Senador Renan diz que é perseguido e vítima de 'assassinato de reputação'

20/09/2020 11:16

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Romero Vieira Belo

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Enquanto delatores se desmentem e negam acusações que viraram ‘notícia’ e enquanto o Supremo Tribunal Federal manda arquivar, uma a uma, as denúncias apresentadas pelo Ministério Público, o senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, não para de ser acusado, até agora, porém, sem nenhuma prova concludente. 

Alvo de imputações dessas denúncias ao longo de anos, o senador alagoano tem resistido com todas as forças, mas a resistência humana tem limites e, na semana que passou, durante exames de rotina, foi detectado um tumor no rim direito (ambos extraídos) e depois outros tumores menores no corpo. 

Ainda internado, Renan aproveitou para, nas redes sociais, fazer um desabafo gravado em seu quarto no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde está sendo tratado.  

No vídeo gravado e postado nas redes sociais, disse que seu propósito era o de relatar o desgaste físico e mental que tem enfrentado por conta de "processos e perseguições absurdos", com mais "absoluta falta de provas". "Mesmo assim, a qualquer momento podem surgir outros absurdos que vão causando danos a minha saúde física e mental. Ano a ano, mês a mês, é uma verdadeira tortura. Ontem mesmo, saindo da cirurgia, fui instado a responder pela 10ª vez a uma denúncia improcedente, nascida de uma delação onde todos os delatores negaram a imputação inicial. Fala-se muito em assassinato de reputações, essas acusações sem prova. O fato é que vale uma sentença de morte em vida, assassinato mesmo. O corpo também se abate", desabafou. 

"São acusações seriadas sem prova, sem materialidade ou fatos, que equivalem a uma sentença de morte em vida, assassinato mesmo", afirmou o senador. "A duras penas tenho procurado manter a serenidade, a sanidade e o equilíbrio, ao mesmo tempo em que faço minha defesa técnica dentro do Estado democrático de Direito, que muitas vezes é violentado por alguns agentes púbicos". 

"A cada fardo retirado, um novo é lançado em minhas costas, parece uma condenação inapelável. No futuro, quando isso tudo passar, a vergonha estará na face daqueles que me condenaram à morte em vida. Por isso, a vontade de viver e lutar não esmorece. Mesmo diante das mais vis das atrocidades, resisto para que isso não se abata mais sobre nenhum outro brasileiro, só assim o Brasil será um país melhor", disse Renan Calheiros 

 

ACUSADOR 

Há cerca de 15 dias, o Conselho Nacional do Ministério Público puniu, com pena de censura, o procurador Deltan Dellagnol, que chefiou o MPF no processo da Operação Lava-Jato, em Curitiba. 

Durante a eleição para a presidência do Senado Federal, em 2018, Dellagnol usou as redes sociais para afirmar que “se eleito, Renan Calheiros dificultaria reformas contra a corrupção”. 

A punição, que o senador considerou ‘branda’ e disse que iria buscar reparação por danos morais, vai atrasar a progressão profissional de Dellagnol e pesar em outros processos. 

 

VISITA DE LULA

Após ser visitado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Sírio Libanês, Renan Filho postou foto do encontro e comentou:

"Recebi a visita do ex-presidente Lula no hospital. Durante a conversa, ele me perguntou se eu estava bem. Respondi que aguento jogar os 90 minutos, mas que a prorrogação não garanto".

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