É natural, faz parte do ‘jogo’. Um dos nomes mais influentes de Alagoas na atualidade – pela função que exerce e pelo que representa para o futuro do Estado – Alfredo Gaspar de Mendonça está fadado a ocupar generosos espaços no noticiário político. Como notícia, como inspirador de análises e projeções e como personagem motivador de especulações.
O prestígio popular do procurador-geral da Justiça pulsa no organismo político como o miocárdio na compleição humana –involuntário, independente de esforço pessoal. No entanto, para além da energia própria, o chefe do Ministério Público Estadual mexe não apenas com a plateia, mas também com personagens que atuam dentro e, mormente, fora da mídia.
É que o simples pressuposto de que Alfredo Gaspar poderá ser um aliado do governador Renan Filho e de seu bloco político – sobretudo, como possível candidato a um mandato eletivo – induz e alimenta comentários de toda sorte. Especulativos.
A inferência de que, em se lançado postulante, o ex-secretário da Segurança Pública exercerá peso considerável na balança eleitoral, atiça e envolve, principalmente, os coadjuvantes do filme político de que o senador Collor deverá ser protagonista.
Não faz sentido, por absoluta impertinência, exigir-se que Gaspar adiante o que quer ou o que não quer. Enquanto se mantiver no cargo – como procurador e como coordenador nacional do Grupo de Combate às Organizações Criminosas – exercendo-o com isenção, competência e a integridade de sempre, não tem porque antecipar coisa alguma. Se, por acaso, intenta um objetivo eleitoral, não tem nenhuma obrigação de revelá-lo ‘já’.
Compreende-se o assanhamento de setores ante os movimentos do procurador. Sua viagem a Brasília produziu ilações. Alguns agem como se o vigiassem, anotassem seus passos. Coisas da política. Foi preciso, para apagar o fogo de palha, que explicasse em tom quase formal porque nesses dias encontra-se afastado do comando do Ministério Público: está em férias. E, em tal situação, é normal que não esteja no exercício do cargo. Ou não?
PARA JOSIAS, MORO CRESCE COM SABATINA
Do articulista Josias de Sousa, da Folha de S. Paulo:
“O sistema político brasileiro, como se sabe, apodreceu. A Lava Jato apressou o processo de degeneração. O PT mostrou-se incapaz de lidar com o tema da moralidade. Ao apontar excessos de Moro, engrandece o algoz aos olhos da plateia”.
RENAN VÊ MESMO ENREDO EVASIVO DE MORO
Para o senador Renan Calheiros, conforme registrou em sua conta no Twitter, Sérgio Moro manteve, na Câmara dos Deputados, o mesmo enredo evasivo com o qual se saiu no Senado. “Como pode um juiz orientar a acusação, selecionar os investigados, produzir provas e continuar agindo dentro da lei, sem culpa?” – indaga o parlamentar alagoano.
HOMENAGEM AO VEREADOR SILVÂNIO BARBOSA
Após ter seu nome atribuído a um plenário da Câmara de Vereadores de Maceió, Silvânio Barbosa (o vereador brutalmente trucidado em 2018) ganha nova homenagem: o Centro Municipal de Educação, instalado no Conjunto Aprígio Vilela, no Complexo do Benedito Bentes, passa a se chamar ‘Centro Infantil Professor Silvânio Barbosa’. Justíssimo tributo do prefeito Rui Palmeira ao maior líder popular da região do Tabuleiro do Martins.
RENAN FILHO E A REFORMA DA PREVIDÊNCIA
O governador Renan Filho tem consciência de que o sistema previdenciário do Estado deve mudar – ou mais adiante faltará dinheiro para pagar aposentadorias e pensões – daí sua posição favorável à reforma da Previdência com inclusão de estados e municípios, mas sem abrir mão de um princípio: não penalizar idosos pobres e trabalhadores do campo. E ponto final.
DATAFOLHA, MORO, LULA E LAVA-JATO
Números do Datafolha divulgados neste sábado, 6 de julho:
54% apoiam a permanência de Moro no cargo de ministro.
Dos 63% que ouviram falar sobre ‘vazamentos’, 58% entendem que a conduta de Moro não foi adequada. 38% aprovam.
Para 54%, prisão de Lula é justa. Para 42%, não.
79% dos brasileiros avaliam a Lava-Jato como ótima, boa e regular.
PESO DOS INATIVOS NA FOLHA DO ESTADO
O peso crescente com a folha dos aposentados desequilibrou as finanças do Tribunal de Contas. Para contornar a situação – os recursos do duodécimo se esgotam em agosto – o presidente Otávio Lessa já entrou com pedido de suplementação junto ao governo do Estado. Liberação passará pela Assembleia Legislativa.
A CÂMARA NÃO É O SENADO FEDERAL
O depoimento de Sérgio Moro na terça-feira (2) mostrou saliente diferença de nível entre Câmara e Senado. Os senadores, mesmo os mais críticos e incisivos, questionaram o ministro da Justiça nos limites da urbanidade. Os deputados, alguns mais do que outros, se portaram como se estivessem num arenga de moleques.