"Lado podre da Justiça trabalhou para criminalizar a esquerda", afirma Lula

09/11/2019 09:21

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EFE

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou nesta sexta-feira, logo após sair da prisão, em Curitiba, que ele e a esquerda foram vítimas de um complô organizado por diversos setores.

"Precisava resistir para lutar contra o lado podre do Estado, da Policía Federal, do Ministério Público, da Justiça. Trabalharam para criminalizar a esquerda, Lula e o Partido dos Trabalhadores", disse, emocionado, em discurso para apoiadores que o receberam fora da sede da Superintendência da Polícia Federal.

O juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Criminal de Curitiba, autorizou a soltura do ex-presidente um dia após o Supremo Tribunal Federal anular uma jurisprudência de 2016 que permitia a execução da pena de prisão após a confirmação em segunda instância, mesmo que ainda restassem recursos em instâncias superiores.

"Saio daqui com um grande sentimento de agradecimento. Quero provar que este país pode ser muito melhor quando tiver um governo que não minta no Twitter como (Jair) Bolsonaro", expressou.

Lula, 74 anos, saiu às 17h41 (horário de Brasília) da cela onde, desde 7 de abril de 2018, cumpria pena de oito anos e dez meses por por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo 'caso triplex'. O ex-presidente recorrerá em liberdade.

"Quero lutar para provar que se existe uma quadrilha e um bando de mafioso neste pais, é essa maracutaia que eles fizeram, junto com a Globo. É essa imagem de que o PT tinha que ser investigado e o Lula era criminoso", exclamou o ex-mandatário.

As críticas de Lula também tiveram outros alvos, como o procurador Deltan Dallagnol e o ministro da Justiça, Sergio Moro, ex-juiz federal encarregado da Operação Lava Jato.

"Se pegar Moro, Dallagnol e alguns delegados da Polícia Federal e bater no liquidificador, o que sobra não dá 10% da honestidade que eu represento neste país", argumentou.

Ao falar sobre os planos para o futuro, Lula disse que viajará nesta sexta-feira a São Paulo, onde espera se encontrar a família e os colegas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

"Amanhã estarei no sindicato. Depois, as portas estão abertas para que eu possa percorrer o país", explicou.

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