Após 12 dias de desabamento no Rio, bombeiros mantêm buscas

06/02/2012 16:10

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G1

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Doze dias depois do desabamento de três prédios no Centro do Rio, que deixou 17 mortos, 20 homens do Corpo de Bombeiros continuam as buscas nos escombros dos prédios, que foram levados para uma área daComlurb, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A informação é da Defesa Civil.Ainda há cinco desaparecidos e no Instituto Médico Legal (IML) se encontram 21 partes de corpos resgatadas dos escombros, segundo informou na manhã desta segunda-feira (6) a secretaria de Polícia Civil.

Segundo a Defesa Civil, os bombeiros dão prioridade à busca de mais partes de corpos que possam estar no local do desabamento. A prefeitura informou que já está em processo de escolha da empresa que vai fazer a triagem dos objetos que estão nos escombros, mas só vai ter acesso ao local depois de finalizado o trabalho dos bombeiros. Segundo a Defesa Civil, as buscas dos bombeiros nos escombros não têm data para terminar. A associação de vítimas do desabamento acompanhará a triagem do material.

O delegado Alcides Alves, da 5ª DP (Centro), que investiga o desabamento, já ouviu mais de 20 pessoas, informou a secretaria de Polícia Civil, e já recebeu as plantas dos três prédios que desabaram, que foram encaminhadas à perícia.

'Empresários sem-teto'

A advogada Simone Argolo Andres, que integra a associação de vítimas do desabamento, disse nesta manhã que a associação vai marcar uma audiência com o prefeito Eduardo Paes para reivindicar apoio aos empresários que perderam seus locais de trabalho e precisam de novos locais para instalar suas empresas. Ela disse os empresários já estão se denominando de "empresários sem-teto".

"O que conversamos numa reunião é que quando os barracões das escolas pegaram fogona Cidade do Samba, em março de 2011, o prefeito logo ofereceu ajuda financeira para a reconstrução. Com o desabamento, centenas de empresas não têm onde se instalar. Muita gente ficou desempregada", disse ela.
Identificados já são 16 Na noite de sexta-feira (3), foi identificada a 16ª vítima do desabamento de prédios no Centro, através de exame de DNA. De acordo com a Polícia Civil, o corpo de Bruno Charles Guitahy foi o primeiro a ser identificado por DNA.

Vistorias

A Defesa Civil registrou aumento de 290% no número de chamados para vistorias no Rio de Janeiro, em relação ao mesmo período do ano passado. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ), que recebia cerca de quatro denúncias por dia, agora recebe em média de 67 ligações.

Diretor e testemunha depõem na quinta-feira (2), o diretor da empresa de tecnologia TO, que fazia obras em alguns andares do Edifício Liberdade, prestou depoimento à polícia por mais de quatro horas. Sérgio Alves foi ouvido na 5ª DP (Mem de Sá) e voltou a dizer que as reformas de sua empresa não afetaram a estrutura do prédio.

Vídeo mostra as obras outra ajuda para esclarecer as causas do desabamento pode vir do vídeo que mostra as obras do 9º andar da empresa TO, divulgado pelo Polícia Civil na quarta-feira (1º). Segundo os investigadores, além do grande volume de material de construção e de entulho, há evidências de que uma viga que fazia parte da estrutura do prédio foi modificada pelos pedreiros.

Primeira Edição © 2011