Johnson pede que Reino Unido trabalhe "pacificamente" no combate ao racismo

09/06/2020 15:59

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EFE

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pediu nesta terça-feira que seu país trabalhe "em paz e legalmente" para combater o racismo e a discriminação, após os protestos antirracistas ocorridos no último final de semana.

Após o choque da morte de George Floyd nos Estados Unidos, milhares de pessoas assistiram às manifestações que ocorreram em várias cidades do Reino Unido, como Londres, Bristol, Manchester, Edimburgo e Glasgow, e no caso da capital britânica, terminou em confrontos com a polícia.

Em um artigo publicado hoje na "Voice", uma publicação dedicada à comunidade afro-caribenha, Johnson disse que o governo não vai ignorar a inquietação e o "inegável sentimento de injustiça" que a morte de George Floyd causou em todo o mundo.

O premier considerou que a reação à morte de Floyd pode ser prejudicada por uma minoria que ataca a aplicação da lei ou causa danos materiais.

Ele admitiu que o Reino Unido ainda tem muito mais a fazer para combater o racismo.

A morte de George Floyd, em Minneapolis, durante uma abordagem policial feita por um agente branco, gerou uma onda de protestos pacíficos e antirracismo em muitos países, pedindo o fim da brutalidade e discriminação da polícia contra pessoas negras.

O primeiro-ministro britânico enfatizou que o caso Floyd colocou em evidência a injustiça e discriminação sentidas por minorias étnicas e grupos afro-caribenhos na educação ou no emprego.

"Simplesmente não podemos ignorar a profundidade das emoções causadas por um homem negro que perde a vida nas mãos da polícia", acrescentou Johnson, admitindo que aqueles que governam não podem ignorar esses sentimentos provocados pelo caso.

"Honestamente, precisamos reconhecer que há muito a ser feito para erradicar os danos e criar oportunidades, e o governo que lidero está comprometido em fazer esse esforço", afirmou.

Ao mesmo tempo, Johnson criticou aqueles que causaram danos materiais, alegando que eles prejudicam a causa legítima pela qual muitas pessoas protestaram.

Pelo menos 35 policiais ficaram feridos durante os protestos no último domingo, em Londres, nos quais outras 36 pessoas foram presas, segundo governo.

Além disso, uma manifestação na cidade de Bristol, na Inglaterra, terminou com a demolição da estátua do comerciante de escravos do século XVII Edward Colston, um controverso monumento de bronze erguido em 1895 no centro da cidade, onde os participantes tombaram com cordas e rolaram pelas ruas até ser jogado no porto. EFE

Primeira Edição © 2011