Manifestações - quem perdeu e quem ganhou com a volta do povo às ruas?

27/05/2019 16:13

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Romero Vieira Belo

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As manifestações deste domingo, todas pacíficas, valeram menos pelo apoio ao presidente Jair Bolsonaro, do que como recado aos que mantêm a ideia fixa nos próprios interesses, esquecendo-se do país. Com grandes marchas em Copacabana e na Av. Paulista, Rio de Janeiro e São Paulo lideraram a mobilização nacional.

Não importa comparar os atos deste domingo com os do dia 15, quando grupos de estudantes e professores foram às ruas para defender suas verbas orçamentárias, mas também – com visíveis infiltrações políticas – para protestar contra o governo federal.

Importa pouco, o comparativo – valendo lembrar que o público nos dois principais palcos, Copacabana e Av. Paulista, superou em muito o do protesto estudantil – porque os focos foram distintos. Um foi protesto e o outro, um grito de apoio.

E a verdade incontestável é que o protesto sempre tem mais motivação do que o ato espontâneo como o deste domingo. Foi justamente por isso que os líderes petistas, diante da manifestação anunciada, usaram a estratégia correta: não subestimaram Bolsonaro nem ‘provocaram’ a massa. Acerta quem diz que, uma vez no poder, o comando vitorioso na eleição presidencial recente não tem motivo para convocar protesto. E não tem.

Logo, em sendo assim, a mobilização nacional deste final (ou início) de semana deve ser avaliada como um grandioso esforço voluntário de segmentos da população (muitos jovens, cumpre assinalar) que, impacientes com a demora de decisões no Congresso Nacional, viram na resposta ao ato estudantil uma oportunidade de cobrar mais celeridade no caminhar do Parlamento. E de manifestar apoio e solidariedade não apenas ao presidente, que comanda o projeto em busca de um novo Brasil, mas também aos projetos considerados essenciais para mudar a realidade brasileira, como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro. Sem esquecer, claro, da enfática defesa da Lava-Jato, um símbolo vivo do combate à corrupção que tanto mal tem feito ao povo brasileiro.

Ganha Bolsonaro, com a demonstração de apoio popular, mas ganham, sobretudo, o Brasil e todos aqueles que estão engajados na luta pelas mudanças que a maioria da sociedade está a exigir.

Primeira Edição © 2011