Trump ordena suspensão de contribuições dos EUA à OMS

15/04/2020 12:48

A- A+

EFE

compartilhar:

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou nesta terça-feira, em meio à pandemia do novo coronavírus, o congelamento das contribuições que o país faz à Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Hoje ordeno ao meu governo que suspenda as contribuições para a OMS enquanto revejo sua conduta para determinar seu papel e sua grave má gestão e encobrimento da propagação do coronavírus", anunciou Trump em entrevista coletiva na Casa Branca.

O presidente americano justificou a decisão pela oposição da OMS ao fechamento das fronteiras para combater a propagação do vírus, por não ter agido mais cedo e por ter não só confiado, mas também "elogiado" o governo da China, país onde a pandemia surgiu.

"Como o maior doador da organização, os Estados Unidos têm o dever de insistir na responsabilidade total", disse Trump, observando que Washington repassa de US$ 400 milhões a US$ 500 milhões anualmente, enquanto a China contribui com cerca de US$ 40 milhões.

De acordo com dados da própria organização, para o período 2016-2017 os Estados Unidos foram responsáveis por 76% das contribuições voluntárias, que representam mais de três quartos do orçamento da organização sediada em Genebra, na Suíça.

"Com a pandemia de Covid-19, temos sérias dúvidas se a generosidade dos Estados Unidos foi aproveitada da melhor maneira possível", acrescentou.

Trump, que encerrou o tráfego de passageiros com a China no final de janeiro, chamou de "desastroso" e "perigoso" o fato de a OMS recomendar que os países não restringissem as viagens.

"Felizmente eu não estava convicto e suspendi as viagens da China, salvando inúmeras vidas. Milhares e milhares de pessoas teriam morrido. Se outros países tivessem suspendido as viagens da China, inúmeras vidas teriam sido salvas", disse.

O presidente americano acusou assim a OMS de "colocar o politicamente correto acima das medidas que salvam vidas".

Trump também disse que se a OMS tivesse agido corretamente, a Covid-19 poderia ter sido "contida" na fonte, em Wuhan, na China, resultando em pouquíssimas mortes e consequências econômicas limitadas.

O presidente dos EUA já havia antecipado na semana passada a intenção de congelar os repasses para a OMS, acusando a entidade de ter um "viés" em favor da China e de ter "cometido um erro" com a gestão da Covid-19.

Em resposta a essas críticas, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que seja colocada em "quarentena" qualquer tentativa de politizar a pandemia, apelando à união interna e à solidariedade internacional para lidar com o problema.

Primeira Edição © 2011