Uma explicação simples para a vitória do deputado JHC

30/11/2020 10:31

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Romero Vieira Belo

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O deputado João Henrique Caldas, o JHC, venceu a eleição apoiado na palavra mágica ‘mudança’, que não constitui fenômeno, mas uma determinante do processo eleitoral. Prefeito se elege e se reelege, e pronto. Vem uma alternância, outro assume o poder para, quatro ou oito anos depois, passar o bastão.

Mas JHC não venceu a ‘disputa pessoal’ com Alfredo Gaspar, e não o poderia, pois isso representaria tremenda contradição do eleitor. O que prevaleceu foi o discurso centrado na palavra ‘continuísmo’, isto porque Gaspar, um estreante (o único realmente novo no processo) se conectou a Rui Palmeira, prefeito em final de segundo mandato. E o fato é que as pessoas queriam um nome novo, mas um novo que não significasse, em nenhuma hipótese, a continuação de um projeto que já se completara.

Neste espaço, eu disse repetidas vezes que Alfredo Gaspar era um nome para concorrer ao governo do Estado. Seu histórico como procurador de Justiça e como secretário de Segurança lhe credencia a participar de uma sucessão estadual. Sua derrota ecoa forte nesse momento, mas daqui a meses, os desafios da cidade, os problemas que o futuro prefeito terá de enfrentar, ajudarão a reabilitar e recompor a imagem do candidato vencido.

A campanha também pesou. A mais organizada, a mais insinuante foi a do Davi Filho, porém, no segundo turno, a de JHC superou em muito à do Gaspar. Na largada, Alfredo deveria ter sido apresentado como o ‘xerife’, palavra associada ao seu desempenho à frente da Segurança Pública, onde tirou Alagoas do topo da criminalidade no País. ‘Xerife neles’, simples e objetivo.

Mas, é o processo político. O eleitor, a maioria, optou por JHC sabendo que ele não terá como cumprir a maior parte das promessas. Não haverá meios, recursos para tal. Vai depender de ajuda federal e do próprio governo do Estado. Claro que ele, em campanha, não poderia dizer isso, mas é a realidade.

A alternância é um processo natural. Cícero Almeida, bom prefeito, tentou o terceiro mandato, após um intervalo, e perdeu feio para o próprio Rui Palmeira. Se não se desenganar com a política, após todo o desgaste da campanha e o resultado negativo, Alfredo Gaspar poderá emplacar um projeto eleitoral vitorioso mais adiante. O próprio tempo se encarregará de reabilitá-lo naturalmente.

E JHC, que no jogo eleitoral de 2016 chutou na trave, agora mandou para o fundo das redes e venceu a contenda com um gol

que entra para a história política de Maceió como memorável.

De parabéns, igualmente, o vice Ronaldo Lessa, cujo histórico político também pesou – e muito – a favor da campanha vitoriosa.

Primeira Edição © 2011