Um dia após eleição de Putin, opositores são presos na Rússia

Alexandre Averin, porta-voz do partido liderado por Limonov, afirmou que a polícia prendeu uma centena de pessoas

05/03/2012 15:41

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Folha

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A polícia russa prendeu nesta segunda-feira em Moscou dezenas de pessoas, entre elas o escritor Eduard Limonov, durante uma manifestação não autorizada em frente à CEC (Comissão Eleitoral Central) convocada pelo partido "Outra Rússia".

Os manifestantes se opõem ao resultado das eleições presidenciais que deram a vitória ao primeiro-ministro Vladimir Putin. Segundo relatório dos monitores internacionais, as eleições presidenciais na Rússia foram claramente enviesadas em favor de Putin.

Alexandre Averin, porta-voz do partido liderado por Limonov, afirmou que a polícia prendeu uma centena de pessoas.

"Foram presos mais de cem. O ato e as manifestações continuam", disse Aleksandr Averin, porta-voz da organização opositora "A Outra Rússia", à agência "Interfax".

Em São Petersburgo, cerca de 1.500 opositores que gritavam slogans contra Putin tentaram se reunir no centro, onde um grande dispositivo policial foi mobilizado para impedir esta manifestação não autorizada.

Na segunda maior cidade russa cerca de 70 opositores foram detidos quando tentavam chegar ao Parlamento regional para denunciar a fraude eleitoral, segundo a agência EFE.

REPRESSÃO

Os soldados começaram as detenções quando os ativistas opositores tentaram romper o cordão policial em torno da CEC.

"A Polícia moscovita preveniu uma tentativa de provocação na Praça de Lubianka", informou um porta-voz policial, que falou sobre cerca de 50 detenções.

"Limonov e 50 de seus partidários foram detidos", disse.

Outros opositores da organização "A Outra Rússia", alguns deles com máscaras, foram detidos após apresentar cartazes com palavras de ordem antigovernamentais sem autorização oficial.

Entre os detidos se encontram dois deputados do partido liberal Yabloko na Assembleia local, Maxim Reznik e Boris Vishnevsky.

NOVAS ELEIÇÕES

Enquanto isso, os líderes da oposição extraparlamentar russa pediram nesta segunda-feira a repetição das eleições presidenciais em um grande ato na praça Pushkin, que conta com permissão da prefeitura de Moscou.

"Exigimos eleições parlamentares antecipadas e agora também presidenciais. Consideramos as eleições do dia 4 de março fraudulentas e ilegítimas. Suas eleições são uma farsa", afirmou o liberal Vladimir Richkov, citado pelas agências russas.

"Não reconhecemos como legítimas as eleições presidenciais. Foram utilizadas tecnologias sujas de manipulação eleitoral", disse à agência Efe Sergei Udaltsov, um dos dirigentes opositores.

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