nas relações sexuais. 

Primeira Edição © 2011