Católicos preferem não misturar Igreja com política, mas...

15/01/2022 09:22

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Romero Vieira Belo

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Ao contrário dos protestantes, que são uma minoria fragmentária no universo de fiéis brasileiros, os católicos se candidatam, disputam mandatos eletivos, mas são raríssimos os casos dos que entram no jogo da política usando ostensivamente o nome da Igreja. Sacerdote, então, é figura invisível entre mandatários.

Já foi diferente. Entre as décadas de 1930 e 1960, um padre pernambucano chamado Alfredo Arruda Câmara elegeu-se deputado federal oito vezes e celebrizou-se por sua luta pessoal e ideológica contra o divórcio. Era culto. Formado em Filosofia e em Teologia Dogmática pela Universidade Gregoriana de Roma. Depois disso, nenhum outro membro efetivo da Igreja Católica assumiu posição com tanto destaque no cenário político.

Não significou ausência total dos católicos na seara político-partidária. Muitos padres se elegeram prefeitos, vereadores e deputados, mas nenhum com o brilho e a influência de Arruda Câmara. Até que o Vaticano decidiu intervir, baixando expressa recomendação para que integrantes da Igreja de São Pedro não mais participassem do processo eleitoral. A partir daí os ‘evangélicos’ entraram em ação, saíram em busca de voto e de mandato, de modo que, agora mesmo, um deles, ‘terrivelmente evangélico’, ganhou vaga de ministro no Supremo Tribunal.

Há um desequilíbrio evidente, mas o que chama a atenção é a ausência de qualquer movimento organizado por católicos com vistas a determinado resultado eleitoral. Silêncio profundo – seria simples indiferença ou descrédito no sistema? – da maioria, em flagrante contraposição aos ruídos estridentes da minoria que já constituiu até bancada organizada na Câmara dos Deputados.

Nesse cenário pouco compreensível, resta saber se e quando o conjunto majoritário do ‘povo de Deus’ despertará para, com a influência que pode exercer, também marcar presença nas decisões políticas que definem o destino da nação brasileira.

 

SANTORO É OPÇÃO FORTE PARA MANDATO ELETIVO

Sem ‘queda’ para a política, George Santoro seria, contudo, um nome fortíssimo para concorrer às eleições deste ano. Com chance real – bem entendido – de abocanhar um mandato de deputado estadual entre os mais votados. Seria, aliás, um gesto de reconhecimento do povo alagoano a esse fluminense que, esbanjando competência, deu uma turbinada incrível nas finanças de Alagoas, tão combalidas nos governos anteriores.

 

UM NOME NA ‘MEMÓRIA DOS ALAGOANOS’

Um aliado do MDB comparou Renan Filho a uma ‘Célula T’ do sistema imunológico: “Ele vai ficar na memória dos alagoanos e, por tudo que fez e está fazendo, será tranquilamente lembrado na sucessão estadual do governador que se eleger neste ano”.

 

SERVIDOR ESTADUAL NA EXPECTATIVA DE 10%

O funcionalismo público estadual, começando pelo pessoal do Poder Executivo, já vive a expectativa de ser contemplando com uma correção salarial de 10%. O percentual não é aleatório: 10,42% é precisamente o índice oficial da inflação de 2021. Ou seja, o tamanho das perdas inflacionárias em cima dos salários.

 

PESSOAL DO LEGISLATIVO CONFIANTE EM VICTOR

Os servidores da Assembleia Legislativa também estão confiantes na obtenção de um reajuste na faixa de 10% para seus ganhos. Alguns deles explicam o motivo da expectativa: “Com Marcelo Victor na presidência, no ano passado o Legislativo reajustou os salários de seus funcionários em 4,52%, mesmo valor concedido ao pessoal do Executivo”.

 

PANDEMIA NÃO ACABARÁ NO MUNDO TODO

A OMS está certíssima em um ponto: em vez de estarem gastando vacina com terceira dose ou dose de reforço, os países ricos deveriam estar doando imunizantes aos mais pobres. Por causa disso, dificilmente a pandemia de Covid acabará este ano. Ou seja, a meta de vacinar 70% não será atingida no mundo inteiro.

 

 

Primeira Edição © 2011