Dólar desafia Banco Central e acelera queda após leilão

Porém, o fluxo cambial positivo no mercado local nesta quarta-feira e a manutenção do euro no patamar de US$ 1,32 no exterior falaram mais alto e o dólar terminou em baixa

08/02/2012 14:13

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Agência Estado

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O Banco Central até tentou hoje puxar o preço do dólar com mais um leilão de compra de moeda a termo no começo da tarde – na terceira intervenção no mercado de câmbio desde sexta-feira, quando o dólar no balcão caiu a R$ 1,717 – menor valor desde 31 de outubro (de R$ 1,6940). Porém, o fluxo cambial positivo no mercado local nesta quarta-feira e a manutenção do euro no patamar de US$ 1,32 no exterior falaram mais alto e o dólar terminou em baixa. “O leilão do BC serviu para absorver alguma entrada do mercado agendada para março e não necessariamente ingressos de hoje”, disse um operador de tesouraria de um banco.

Depois de o BC pagar uma taxa de R$ 1,7339 na compra de moeda a termo para 21 de março, em leilão após o meio-dia, o dólar aprofundou a queda, renovando mínimas várias vezes. O piso, de R$ 1,715 (-0,52%), foi registrado às 13h08.

No fechamento, a moeda caiu 0,23%, a R$ 1,720 no balcão. Com o resultado, passou a registrar baixa de 1,43% no mês e de 7,97% no ano. Na BM&F, o dólar à vista terminou com recuo de 0,16%, a R$ 1,7180. O giro financeiro total à vista na clearing de câmbio até 16h30 somava US$ 1,805 bilhão, dos quais US$ 1,468 bilhão em D+2.

No mercado futuro, às 16h53, o dólar para março de 2012 recuava 0,55%, a R$ 1,7255, com volume financeiro pequeno, de US$ 13,478 bilhões.

Segundo operadores, o recuo da moeda refletiu entrada pontual de recursos combinada com o ambiente externo relativamente calmo. Com o fluxo favorável, a taxa do cupom cambial para março estaca em +0,22% às 16 horas, ante +0,42% ontem.

Em relação à Europa, persistem expectativas por avanço no impasse em torno das finanças da Grécia, e também pelos resultados de uma reunião entre o primeiro-ministro Lucas Papademos e os principais líderes políticos nacionais. Uma reportagem do Wall Street Journal afirmando que o Banco Central Europeu (BCE) está preparado para trocar seus bônus do governo da Grécia por bônus da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) por um valor com desconto animou os investidores. Mas o clima ainda é de espera.

Em Nova York, às 16h56, o euro estava em US$ 1,3263, ante US$ 1,3261 no fim da tarde de ontem.

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