Esquerda não 'disputará', mas poderá decidir sucessão presidencial

12/07/2020 17:06

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Romero Vieira Belo

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O foco aqui não é a sucessão de novembro próximo, em Maceió, nem a estadual em 2022, mas a próxima presidencial, também daqui a dois anos e meses. E não se trata de projetar uma esquerda desistente, de fora do processo. Longe disso. A questão é que Lula não deverá disputar o jogo sucessório (ele continua condenado em segunda instância e, portanto, inelegível), mas, se por efeito de uma mágica judicial, ganhar habilitação, será derrotada. E será porque sua época passou, seu tempo passou, assim como passou o tempo do próprio PT. Um partido político não passa 16 anos no poder e sai de cena como o PT saiu, com seus líderes punidos na Justiça e nas urnas, e volta tão rápido. Não volta e isso ficou evidente, meridiano, na sucessão de 2018.

Mas o embate sucessório presidencial terá não apenas o PT, mas todos os partidos de esquerda, em seu conjunto, como força indubitavelmente decisiva por motivo de fácil explicação: minoritária nas urnas do primeiro turno, a esquerda será o fiel da balança na rodada final. E se as projeções e pesquisas já de agora estiverem corretas, os esquerdistas vão ter que decidir entre, isso mesmo, Jair Bolsonaro, tentando a reeleição, e Sérgio Moro, um nome com potencial que somente mais adiante poderá mensurado em toda sua dimensão. E aí cabe uma observação: o PT, por óbvias razões, abomina o célebre juiz da Lava-Jato, sobretudo, pela condenação de Lula, mas poderá entender que a repetição de Bolsonaro será ruim para todos, inclusive para a democracia.

A esquerda não terá chance porque jamais se unirá. O PT poderá lançar Fernando Haddad ou Jacques Wagner, mas só como figurantes. O outro nome provável da esquerda – Ciro Gomes – não é mais levado a sério. Virou um trapalhão, agressivo, intragável. Um desastrado com o desempenho arruinado mais ainda pelas peripécias malucas de seu irmão Cid Gomes. Por efeito gravitacional, esses nomes, separados no primeiro turno, se juntarão involuntariamente e seus eleitores decidirão a luta final.

 

O BOM SENSO DO ARCEBISPO DE MACEIÓ

Ao contrário dos evangélicos – e mais focado na saúde dos fiéis do que na coleta do dízimo – dom Antônio Muniz usou o bom senso e decidiu dar mais um tempo para reiniciar as missas presenciais. Cauteloso, o arcebispo de Maceió que evitar que, amanhã, surjam acusações de que contribuiu para contágios e até mortes de pessoas contaminadas durante as pregações.

 

LIVRE DO IMPEACHMENT, BOLSONARO SILENCIA

E Bolsonaro depôs a metralhadora giratória. Depois de conseguir o apoio do Centrão contra o impeachment, o presidente decidiu mergulhar. Mesmo antes de testar positivo para covid-19, o capitão já não atacava ninguém, não exortava seus apoiadores no ‘cercadinho’ do Alvorada, não crises diárias. Falta, após a doença, nomear titulares para os Ministério da Saúde e Educação.

 

O HOMEM PROPAGANDA DE BOLSONARO

Escalado, e não de agora, para injetar ânimo no mercado e na sociedade, com projetos econômicos, o esperto Paulo Guedes anda vendendo a ideia de grandes privatizações, ainda neste ano (logo após a pandemia), mas acabou sendo lembrado de que precisa de autorização do Congresso. E Rodrigo Maia já mandou um aviso: “As eleições vão atrapalhar as privatizações”.

 

A HORA E A VEZ DA REGIÃO NORTE

Além de ganhar o Hospital Regional situado em Porto Calvo, a Região Norte terá intensificada a duplicação de sua AL-101, ganhará uma ponte unindo o  Morro de Camaragibe à Barra de Camaragibe, terá restaurada toda a malha viária que corta o Estado e ganhará novo empreendimento hoteleiro em Morros do Camaragibe.

 

COVID MATA EM MÉDIA 20 PESSOAS POR DIA EM AL

Não é hora de relaxar, de ‘abrir as comportas’, mas a evolução da pandemia em Alagoas, notadamente em Maceió, já apresenta sinais de estabilização, quanto ao registro de óbitos, e variação considerável em relação aos contágios do novo coronavírus. Há semanas o Estado registra média diária de 20 mortes.

 

MUDANÇA DE NOME NÃO MUDA O CONTEÚDO

O governo Bolsonaro está copiando o de Lula: há propostas para mudar o nome do Bolsa Família e do Minha Casa, Minha Vida. Lula, para quem não sabe, criou o Bolsa Família que legados de FHG, mudou o nome Cefet (antiga Escola Técnica Federal) para IFE e também alterou a denominação do Fundef, criando o atual Fundeb. E assim caminham os presidentes brasileiros.

 

GLOBO OMITE OS RECUPERADOS DA COVID-19

Por que será que a Rede Globo não está mais divulgando o número de pessoas curadas da covid-19? Trata-se de omissão imperdoável para, por exemplo, um Jornal Nacional. Bonner e Renata anunciam todos os que o Brasil já tem x casos do coronavírus, mas não fala nos pacientes recuperados.

 

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