Primeiro-ministro turco tentará buscar base de negociação nuclear com o Irã

03/04/2012 14:24

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EFE

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O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, chegará nesta quarta-feira ao Irã para tratar com o presidente Mahmoud Ahmadinejad as bases da negociação sobre o programa nuclear iraniano entre Teerã e as principais potências mundiais.

Erdogan, que viajará para Teerã procedente de Seul, onde participou da 2ª Cúpula de Segurança Nuclear, pretende mediar os debates entre o regime islâmico e o Grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) para conseguir resultados favoráveis em um próximo encontro entre as partes.

A previsão é que Erdogan transmita a Ahmadinejad as decisões adotadas na cúpula da Coreia do Sul, da qual participaram quase 50 chefes de Estado e na qual o Irã não esteve entre os presentes.

Em Seul, o conselheiro adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, disse que 'estamos firmemente alinhados com nossos parceiros no 5+1', inclusive Rússia e China, e 'compartilhamos um sentimento de urgência sobre a necessidade de conseguir progressos nessas conversas'.

As reuniões anteriores entre o Irã e o 5+1, realizadas em dezembro de 2010 e janeiro de 2011 em Genebra e Istambul, acabaram em fracasso.

Em princípio, o 5+1, coordenado pela responsável da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, deve reunir-se com altos funcionários iranianos em meados do mês que vem, possivelmente em Istambul, para tratar o programa nuclear iraniano.

A expectativa é que no próximo encontro entre o Irã e as potências mundiais seja proposto o plano russo de aproximação 'passo a passo' de Teerã com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o 5+1

Alguns países, com os EUA à frente, suspeitam que o programa nuclear iraniano pode ter uma vertente armamentista, destinada a fabricar bombas atômicas, o que Teerã nega.

Devido às suspeitas sobre seu programa nuclear, o Irã está submetido a sanções por parte da ONU e também dos EUA e da UE, que têm um peso especial sobre seu setor petrolífero, tanto na produção como na exportação, e no financeiro, com grandes limitações ao seu sistema bancário.

Israel, EUA e, em certa medida, o Reino Unido ameaçaram o Irã com ataques militares para frear seu programa nuclear, ao que Teerã revidou garantindo que dará uma resposta arrasadora a qualquer agressão.

Teerã também sustenta que cumpre todas suas obrigações com o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), do qual é signatário, apesar dos pedidos ao país de uma maior colaboração por parte da AIEA.

Rússia e China se opuseram a aumentar as sanções ao Irã, ao considerar que são contraproducentes e, assim como outros países, também se mostraram claramente opostos a ações militares contra o regime islâmico.

No sábado passado, Catherine Ashton advertiu que a negociação sobre o programa nuclear do Irã com o 5+1 será provavelmente longa. 'Deveríamos pensar nisso como o princípio de um processo. Todo o mundo deve estar consciente que isso levará algum tempo', frisou.

Primeira Edição © 2011