Sem petistas, Dilma troca afagos com adversário

25/01/2012 13:45

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Em meio a uma crise de relacionamento com o PT por conta de mudanças no primeiro escalão do governo, a presidenta Dilma Rousseff voltou a trocar afagos com adversários do partido nesta quarta-feira ao receber a Medalha 25 de Janeiro.

Ao contrário de edições anteriores, quando petistas foram em peso prestigiar a entrega da medalha a correligionários, apenas três integrantes do partido participaram da homenagem. Deputados federais, estaduais e dirigentes do partido foram convidados mas não compareceram. O pré-candidato petista à prefeitura paulistana, Fernando Haddad, que adota um discurso de oposição a Kassab, desistiu de participar na última hora.

Dilma subiu ao palco acompanhada pelo governador tucano de São Paulo,Geraldo Alckmin (que também recebeu a medalha) com quem conversou ao pé do ouvido durante todo o tempo. Antes de iniciar o discurso fez uma saudação especial ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (outro homenageado) e não poupou elogios ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD).

“Quero fazer um cumprimento especial e um agradecimento a essa figura capaz de agregar e criar vínculos fraternos, republicanos, com as pessoas mais diversas, o prefeito Gilberto Kassab, a quem sou grata”, disse Dilma.

O PT lidera a oposição ao governo de Kassab na Câmara Municipal de São Paulo e tem resistido às pressões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma aliança com o PSD nas eleições deste ano. O elogio de Dilma foi interpretado por petistas como um sinal de que a presidenta e Lula estão juntos nas articulações pela aproximação entre PT e Kassab.

No discurso, Dilma citou o movimento modernista de 1922, o escritor Roberto Pompeu de Toledo (ex-colunista da revista Veja) e trechos da música “Sampa” de Caetano Veloso.

A ausência de petistas foi assunto nas rodas de conversa. Os únicos integrantes do partido que participaram da cerimônia foram os vereadores José Américo e Antonio Donato, presidente do diretório municipal, e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

“É uma presença pequena mas qualificada”, brincou José Américo. Dilma tem sido alvo de reclamações de petistas por não consultar o partido na escolha de nomes importantes do governo como a nova presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster.

Primeira Edição © 2011