Política projeta ‘evangélicos’ e ignora grande maioria católica...

28/12/2021 18:24

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Romero Vieira Belo

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Desde que Jair Bolsonaro, na campanha eleitoral de 2018, buscou ostensivamente o apoio de lideranças evangélicas – pastores que comandam templos e lideram seguidores em todo o país – que o Brasil, hoje um estado laico, viu a máquina política nacional fundir seus objetivos com interesses religiosos.

Em meio à guerra de números (pesquisas de intenção de voto sobre a sucessão presidencial), a Folha de S. Paulo usa dados do Datafolha para proclamar que “43% dos evangélicos avaliam Lula como melhor presidente do Brasil e 19% optam por Bolsonaro”.

O presidente Jair Bolsonaro, depois de alianças quase formais com Edir Macedo, Silas Malafaia e Valdemiro Santiago (que, para muitos teria sido fator decisivo à sua eleição à presidência), acaba de nomear para o Supremo Tribunal Federal um ministro, como ele costuma dizer, ‘terrivelmente evangélico’.

Ora, sem a intenção de desmerecer ninguém, trata-se de uma inaceitável inversão de valores em um ‘jogo político’ que, aberta e insistentemente, tenta projetar um segmento religioso minoritário como detentor de uma força política que não existe.

E não existe, na proporção que se busca desenhar, porque, se assim fosse, as Câmaras Municipais, as Assembleias Legislativas e o Congresso Nacional estariam, e não de hoje, abarrotados de pastores e missionários ditos evangélicos. E não estão.

Enquanto isso, ‘todo mundo’ ignora a grande maioria católica. Segundo estudo recente, os católicos constituem 68,4% da população brasileira contra apenas 20,2% de evangélicos.

Muito estranho, pois, que os políticos – quase todos influenciados por setores da mídia – se movimentem com tanta energia na busca por apoio dos evangélicos. Verdade que as lideranças católicas não se envolvem com atividade político/partidária – trata-se de orientação do próprio Vaticano –, mas o fato é que soa absurdo fazer política relegando ao esquecimento precisamente a comunidade mas numerosa do conjunto social brasileiro.

E então, ninguém quer nada com o eleitorado católico?
 

TJ: CACÁ GOUVEIA NA LISTA DOS ‘POSSÍVEIS’

Advogado consagrado com destacada atuação aqui e noutros estados, o experiente Antônio Calos Gouveia figura na seleta lista de nomes cotados para assumir o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas. Filho de Milton Hênio, mestre da Pediatria alagoana, Cacá Gouveia deixou marca inesquecível quando presidiu o Detran-AL durante o governo de Renan Filho.

 

SIMPLES, MAS NINGUÉM MATERIALIZOU ANTES

Competência é isso aí. Com uma medida engenhosa, o secretário Alexandre Ayres acabou com a ‘eterna’ agonia do Hospital Geral do Estado, cuja superlotação sempre foi fonte perene de críticas aos governadores de plantão. O que Ayres fez? Descentralizou o atendimento, acionando as UPAs e deixando para o HGE exclusivamente os pacientes em situação de emergência.

 

REAJUSTE DA PF: TODA AÇÃO PROVOCA REAÇÃO

Como não entende de Física, Bolsonaro desconhece que ‘toda ação provoca uma reação’. Traduzindo: ao conceder reajuste salarial apenas aos policiais federais, o presidente atraiu a repulsa de todo o restante do funcionalismo público da União, com reflexos também nos servidores estaduais e municipais. Bomba!

 

ECONOMIA NÃO É PARA QUALQUER UM

Mas o desconhecimento não é demérito exclusivo do estadista brasileiro. Na Assembleia Legislativa alagoana tem parlamentar que não sabe distinguir doação orçamentária de doação financeira. Ainda assim, ‘discursam’ exibindo ar de mestres da oratória.

 

DESPREZADO, MAGNO RESSURGE EM GRANDE ESTILO

E o pastor Magno Malta, hein? Relegado por Bolsonaro, após a eleição presidencial, o ex-senador de repente apareceu na comitiva de JB na excursão a Dubai. Sem mandato, sem cargo no governo, sem sequer um ‘como vai’ sonoro do ex-capitão. Causou estranheza, sim, a fulgurante aparição nesse passeio ruidoso...

 

E BOLSONARO MUDOU TOM DO DISCURSO

Já deu para perceber que Bolsonaro mudou o discurso e parou os ataques ao Supremo Tribunal e ao próprio Congresso Nacional? Pois bem, não se trata de uma ‘inflexão’ espontânea. Sabe-se agora: o presidente foi avisado de que, se não parasse com o tom golpista, não teria o apoio dos partidos que compõem o Centrão.

 

Primeira Edição © 2011