Principais candidatos em Maceió: Cícero Almeida (2)

07/09/2020 17:27

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Romero Vieira Belo

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Teria sido um fenômeno da política alagoana. Por definição, fenômeno é algo passageiro, fugaz, momentâneo. Mas na política não é assim e a história de um Marcos Freire desmente o conceito clássico. E sucede que existe explicação plausível tanto para a ascensão quanto para a ‘queda’ do ex-prefeito Cícero Almeida.

Sua espetacular vitória em 2004, quando se elegeu prefeito de Maceió pela primeira vez, originou-se da ‘exaustão das elites’, mas não só. Certo que Kátia Born estava muito desgastada e Alberto Sextafeira não passava de uma proposta sofrível para a sucessão na capital. O nome emergente e alternativo seria o do empresário João Lyra, mas as pesquisas mostraram que o eleitorado maceioense estava ‘pronto’ para uma mudança radical: trocar um representante do ‘sistema’ por um homem simples, sem curso superior, sem títulos, um ‘homem do povo’.

João Lyra fez a leitura correta das sondagens e decidiu apoiar Almeida – repórter policial, ex-vereador e, naquele momento, deputado estadual. Deu certo, Cícero conquistou a Prefeitura e repetiu o mandato, mas depois cometeu um erro fatal: elegeu-se deputado federal e se mandou para Brasília. Trocou o contato direto e constante com suas bases para remar no Paranaguá, que não era sua praia. O efeito era esperado: sem a aliança com João Lyra e diante das elites ‘recompostas’, Cícero quase perde a vaga na Câmara para o novel Val Amélio. Depois disso, ainda teve uma chance ao enfrentar Rui Palmeira em 2016, mas não deu.

Acabado? Nada disso. Almeida fez muito, deixou marcas de um ótimo prefeito – ao nível de um Dilton Simões – e está no páreo na disputa de novembro. Pesquisa recente lhe atribuiu mais de 9% da preferência doe eleitores. É muito, ele pode evoluir, crescer. E se não conseguir o bastante para levá-lo ao segundo turno, poderá transformá-lo no pêndulo da decisão. Traduzindo: seu apoio poderá ser decisivo para consagrar um dos finalistas.

 

 

Primeira Edição © 2011