Três nomes com chances de vitória na sucessão de Maceió

17/03/2020 15:49

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Romero Vieira Belo

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Numa eleição com segundo turno, o que já é admitido pelos protagonistas da disputa e pelos analistas políticos, inevitável que os partidos mais estruturados participem do processo lançando candidaturas próprias, ainda que alguns prefiram recorrer ao instituto da coligação, que continua válido no pleito majoritário.

Sabendo que haverá uma disputa final confrontando os dois postulantes mais votados, os líderes partidários aproveitarão a campanha do primeiro turno para se aproximar dos eleitores, para divulgar propostas e projetos e, principalmente, para respaldar a campanha de seus candidatos à Câmara Municipal.

Os concorrentes chamados de ‘secundários’ ou ‘coadjuvantes’ também sabem que ganharão importância na campanha do segundo turno, valendo-se, sempre, do pressuposto de que seus eleitores marcharão com o finalista a quem declarar apoio.

Por trás das adesões, que parecerão espontâneas e programáticas, haverá acertos prévios de bastidores, com promessa de participação na equipe de governo e até com articulações para facilitar o acesso de suplentes à Câmara de Vereadores, com a convocação de eleitos para compor o elenco administrativo.

Afora essas variantes, que devem ser vistas com naturalidade em todo pleito municipal, o que parece visível demais, posto no tabuleiro da sucessão em Maceió, é uma disputa pra valer reunindo três nomes: Alfredo Gaspar, João Henrique Caldas, o JHC, e Ronaldo Lessa. Três opções fortes confrontando um ex-governador que já foi prefeito da capital, um ex-procurador de Justiça que já foi secretário de Segurança Pública, e um deputado federal que, em 2016, esteve perto, muito perto de ir para o segundo turno com o prefeito reeleito Rui Palmeira.

Em tese, a vantagem de Alfredo Gaspar parece óbvia, dado o apoio dos blocos políticos do governador Renan Filho e do prefeito Rui Palmeira, mas eleição não é uma operação matemática antecipada. É um jogo, dinâmico e muitas vezes surpreendente, que tem de ser jogado com total empenho. Ganha quem for mais convincente perante a maioria do eleitorado.

 

CABRAL, O VICIADO EM GRANA, DENUNCIA LULA

Condenado à passar a eternidade em cana, o viciado em grana Sérgio Cabral, em nova delação recompensada, revelou graves esquemas de propinas repassadas para Lula. Bom, se apresentar uma prova material (foto, vídeo, recibo) terá direito ao seu prêmio. Se não, só vai fortalecer a tese de inocência do petista.

 

 ‘JANELA’, O VELHO JEITINHO BRASILEIRO

Até o dia sete de maio, a chamada ‘janela’ partidária estará aberta. É o mecanismo que o Congresso Nacional concebeu para, mandando a fidelidade partidária para o espaço, permitir o troca-troca de partido sem nenhum tipo de punição. O Congresso aprovou a fidelidade dos políticos, mas também criou uma variante: “Nesses dois meses, vocês podem ser infiéis”...

 

RUI PODE INGRESSAR NO DEM, DO AMIGO NONÔ

Rui Palmeira ainda não decidiu sua nova filiação, mas, desde que se desligou do PSDB, foi posto diante de uma opção mais do que consentânea: ingressar no DEM, que já foi PFL. Indo para o Democratas, o prefeito maceioense se unirá ao seu secretário de Saúde, o ex-deputado federal Thomaz Nonô, que preside a legenda, historicamente, aqui em Alagoas.

 

ALIADOS QUEREM NONÔ NA CÂMARA DE MACEIÓ

E por falar em Nonô (que também já foi secretário estadual da Fazenda) o que não falta é aliado e correligionário propondo que ele se candidate a vereador na capital, mandato que ele nunca exerceu. Para tanto, o herdeiro político do ex-deputado Aloísio Nonô teria de deixar a Secretaria de Saúde em abril.

 

A REVELAÇÃO DE UM MESTRE DIVERSIONISTA

Bolsonaro está se revelando um mestre do diversionismo. Sempre que está sob o foto crítico da mídia, ele surge com uma variante temática, causando polêmica. Agora mesmo, com o baque das bolsas, a subida do dólar e o avanço do coronavírus, o presidente desviou as atenções com nova denúncia de fraude no primeiro turno da eleição presidencial de 2018.

 

DÓLAR ALTO ARMA BOMBA NA ECONOMIA

A disparada do dólar (mesmo antes da crise do petróleo e do coronavírus), estimulada pelo ministro Paulo Guedes, pode até melhorar o desempenho das exportações brasileiras. Mas terá um efeito devastador puxando a inflação para cima, ao atingir os preços, por exemplo, de toda a cadeia de produtos derivados do trigo, dos insumos de medicamentos e de componentes importados do setor automotivo.

 

FHC NÃO FAZ MAIS O JOGO DA MÍDIA

Conciliador como sempre, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz que o momento é de se buscar a pacificação no país. Ele próprio dá o exemplo nesse sentido: já não faz mais o jogo da mídia que, nos primeiros meses do novo governo, o procurava em busca de críticas pessoais e institucionais a Jair Bolsonaro.

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