Romero Vieira Belo
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Não se pode negar que a bandeira da ‘mudança’ prevaleceu como mensagem de convencimento do eleitorado na sucessão do prefeito Rui Palmeira. Evidente, cada candidato tinha seus méritos e virtudes, mas o que pesou, como elemento decisivo, foi precisamente o mote, a palavra mágica que se conectou com a vontade da grande maioria dos eleitores naquele momento: mudança. Sim, mudança porque, após oito anos de presença de Palmeira na Prefeitura, seu modelo de atuar esgotou-se. Dois mandatos consecutivos. Na metade do último, as pessoas já estavam impacientes, os problemas se avolumando e as soluções minguando. E a impaciência deu lugar a cobranças, crescentes cobranças sem respostas, então, porque nenhum gestor vai ter jamais condições de atender a todos, de fazer tudo que se pede.
A verdade é que – promessas de campanha à parte, e o fato é que todos prometem sabendo que não terão como cumprir, faz parte do jogo, da cultura política brasileira – os problemas de uma cidade como Maceió são maiores, infinitamente maiores do que a capacidade de solução que os cofres municipais oferecem. Quando se faz ‘algo mais’, obras em volume ‘acima do normal’, como sucedeu com Cícero Almeida, é porque a gestão usa dinheiro federal, seja dos Ministérios, seja de emendas apresentadas por senadores e deputados no Congresso Nacional.
Mas Rui Palmeira errou no essencial: abandonou a malha viária. Todo prefeito que o antecedeu executou a popular ‘operação tapa-buraco’, sempre após a quadra chuvosa. Rui, não, e isso foi fatal.
Reforma de escolas conta, novos postos de saúde, compra de remédios, creches, praças, tudo conta, mas se a cidade estiver esburacada – como atualmente e, sobretudo, nas ruas da parte baixa da capital – a sensação de abandono, de descaso, toma conta de todos. “Cadê o prefeito?” ou ‘Cidade sem prefeito”. Repetida a todo instante, a queixa destrói a imagem de qualquer gestor.
Esse, o grande erro de Rui, o erro que deu a vitória a JHC, na exata hora em que ele, Palmeira, se uniu a Alfredo Gaspar, dando aos adversários a tremulante bandeira da ‘mudança’...
LEI JÁ TRATA DE PROPOSTA DE LÉO LOUREIRO
Ignorando a legislação, o deputado Léo Loureiro entrou na Assembleia Legislativa com projeto de lei determinando que pessoas com deficiência física tenham prioridade na ordem de vacinação contra Covid-19. Se é para mostrar boa vontade, tudo bem, mas a lei vigente já especifica até quem são os deficientes com prioridade.
O TESTEMUNHO DE UM CORRUPTO CONDENADO
Condenado a mais de 30 anos de prisão por bandidagem, o ex-deputado Eduardo Cunha surge com um livro que culpa, entre outros, Baleia Rossi pelo impeachment de Dilma. Rossi disputa com Artur Lira a presidência da Câmara. Em cima da hora, Lira ganha como aliado um dos maiores corruptos da República.
MORTE DE MIRANDA ENLUTA A IMPRENSA
Registro, com profundo pesar, o falecimento do jornalista Manoel Miranda, segunda-feira (25) em um hospital do Recife. Miranda foi meu colega de trabalho no velho Jornal de Alagoas. Profissional do melhor nível, aplicado, íntegro, preparado. Minhas condolências aos seus familiares e amigos.
MAIS UMA DO GOVERNADOR RENAN FILHO
Mais uma de Renan Filho: ao unificar a data de pagamento da folha salarial do funcionalismo, o governador aplica nova derrota à turminha cada vez mais reduzida de críticos e opositores. Novidade começou em janeiro e, já a partir de abril, dinheiro passa a entrar na conta do servidor dentro do mês trabalhado.
NA CÂMARA, ELEIÇÃO PODE TER SEGUNDO TURNO
Com oito ou nove candidatos, a eleição para presidente da Câmara Federal pode não ser decidida nesta segunda-feira. A fragmentação de votos direcionados aos azarões tem tudo para provocar um segundo turno. E o detalhe é que esses azarões são quase todos contrários a candidato Artur Lira.
ONTEM, CONTRA; HOJE, A FAVOR DA VACINA
A dupla-face de Bolsonaro, no campo controverso da vacinação, confunde os brasileiros. Muitos não sabem em quem acreditar, se no Bolsonaro que desdenhava da vacina e fazia propaganda contrária à vacinação, ou se no Bolsonaro que, agora, anuncia chegada de imunizantes com ar de grande conquista.
O DESMANCHA-DESMANCHA EM WASHINGTON
Joe Biden, novo presidente americano, está revogando uma série de medidas adotadas pelo ex-presidente Trump, do mesmo modo que Trump invalidou atos assinados por Barack Obama. Nada de novo em Washington. Amanhã – anotem – o próximo mandatário ianque fará o mesmo com as decisões do vovô Biden
Primeira Edição © 2011