Os gigantes de Páscoa

Pedaço de terra ocupado mais isolado do mundo, ilha chilena de povo polinésio tem atrações e encantos que vão além dos imensos moais

31/03/2012 13:18

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O Globo

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É difícil imaginar um local mais propício para quem quer se isolar do que a Ilha de Páscoa. É o solo mais longe de qualquer lugar povoado do planeta. Pegue um mapa, encontre Santiago, a capital do Chile, e leve os olhos para esquerda. Em pleno Oceano Pacífico, a 3.700 km da costa da América do Sul e a 4.100 km do Taiti, fica Páscoa. São aproximadamente cinco horas de avião a partir de Santiago.

O isolamento é uma característica lembrada e até cultuada pelos poucos moradores, em torno de 5 mil habitantes. Os nativos, conhecidos como Rapa Nui (também o nome oficial da ilha), costumam chamar Páscoa de Te Pito o Te Henua, ou "o umbigo do mundo". Bares, restaurantes e hotéis fazem questão de manter longe televisões e redes de acesso à internet, mas procurando um pouco dá para encontrar algum sinal de wi-fi perdido.

Neste ponto de terra no meio do Oceano Pacífico, com uma área de quase 170 km², está um dos maiores mistérios do planeta: esculturas gigantes feitas em rochas vulcânicas que fixam seu olhar distante para o infinito há mais de 600 anos.

O mais curioso dos moais, como são conhecidas as enormes pedras, é que até hoje ninguém sabe como blocos enormes, com um peso nada saudável de 25 toneladas em média, foram parar onde estão agora, quase sempre no litoral. Afinal, eram feitos a partir de rochas vulcânicas de um morro no interior da ilha. As descobertas, porém, vão além dos rostos imutáveis dos moais e compreendem vales, penhascos, cavernas, praias paradisíacas. A Ilha de Páscoa é um lugar ainda pouco explorado. Apesar de há mais de um século ser uma municipalidade do Chile, parte da província de Valparaíso, só passou a receber investimentos mais consistentes do governo há cerca de 20 anos. Ainda há pontos e regiões que parecem estar intocados. Só isso já encanta qualquer turista mais cético.

Primeira Edição © 2011