Entidades entram com mandado de segurança para anular reajuste da tarifa de ônibus

Cerca de 200 fizeram manifestação em frente ao TJ. Mototaxistas também foram à praça e acusaram policiais do Bope de atirarem com balas de borracha

29/02/2012 08:36

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Marigleide Moura e Marcela Oliveira

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Um protesto na manhã desta quarta-feira (29) em frente ao Tribunal de Justiça de Alagoas, no Centro de Maceió, com a participação de aproximadamente 200 pessoas, cobra da justiça a anulação do reajuste concedido na semana passada sobre a tarifa do transporte público de R$ 2,10 para R$ 2,30.

A manifestação teve o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) que vai entrar, ainda hoje, com um mandado de segurança pedindo a anulação da liminar que autorizou o aumento do preço. “Os trabalhadores quando vão entrar em greve precisam avisar 72 horas antes que a categoria vai parar. Mas, por que os trabalhadores não foram avisados sobre o reajuste que foi autorizado em uma sexta-feira à noite, sem a população esperar?”, questiona Izack Jackson, líder da CUT em Alagoas.

Jackson disse ainda que a mobilização busca discutir outros problemas relacionados ao transporte coletivo em Maceió. Entre eles, o corredor de transporte coletivo e a acessibilidade dos passageiros aos veículos.

De acordo com o sindicalista, amanhã será realizada outra manifestação, a partir das 9 horas, no mesmo local, para cobrar uma resposta imediata da justiça. A expectativa é que o reajuste seja cancelado, embora a Transpal aguarde uma resposta sobre um possível aumento de R$ 2,30 para R$ 2,49.

Marcela Oliveira

Jackson disse não compreender o motivo de Maceió ter uma passagem neste valor. Ele lembra que cidades maiores, como Fortaleza, por exemplo, os usuários pagam menos pelo transporte coletivo.
“Se em outras cidades, existem fatores que contribuem para a redução da tarifa, então cobre isso da prefeitura. O que não pode é o usuário pagar a conta. Precisamos reduzir impostos e criar medidas que proporcionem a redução”, comentou Izack Jackson.

Mototaxistas
Também na Praça Deodoro, um grupo de mototaxistas se aglomerou na porta da Câmara de Vereadores de Maceió. Eles querem a regulamentação da profissão, para isso cobram a aprovação de um Projeto de Lei que tramita na Casa.

O mototaxista Igor de Souza diz que a categoria quer trabalhar sem perseguição e acusa o prefeito Cícero Almeida de não manifestar apoio a classe. “O prefeito não tem interesse assinar o projeto”, reclamou. “Em Alagoas, mais de 50 cidades já tem a profissão regulamentada, mas a capital não. Uma vergonha”, complementou.

Ele mostrou habilitações onde constam que eles estão aptos para transporte remunerado. “Nos obrigaram a fazer um curso, colocaram observação na carteira e estão fazendo isso”.

Igor também afirmou que das 30 motos apreendidas pela SMTT durante fiscalização na segunda-feira, 13 ainda estão no pátio do órgão. Para retirá-las, o proprietário precisa pagar uma taxa de R$ 622. “Essa taxa é um absurdo. Não temos condições de pagar”.

Na tribuna na Câmara Municipal, o presidente do sindicato da categoria, Eder, defendeu a imediata regulamentação da atividade e acusou os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) de truculência.

“Ontem, colegas foram agredidos com bala de borracha na Avenida Fernandes Lima quando estavam se deslocando para a prefeitura. Não tinha necessidade disso. Vai precisar morrer um mototaxista para a lei ser aprovada?”, pontuou ele.
 

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