Segurança e Privacidade na Internet

13/02/2020 15:21

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Agência Brasil

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Recentemente o lançamento do FaceApp, um aplicativo que promove envelhecimento facial nas fotos, veio cercado de polêmica. Especialistas em segurança na rede alertaram para o fato de os usuários estarem voluntariamente compartilhando seus dados com uma empresa desconhecida. A brincadeira “10 years challenge” – desafio dos 10 anos – também incendiou a internet. Assim como o FaceApp, a suspeita era de que o sistema poderia fornecer uma gama de informações, nesse caso ao Facebook, para treinar algoritmos de reconhecimento facial com base na progressão da idade.

A descoberta recente de que assistentes do Facebook, da Amazon e do Google ouviam e gravavam áudios dos usuários também chamou a atenção. Para a advogada Juliana Akaishi, “se o que você se compromete como empresa é que o assistente só vai começar a gravar quando eu der um comando, e ele está gravando em momentos outros que não era pra ele gravar eu tenho ai um problema”. Para o jornalista Carlos Alberto Teixeira, especialista em tecnologia, “as pessoas começam a tomar mais cuidado com o que está sendo falado.”

Qual o perigo das informações que estamos compartilhando diariamente na internet? É preciso tratar o que se coloca na rede com mais responsabilidade? O pesquisador de segurança em tecnologia Thiago Marques ressalta que as redes sociais são uma boa ferramenta, mas precisam ser usadas da forma correta: “Evitar postar informação demais. Se você foi viajar para uma determinada cidade e tirou um monte de foto, talvez não poste no dia que você está lá. Volta e posta as fotos.”

Diante dos fatos, é preciso debater a importância de uma legislação para proteger os dados de cada usuário. Desde 2018, a União Europeia conta com um regulamento que dá poder de escolha ao usuário sobre o que ele decide compartilhar com as empresas.  Aqui no Brasil a questão jurídica também avançou. Em 2014 foi criado o Marco Civil da Internet e em 2020 entrará em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados. “Ela cria uma autoridade nacional para avalizar às empresas para fazerem tratamentos de dados, então essa lei traz, sim, muitas inovações”, destaca Guilherme Farid, da Fundação Procon de São Paulo.

Primeira Edição © 2011