Sampaoli fala sobre saída do Santos e motivo para não fechar com o Palmeiras

17/12/2019 16:55

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EFE

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Depois de rescindir contrato o Santos e não ter fechado com o Palmeiras, o técnico Jorge Sampaoli está com o futuro indefinido, mas não topa qualquer aventura: quer, antes de tudo, um projeto que o dê condições de aplicar seu estilo de jogo, conquistar títulos e que o permita ser feliz à beira do gramado.

Em entrevista concedida à Agência Efe nesta segunda-feira em Madri, onde está para curtir as férias, o técnico que levou o Peixe ao segundo lugar do Campeonato Brasileiro falou sobre a saída do clube, as negociações com o Palmeiras e até sobre o Flamengo, que talvez possa procurá-lo caso Jorge Jesus siga outro caminho após o Mundial de Clubes.

A saída conturbada do Santos ocorreu, em parte, por diferenças sobre a visão do futuro do clube. Depois de levar o Peixe ao recorde de pontos de sua história no Brasileirão, ao vice-campeonato e a participar de mais uma edição da Taça Libertadores, Sampaoli queria mais. Os planos da diretoria, porém, não o agradaram.

"Para o próximo ano, o clube tinha uma transição que não o permitiria fazer coisas importantes na Libertadores ou no torneio local, assim decidimos cortar o vínculo. O melhor para o Santos e para mim, não coincidindo nossas posturas, é que cada um seguir seu caminho", disse Sampaoli.

Sobre o Palmeiras, o técnico argentino revelou que também não houve acordo sobre o projeto que ele tocaria caso fosse contratado. Depois de desistir da contratação, o clube citou apenas "questões financeiras" como o único entrave para a assinatura de Sampaoli.

"Não chegamos nem a um acordo econômico nem sobre as posturas esportivas. O Brasil é um país muito exigente, o Flamengo avançou muito na comparação com os demais e minha ideia de ficar no país era para brigar pelo torneio (Brasileirão). Isso não aconteceu", afirmou.

O próprio Flamengo pode estar no caminho de Sampaoli em 2020. Outra possibilidade, ventilada pela imprensa do Equador, é que o treinador, que tem passagens no comando de Chile e Argentina, assuma a seleção do país.

À Efe, porém, Sampaoli não quis dar muitos detalhes sobre seu futuro, mas deixou claro o tipo de proposta que espera receber.

"Vou para onde o futebol disser, onde eu esteja perto da expressão futebolística que me faz feliz dentro de um campo do jogo. Para um lugar em que eu certamente seja feliz", desconversou.

Sampaoli também falou sobre a final da Libertadores, vencida pelo Flamengo. Para o técnico, houve mais emoção do que futebol em Lima e, talvez, o time brasileiro não esperasse a virada sobre o River Plate quando o título parecia estar nas mãos dos argentinos.

"Foi uma final com muita expectativa, muito tensa. O Flamengo ficou um pouco neutralizado em alguns momentos do jogo e o venceu no fim. Como toda decisão, gerou muito mais expectativa, tensão e emoção do que futebol. Acho que o Flamengo encontrou um resultado que já não esperava no final", analisou Sampaoli.

As férias na Espanha coincidem com o clássico entre Barcelona e Real Madrid. Ex-técnico de Messi na seleção da Argentina e conhecedor do futebol do país por ter comandado o Sevilla antes de assumir a 'Albiceleste', Sampaoli disse acreditar que o craque sempre pode fazer a diferença e discorda dos que questionaram sua escolha como Bola de Ouro.

"Ele sempre foi (decisivo). Messi será decisivo sempre, e o Barcelona sempre terá esse 'plus' enquanto ele estiver jogando. Além do equilíbrio que pode haver no clássico, sempre vai haver um jogador que, estando em um bom momento, vai fazer a diferença", afirmou.

"Não compartilho desse questionamento. Acho que Messi sempre tem mérito para receber esse o troféu que o identifica como o melhor", completou Sampaoli.

Questionado sobre Rodrygo, que cada vez mais vem ganhando espaço com Zinedine Zidane no Real Madrid, o técnico argentino deu dicas para que o jogador, com quem trabalhou no Santos, faça sucesso na Espanha.

"Ele é muito jovem. Eu o tive no Santos antes de ele vir à Espanha e o salto dele para o Real Madrid é muito forte, muito potente. Terá que fazê-lo muito bem para se adaptar a uma realidade que, certamente, parecerá um sonho", afirmou. EFE

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